quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Special Edition - 57. A Minha Moda

A MINHA MODA


Muitos me perguntam por que eu não uso as Roupas da Moda.
Muitos me perguntam por que eu não uso os Cortes de Cabelo da Moda.
Muitos me perguntam por que eu não uso o Sapato da Moda.
Muitos me perguntam por que eu não ouço a Música da Moda.
Muitos me perguntam por que eu não uso a Gíria da moda.

E eu respondo que eu uso tudo isso sim...

... mas não a Roupa da Moda que um estilista idolatrado pela mídia consumista, num repente esquizóide e por necessidade de maiores ganhos da indústria de roupas para manter sua fortuna sempre em alta, define com sendo a roupa certa para aquela temporada, a qual tem um início e um fim.

... mas não o Corte de Cabelo que um cabeleireiro, num dia de loucura onde decide que será famoso, e que resolve executar cortes aleatórios e malucos, ajeitando os cabelos de forma bizarras dizendo que aquilo era uma experimentação, definindo que esse cabelo seria determinante para a construção do cabelo ideal para aquela temporada, que também teria um período com um início e um fim.

... mas não o Sapato da Moda que foi resultado de uma noite de bebedeiras e que após isso um designer fez um desenho alucinado e determinou, a partir de então, que naquela temporada ele seria o definidor do bom gosto, e que se você não o utilizasse você estaria “fora da moda”, mas ele também teria um início e um fim.

... mas não a Música da Moda, a qual foi construída por um músico muitas vezes brilhante mas que ganhou uma boa soma de dinheiro para construir um ritmo e uma melodia fútil simples e fácil de degustar que iria determinar o modelo musical daquela época, definindo o padrão de consumo, e que serviria durante um período de tempo, portanto, também teria um início e um fim.

... mas não a Gíria da moda, a gíria criada por pessoas pseudo-intelectuais ou semi-alfabetizadas que, por inabilidade de se expressar dentro dos padrões lingüísticos corretos e também por uma pressa inexplicável em falar o mais rápido possível, criam palavras e jargões que destroem a língua pátria e que obriga a quem queira se comunicar com eles que aprenda essa “nova língua”, mas que também sofre com a ação do tempo por sua futilidade e duram um curto espaço de tempo, dando lugar a outras tão chulas como essas.

Eu uso a moda ditada por uma cultura que vem de longa data, que foi criada como um grito de lamento pelo cerceamento da liberdade e que com ela visava a sua libertação, a minha moda visa o crescimento e a liberdade do ser humano e, com isso, se presta a um maior inter-relacionamento entre todos os povos, o que irá culminar com a união de todos os seres vivos em uma única aldeia global, baseada em critérios morais, éticos e recheado com muito amor e respeito.

Eu uso calças de jeans, pois ela é muito mais que apenas uma vestimenta, ela representa a época de luta de jovens em torno de um ideal revolucionário que sonhava com a liberdade total e a igualdade entre todos, alguns dos quais morreram por isso quando lutavam por esses ideais de libertação.


Eu uso os cabelos longos e soltos aos ventos, para que simbolize a integração do ser humano à natureza que lhe cerca, trazendo mais harmonia e mais paz interior a todos nós, o que nos diz da humildade que precisamos ter em relação à natureza, pois ela já estava aqui quando nós viemos, e de quanto os seus rios são importantes para nós, do quanto que as arvores são essenciais para a vida, e de como o ar nos entrelaça numa grande massa única e interligada.

Eu uso tênis, pois ele me deixa mais perto do solo sagrado onde os nossos ancestrais estiveram, e por que também ele me mantém mais próximo de nossa Mãe Terra, de onde tiro parte de minha energia para continuar essa nossa luta.

Eu ouço Rock And Roll, pois o Rock é muito mais que música, ele é a soma de todas as artes que, juntas, conceituam todos os parâmetros para essa busca que fazemos em nosso dia-a-dia pela nossa elevação moral e espiritual e que um dia culminará com a união de todos.


A minha gíria é a gíria do amor, da felicidade, da busca pela elevação espiritual, ela representa a forma de transmitir o carinho e o amor entre todos nós, ela é respeitosa ela é suave e serena.

A minha moda é usada apenas como uma forma de expressão desta minha cultura, e não como uma simples manifestação de colocação ou conjunção social, ou de auto-afirmação perante a sociedade onde quero dizer que estou ou sou “atual”, mas que irá durar um curto espaço de tempo para em seguida dar lugar a outra completamente diferente, e claro, vazia de conceitos, pelo menos os morais.

A minha moda não distingue as pessoas, não seleciona quem tem dinheiro de quem não tem, não expõe mazelas, não precisa e nunca precisou de passarelas para ser anunciada, ela não é capa de revistas, mas ela é veiculada silenciosamente pelas ruas através de seus representantes: os Rockeiros.


A minha moda nunca discrimina quem quer que seja por isso ela usa a caveira como um de seus maiores símbolos, pois quando se olha uma caveira é impossível determinar se ela vem de um homem ou de uma mulher, de um branco ou de um negro, de um ocidental ou de um oriental, de um rico ou de um pobre, mas os que usam essa minha moda são tachados de drogados, viciados, vagabundos, loucos, adoradores de satã, somos chamados de “aqueles que curtem aquele barulho” por não conseguirem identificar os sinais que existem em nossa música.

Portanto, a minha moda teve um início, mas nunca terá um fim enquanto o mundo precisar de amor, de compreensão, de caridade, de liberdade, o Rock And Roll continuará mais vivo que nunca lutando por todos nós em busca da verdadeira aldeia global e do amor entre todas as criaturas.

LONGA VIDA AO ROCK AND ROLL!
... essa é a minha moda!


RAINBOW : Long Live Rock'n'Roll Live Munich 1977


KISS : Rock And Roll All Nite Live Rocks Vegas


ROLLING STONES : It's Only Rock 'n' Roll Live The Vault - LA Forum 1975


MADE IN BRAZIL : Minha Vida é o Rock'n'Rol Live Gillan's Inn Rock Bar 2015



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Jackknife Johnny