quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Great Bands Great Songs - 23. Crucis

CRUCIS : Uma Fantástica banda Argetnina de Rock Progressivo.


Conheci o Crucis quando ele veio ao Brasil para se apresentar no Ginásio do Ibirapuera no Primeiro Festival Latino Americano de Rock, que teve, também, o Terço apresentando seu novo disco "Casa Encantada". Após o show do Crucis, todos ficaram pasmos com a qualidade e intensidade sonora dessa banda, que mesclou uma sonoridade calcada num Jazz Fusion e no Progressivo, com uma performance simplesmente arrasadora. Todos saíram de lá amando o Crucis.
O Crucis foi uma banda de Rock Progressivo Argentino formada em 1974 por Gustavo Montesano ( guitarra , vocais ), José Luis Fernández ( baixo ), Daniel Frenkel ( bateria ) e Daniel Oil( teclados ). Quando Fernández deixou a banda, Montesano se tornou o novo baixista. Mais tarde Marrone e Kerpel se juntaram a banda. Em 1975 Daniel Frenkel deixou a banda e Farrugia o substituiu. Eles lançaram dois álbuns; Crucis em 1976 (produzido por Charly García , que era muito famoso na Argentina) e Los Delirios del Mariscal, em 1977. A banda dissolve-se pouco tempo depois. Ambos os seus LPs foram colocados juntos em um único CD , intitulado Cronologia de relançamento em 1996.


Crucis foi uma banda de curta duração, porém em tempo suficiente para causar admiração e deixar marcas indeléveis na música progressiva e sinfônica na América Latina.
O estilo da banda se deixa levar por influências das grandes bandas da década de 70, mas criando uma sonoridade muito peculiar e pessoal, alternando ambientes sinfônicos onde notamos a presença marcante dos teclados, até sons que beiram o Jazz com grande exibição do virtuosismo da guitarra de Pino Marrone, que as vezes, se aproxima muito das composições de Andy Latimer ( grande influência ).


O baixo de Gustavo Montesano não fica para trás, compondo uma base rítmica muito sólida junto à bateria de Gonzalo Farrugia.
As composições da banda se baseiam nos trabalhos de Montesano, com grandes mudanças de ritmo, tempo e compasso, de forma magistral, tendo como influências bandas como; Focus, Pink Floyd, Camel e várias bandas do movimento progressivo italiano, embora, reforça-se, o Crucis faz um som próprio, onde se utiliza dessas influências sem que haja cópias.


LOS DELIRIOS DEL MARISCAL
O disco Los Delirios Del Mariscal, atinge o auge da musicalidade, sendo composto basicamente por músicas instrumentais, exceto pela música “No me separen de mi”, que contem uma letra que fala sobre a instropecção, da busca do “eu”.

No Me Separe De Mi

Todos los días de todos los años
vi todo y todo sigue siendo igual
Pude llegar hasta aqui, a mi ser,
porque nunca, nunca, me deje llevar
     No me separen de mi nunca más.
No me transmitan sus odios
que todo esta bien aquí, yo tengo libertad.
Con una luna y un sol todo está
suficientemente para disfrutar.
      No me separen de mi nunca más.
Sí alguna vez hube de imaginar
para ver la verdad,
hoy todo es distinto.
Hoy solo quiero ver salir el sol,
con eso soy feliz
adentro y afuera

Após a música anterior, vem um verdadeiro deleite para os ouvidos que é a música Los Delirios Del Mariscal. A canção que dá nome ao disco é notável e de extrema sutileza, às vezes é emocionante e às vezes enérgica e libertadora. Podemos dividi-la em três partes, as primeiras passagens ambientais e sinfônica perto do mesmo estilo de Camel. Transmite uma paz única e ambiente tranquilo e aberto dá uma sensação de grandeza, é muito comovente. A segunda parte, onde Pino Marrone deslumbra com solos de jazz de fusão na atmosfera sinfônica ainda tranqüila, Perto tem um tempero um pouco mais experimental e ousado para Farrugia dar mais substância à bateria. E o terceiro, depois de um resumo da primeira parte, é uma sinfonia muito mais enérgica e feliz, possivelmente a música mais delirante do disco. 


A terceira canção "Fried Chicken", é apoiada nas guitarras, tem alguma influência sobre Camel e/ou Focus. Os ritmos sincopados gradualmente mudam o sentido da música. Por 2 minutos há uma passagem de guitarra com grande sentimento, soando como Akkerman. E depois de três minutos a música tem uma explosão de energia com uma mudança rítmica do tempo muito boa.


Abismo Terrenal é de uma instrumentação de qualidade superlativa com uma atuação impecável dos quatro músicos. É muito perto de jazz fusion, jazz fusion sinfônica poderia dizer que talvez, com algumas das influências já mencionadas, juntamente com um pouso de Return to Forever, possivelmente. O fato é que, repetindo algumas idéias melódicas acaba dando espaço para o desenvolvimento do trabalho de todos os músicos. O primeiro é Kerpel solando com teclados, mais perto da fusão progressiva, mas ainda muito sinfônica. O seguinte é Marrone solando com a guitarra, com a parte mais longa. Marrone carrega no ritmo, mudando muito na bateria o estilo e o suporte ao baixo. Em seguida, vem o grande, ainda que em curto espaço de tempo, Montesano com um grande solo de baixo, primeiro sem a banda, dando ao baixo mais energia preenchendo absolutamente todos os espaços, em seguida, com a entrada da bateria no solo de baixo, acaba deixando Farrugia com campo livre para fazer o seu solo de bateria. 

CRUCIS : Los Delirios Del Mariscal 1976


CRUCIS : o Me Separen De Mi 1976


CRUCIS : Pollo Frito 1976


CRUCIS : Abismo Terrenal 1976


CRUCIS : Em Vivo En El Luna Park 1977



O Crucis foi uma banda de Rock Progressivo de altíssima qualidade, tanto nos arranjos musicais quanto na condução instrumental individual de seus componentes.
Deixaram apenas dois registros em disco, o que é lamentável, tamanha a possibilidade de trabalhos cada vez mais elaborados e maravilhosos.
Ficará eternamente na memória de todo Rockeiro como uma das mais fantásticas bandas de Rock Progressivo do cenário do Rock Latino Americano.
Longa Vida ao Crucis !
Longa Vida ao Rock And Roll !

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