O Rock ´n` Roll é uma das chaves, uma das muitas, muitas chaves de uma vida complexa. Não fique se matando tentando todas as outras chaves. Sinta o Rock ´n` Roll, e então provavelmente você vai descobrir a melhor chave de todas - Pete Townshend
KIM KEHL : Um dos Maiores Guitarristas de nosso Autêntico Rock Brasuca !
Kim Kehl é um guitarrista e vocalista de Rock com mais de 30 anos carreira, tendo atuado por várias bandas desde o final dos anos 70. No início de sua carreira tomou parte da banda Lirio de Vidro, de excepcional qualidade e com músicas próprias.
Posteriormente integrou a Banda Made In Brazil, gravando com ela o disco Minha Vida é Rock’N’ Roll em 1981.
Foto do Lirio de Vidro
Após sair do Made, fundou a banda Mixto Quente, que teve um disco lançado pelo Selo Baratos & Afins em 1983.
Foto do Mixto Quente
Teve participação também na banda Nasi & Os Irmãos do Blues.
Nesses espaços atuou como guitarrista em diversas bandas.
Atualmente desenvolve trabalho autoral em bandas como Kim Kehl & Os Kurandeiros e Vento Motivo.
Seu estilo é único, baseado no Rock Clássico, e seu trabalho é de um todo excelente, com músicas que se tornaram clássicas na linda História do Rock Nacional Autêntico.
Kim Kehl e os Kurandeiros Barbieri
A banda Kim Kehl e os Kurandeiros é o projeto solo do guitarrista, cantor e compositor Kim Kehl.
Kim é um veterano do rock brasileiro com mais de 30 anos de estrada já tendo participado de dezenas de bandas de rock e acompanhado cantores populares em centenas de shows pelo Brasil afora e também no exterior.
A banda Kim Kehl e os Kurandeiros existe desde os anos 90, tendo começado como uma banda de cover. Foi só em 2004 que o primeiro CD homônimo chegou ao grande público. Foi o sucesso com a distribuição deste álbum que alavancou o segundo álbum chamado Mambo Jambo lançado no final de 2008.
A banda é formada por Kim Kehl (guitarra, voz, slide, violão), Nélson Ferraresso (piano, órgão, synths), Fábio Scattone (bateria), Renato R (baixo) e Rod Filipovitch (guitarra).
Kim, nós informa que, a banda, sempre que possível, conta, ao vivo e em gravações, com a colaboração de amigos ilustres e queridos!
Barbieri entrevista Kim Kehl (por telefone em 06/03/2009)
Barbieri: Alô é o Kim?
Kim Kehl: Sim sou eu! Quem fala?
Barbieri: Aqui é o Celso Barbieri. Estou falando de Londres. Trabalhei com o Made in Brazil no tempo que você tocava na banda. Você lembra de mim?
Kim Kehl: Claro! Você teve uma loja de discos no Itaim Bibi e até me deu um botão com a cara do Marc Bolan! Eu ainda tenho ele! É você mesmo?
Barbieri: Sou sim! Legal mesmo que você se recorde depois de tanto tempo, mais de 20 anos! Estou ligando para saber mais sobre o seu projeto Kim Kehl e os Kurandeiros.
Kim Kehl: Manda bala!
Barbieri: A sua primeira banda foi o Lírio de Vidro lá pelo começo dos anos 70. Tem uma lenda que diz que foi o Oswaldo da banda Made in Brazil que acabou com o Lírio. É verdade?
Kim Kehl: Sim e não. O nosso baterista saiu para tocar no Made e depois eu também fui. A banda implodiu por falta de perspectivas, nós éramos muito jovens e a verdade é que o Lírio não tinha futuro. O Made era na época a única banda que oferecia uma estrutura maior para eu tocar. Na verdade fico surpreso que as pessoas ainda se lembrem do Lírio de Vidro. Eu tinha umas gravações daquela época e por insistência de um dono de loja de discos, acabei lançando este material cuja qualidade não é excelente mas vale pelo valor histórico.
Barbieri: Eu recordo-me muito bem que trabalhar com o Oswaldo não era fácil. Vi você brigando pelo seu cachê no dia do seu aniversário. Foi lá no Rock Horizonte em Belo Horizonte naquele show que participou um monte de gente boa incluindo o Raul Seixas e Jorge Benjor.
Kim Kehl: O Made foi escola! Eu não tinha idéia do que era trabalhar profissionalmente e com estrutura. Você vai ficar surpreso mas eu só fui conhecer uma coisa estruturada quando por 10 anos trabalhei com uma dupla sertaneja. Cheguei fazer 15 shows por mês e com eles viajei 3 vezes para os Estados Unidos. Se tenho minhas 3 guitarras Gibson, meu carrinho e a casa é porque ganhei tocando música sertaneja e não o rock. Eu já conhecia o Oswaldo muito antes de ele formar o Made in Brazil lá no começo dos anos 70, desde quando ele trabalhava numa loja de discos chamada HI-FI que existia lá na Rua Augusta (SP). Aliás, eu ensaiava com o Lírio de Vidro na casa da minha avó. Ela liberou uma casa que existia no fundo do quintal dela e eu montei um estúdio legal para ensaio. Foi lá que foi ensiado e pré-produzido o primeiro álbum da Patrulha do Espaço. Então, posso dizer que vi o começo da Patrulha do Espaço. O falecido Coquinho e o Junior não se bicavam mesmo! Um dia num ônibus à caminho de um show aconteceu um bate-boca bravo e o Coquinho pediu para o ônibus parar e, abandonou o veículo alí mesmo na estrada. O Coquinho estava fora da Patrulha!
Barbieri: Depois, você formou o Mixto Quente. Eu recordo-me que tinha um cara que não era brasileiro na banda. Cheguei na época a ter o álbum e lembro-me que tinha uma faixa que eu gostava muito.
Kim Kehl: Era o Thomas. Ele é alemão. A banda não durou muito mas, tivemos um álbum lançado pela Baratos Afins.
Barbieri: Okay, você andou tocando música sertaneja por uns 10 anos e depois partiu para carreira solo com a banda Kim Kehl e os Kurandeiros. Porque o uso da palavra Kurandeiros?
Kim Kehl: São duas as razões. O falecido “blues man” John Lee Hooker gravou uma música chamada The Healer (O Curandeiro) e esta música me deu inspiração para o nome. Por outro lado, para mim, "curandeiro" representa um lado do Brasil com suas religiões, superstições, cultura popular e candomblé. É o pé-de-coelho, o número 13, a ferradura, as simpatias e mau agouros. O Brasil é assim uma grande mistura!
Barbieri: Isto me faz lembrar que naquela época o Oswaldo do Made insistia que eu fosse com ele no Centro de Umbanda, ficava dizendo que eu precisava fazer uma “limpeza”. Eu nunca tinha ido num Centro e estava curioso. Ele disse para mim que iria levá-lo também. Então eu fui. Quando chegamos lá o Oswaldo tinha uns papeizinhos com algo escrito que, passou para a Mãe de Santo. Mais tarde ela chamou você, pegou uma folha de Espada de São Jorge e usando como chicote começou dar-lhe uma surra... (risos) Aí ela me levou atrás da casa num quintal escuro e numa fogueirinha jogava pólvora causando umas bolas de fogo, uns clarões enormes. Eu olhava e pensava comigo mesmo: Ela está jogando menos do que o que ponho para explodir na frente do palco! (risos)
Kim Kehl: (risos) Eu sou forte! Não peguei nada! Na verdade acho que tudo que fazemos de mal acaba voltando para nós mesmos. É esta a realidade brasileira, a dos “curandeiros”. Agora, de uma coisa pode estar certo várias vezes fui pego de surpresa com imensas explosões suas bem na minha cara!
Barbieri: (risos) Eu gostava de assustá-los! (risos) Bom, hoje em dia como você está estruturado?
Kim Kehl: Tocar em clubes e bares não está fácil. O circuito esta meio caído. Estamos atacando uma outra área que é a das livrarias. Estamos distribuído os CDs em várias livrarias. Depois fazemos uns showzinhos acústicos nas lojas para divulgar o álbum. Está funcionando!
Barbieri: Eu, quanto mais me envolvo com bandas brasileiras mais percebo que nada mudou. Recentemente tive uma decepção enorme com uma banda paulista que prefiro nem citar o nome. Parece que o tempo passa mas o povo não aprende a controlar o ego.
Kim Kehl: Você tem toda a razão! Não existe amizade nem cooperativismo. Com o pessoal da música sertaneja não é assim! Uma banda ajuda outra, convida para tocar junto, existe amizade verdadeira. No rock, é tudo cheio de competição e uma banda fecha a porta na cara da outra. Eu garanto para você que nós não somos assim! Somos agradecidos por toda ajuda que recebemos!
Barbieri: Você lançou seu segundo álbum em dezembro de 2008 chamado Mambo Jambo. Eu costumo dizer que não gosto de Samba, Bossa-nova, Salsa, Calipso e Mambo Jambo (risos). Você sabe o que significa Mambo jambo?
Kim Kehl: Você acertou em cheio com o que disse!
Barbieri: Se o Lula vir e disser que vai acabar com toda a pobreza do país! Para mim é Mambo-Jambo eleitoral!
Kim Kehl: Isso mesmo! É este o sentido!
Barbieri: Tenho recebido freqüentemente notícias da banda através da Lara. Ela está fazendo um serviço muito bom! Ela é sua namorada?
Kim Kehl: É sim! Até que enfim achei alguém com quem posso dividir o meu trabalho. Ela é muito legal! Ela começou participar dos negócios da banda, um dia, naturalmente, quando pedi para ela ligar para um clube e acertar as coisas para mim...
Barbieri: Eu achei obviamente que tem Stones (e Made in Brazil) no seu som mas sua voz é rouca e soa como Johnny Winter aliás quando você grita "rock'n'roll" soa exatamente como Johnny Winter no álbum Johnny Winter and Live (1971) na música Johnny B Goode. Eu achei que tem também algo de Johnny Winter na sonoridade da guitarra quando você usa slide guitar. Também acho que o Country Music te influênciou muito à ponto de aparecer na sua música. Que você acha?
Kim Kehl: Barbieri além de boa memória e pontaria, teu ouvido tá apurado!... meu grito "rock'n'roll" vem direto de Mr Johnny Winter, grande idolo da nossa geração de blueseiros e meu mestre no "slide guitar" então pra mim isso é um grande elogio! Paralelamente à isso, o country americano sempre fluiu naturalmente para mim, seja atravéz dos Byrds e outros cowboys psicodélicos, seja pelos mais tradicionais M Haggard ou Emilou Harris... howdy! Quanto á sonoridade Stones/Made, acho que falta uma referencia anterior, ou seja a maior parte dos fãns de blues da nossa geração teve contato com os Stones antes dos originais. Quer dizer, nossa geração ouviu a invasão inglesa e depois os mestres originais...
Barbieri: Bom, já falamos bastante e vou deixá-lo em paz, um abraço e vamos continuar mantendo esta amizade legal.
Kim Kehl: Para finalizar gostaria de dizer que hoje em dia estou muito mais organizado e experiente. Eu sempre me preparo para fazer meus shows com tranqüilidade e competência. Faço minhas flexões todo dia, esteira, parei de fumar, cuido da minha saúde e minha voz está ótima. As pessoas dizem que eu andei sumido e perguntam por onde eu estive todo este tempo. Eu respondo que andei tocando, fazendo o que gosto. Que, não parei, fui na escola e aperfeiçoei a minha arte. Obrigado por mostrar interesse no meu trabalho, não deixe de me enviar o seu endereço para que possa lhe enviar um CD. Quando vir para SP não deixe de entrar em contato!
MAMBO JAMBO
Cocada Preta
A galera do Rock
A Bomba (do Amor)
Vampiro
O Kurandeiro
O Jogador
Hey Mãe
Os Brutos também Amam
Maria Louca
Rabo de Saia
Gravado e Mixado por Edu Gomes no Cake Walking Studio. Masterizado por Pedro Marin no Sonic Master. Produzido por Kim Kehl. Produtor Fonográfico Marcelo Fontanesi/Polithene Pam
Kim Kehl fala! (via email)
Cara, eu até acho que o Rock Nacional não anda tão mal assim. As bandas mais populares tem espaço e as mais alternativas também. A internet tá aí e o público demonstra interesse e tem acesso a mais variedade. Sou otimista!
Bem, espero em breve lançar oficialmente o CD dos Kurandeiros em uma festa-show em São Paulo, mas a agenda da dupla Rick e Renner, cuja banda integro como guitarrista, não tem deixado espaço! É um trabalho de alto nível e que exige muita responsabilidade!
O repertório está praticamente fechado, e como da primeira vez , será de canções próprias colecionadas dos últimos 20 anos, algumas inéditas e outras já gravadas em outras oportunidades. Acho que as músicas serão menos básicas desta vez, e se der tudo certo vai demorar mais 5 anos para gravar, como o anterior!
Não sei se é engaçado mas como a gravação demorou tanto, às vezes esquecíamos o que já tínhamos gravado, o que provocava confusão e risco de apagar algo importante. Realmente a resposta do público seria melhor com o show para ajudar.A gente chega lá.
Conheço Bosco (baterista do Bando do Velho Jack) a anos, e tocamos juntos em varias turnés com o Made in Brazil, e ele foi meu companheiro de quarto! É um grande cara e um excelente baterista! O Bando é uma banda fantástica e eu sou um grande fã!
É isso ai! Espero que esteja do agrado. Sou péssimo digitador e demorei horas! Grande abraço aos leitores/ouvintes!
Fonte: Barbieri “O Rock Brasileiro direto de Londres para o Mundo!” http://www.celsobarbieri.co.uk/index.php?option=com_content&view=article&id=105:kim-kehl-e-os-kurandeiros&catid=21&Itemid=66
KIM KEHL : Desafio Semana Rock Revista Guitar Player
KIM KEHL : Gravando pelo Vento Motivo Estúdio Curumim
KIM KEHL : Entrevista na Comunidade Em Ação em 2011
KIM KEHL & OS KURANDEIROS : Entrevista para a TV em 1995 - As Origens da Banda
LÍRIO DE VIDRO : Mar Metálico
LÍRIO DE VIDRO : Rock’n’Roll Lili
LÍRIO DE VIDRO : Mecanus
MADE IN BRAZIL : Mickey Mouse, a Gata e Eu Ao Vivo 1987
MADE IN BRAZIL : Gasolina Ao Vivo
MIXTO QUENTE : Sexta a Noite
MIXTO QUENTE : A Bruxa
MIXTO QUENTE : Deixe Tudo
KIM KEHL & OS KURANDEIROS : A Galera Quer Rock
KIM KEHL & OS KURANDEIROS : Live CCSP 2009
KIM KEHL & OS KURANDEIROS : Vampiro Ao Vivo no Magnolia
KIM KEHL & OS KURANDEIROS : Ao Vivo no Rock na Vitrine na Galeria Olido
VENTO MOTIVO : Segunda Feira Ao Vivo
VENTO MOTIVO : Segunda Feira Será Video Music
VENTO MOTIVO : Mary Jane Ao Vivo na Brasil 2000
KIM KEHL & OS KURANDEIROS : Deixe Tudo no Programa Todo Seu de Ronnie Von
O Kim Kehl é um dos Monstros Sagrados de nosso Autêntico Rock Nacional.
Tem lugar garabtido na Galeria nos Imortais do Rock.
Longa Vida a Kim Kehl !
Longa Vida ao Rock And Roll !
Quando nos lembramos da história do Rock, muitas vezes só vemos nossos ídolos como sendo os únicos protagonistas e responsáveis por essa história. Isso não é verdade.
Para que nossos Ídolos possam mostrar todo seu talento e genialidade, muita gente também trabalhou duro para que isso tivesse êxito. E aqui nosso pensamento não tem limites, pois podemos imaginar as responsabilidades que vão desde o cara que cuida do instrumento para o músico até o cara que faz as ligações elétricas dos equipamentos para que haja o show, passando pelos bravos homens que fazem a divulgação e a cobertura dos eventos.
O Planet Caravan buscará, nestas postagens que agora têm início, prestar uma homenagem a esses nossos Heróis muitas vezes anônimos, mas que também são de fundamental importância para que tudo ocorra. A eles o nosso muito obrigado.
As postagens anteriores foram as seguintes:
- Indicação nº 1 : Tio Cosme e o Projeto No Mundo do Rock
- Indicação nº 2 : Daniel Ribeiro e o Projeto Web Rock Station
- Indicação nº 3 : Fabiano Oliveira e as Mágicas Palavras
- Indicação nº 4 : Alexandro Isoppo e o Projeto Alma Hard AOR
- Indicação nº 5 : Luiz Carlos Barata Cichetto o Poeta do Underground
- Indicação nº 6 : Ray Captain e o Projeto Blue Sonic
- Indicação nº 7 : Moacir Febraio & Johnny Magrão e o Projeto Aqualung
- Indicação nº 8 : Drikka Piassi a voz de Mulheres no Rock
- Indicação nº 9 : Ismael Corrêa a Voz Retumbante de No Mundo do Rock
- Indicação nº 10 – Jani Santana uma Gata Rockeira de Muita Garra
A indicação de nº 11 cabe a Christine Funke, uma Rockeira que ousou montar um Projeto de Empreendimento e Produção na Área do Rock Nacional Autêntico, e que mergulhou fundo nisso, apostando toda sua alma no projeto, pelo amor ao Movimento Rockeiro Brasuca. O que dizer de uma mulher que tenha essa ousadia, num país onde se valoriza o anti-cultural, o anti-ético, o anti-profissional ? Só mesmo uma Guerreira como essa para enfrentar todo esse poder “do contra”, e ir em busca das soluções a fim de concretizar o sonho de tornar o Rock Brasuca Verdadeiro uma realidade. Parabéns Christine, e vamos avante com a FNK Produções, o nosso Rock Autêntico precisa de vocês.
Quando nos lembramos da história do Rock, muitas vezes só vemos nossos ídolos como sendo os únicos protagonistas e responsáveis por essa história. Isso não é verdade.
Para que nossos Ídolos possam mostrar todo seu talento e genialidade, muita gente também trabalhou duro para que isso tivesse êxito. E aqui nosso pensamento não tem limites, pois podemos imaginar as responsabilidades que vão desde o cara que cuida do instrumento para o músico até o cara que faz as ligações elétricas dos equipamentos para que haja o show, passando pelos bravos homens que fazem a divulgação e a cobertura dos eventos.
O Planet Caravan buscará, nestas postagens que agora têm início, prestar uma homenagem a esses nossos Heróis muitas vezes anônimos, mas que também são de fundamental importância para que tudo ocorra. A eles o nosso muito obrigado.
As postagens anteriores foram as seguintes:
- Indicação nº 1 : Tio Cosme e o Projeto No Mundo do Rock
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- Indicação nº 3 : Fabiano Oliveira e as Mágicas Palavras
- Indicação nº 4 : Alexandro Isoppo e o Projeto Alma Hard AOR
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- Indicação nº 6 : Ray Captain e o Projeto Blue Sonic
- Indicação nº 7 : Moacir Febraio & Johnny Magrão e o Projeto Aqualung
- Indicação nº 8 : Drikka Piassi a voz de Mulheres no Rock
- Indicação nº 9 : Ismael Corrêa a Voz Retumbante de No Mundo do Rock
A indicação de nº 10 cabe a Grande Jani Santana, que é uma grande incentivadora de todos os acontecimentos e eventos ligados ao Rock Brasuca, de forma incansável. Sempre presente nos eventos, contribui de forma bastante incisiva na divulgação destes, além de sua presença constante nos mesmos – ela não apenas fala que vai, ela vai. Jani também escreve artigos aos blogs, com textos admiráveis e excepcionais, contribuindo com suas opiniões e pesquisas, enriquecendo o material geral sobre o Rock e Cultura. Jani é uma Grande Agitadora Cultural e Grande Rockeira. Jani, precisamos de mais gente como você. Parabéns pelo seu trabalho, e a lembrança singela que o Planet lhe faz é em reconhecimento ao seu precioso trabalho em pról do Rock Brasuca. Obrigado.
(...) Analisando esse sistema de forças, a conclusão mais preguiçosa e falaciosa que se pode tirar é a de que o Rock, como veículo de contestação ou como obra de arte etérea, esteja morto. Para cada Mallu Magalhães, Los hermanos, Restart, Strokes ou qualquer banda indie ou emo – de tempos em tempos apontadas ridiculamente como salvações do estilo - haverá sempre um Slayer, um Motörhead, um AC/DC, um Bob Dylan, um Pink Floyd, um Rage Against the Machine ou um Nirvana para tensionar os padrões dominantes de musicalidade, moralidade e normalidade. Para a felicidade ou a tristeza dos nossos tímpanos, o Rock continua e continuará a pulsar, pelo menos enquanto houver jovens inconformados com todo e qualquer tipo de opressão, hipocrisia, corrupção, inautenticidade, estupidez, bom-mocismo e bundamolismo.
AC DC : For Those About To Rock We Salute You Live
RAINBOW : Long Live Rock And Roll Live
Neil Young : Hey Hey My My ( Into The Black ) Live
ROCK’N’ROLL: UM, DOIS, TRÊS, QUATRO ! Aumente o som, saia pulando, fale palavrões: o rock¿n¿roll está completando 50 anos, mas ainda faz a cabeça dos jovens e chacoalha a sociedade Por Redação Super – Outubro de 2004 André Barcinski
Foram cinco décadas bem vividas. O rock’n’roll, quem diria, está fazendo 50 anos regados a sexo, a drogas e a ele próprio. Não pensem que foi uma vida fácil: entre tapas e beijos, o rock viveu um romance conturbado com a sociedade. Numa hora, era o queridinho de todos, para logo depois ser chutado e escorraçado como um cão sem dono.
Nesse meio século, o rock’n’roll foi celebrado por multidões, massacrado pela Igreja, explorado por publicitários, dissecado por historiadores, cooptado pela moda, malhado por puristas, dignificado pelos Beatles e maltratado por Bon Jovi e Simply Red. Passou por bons e maus bocados, e chegou a ser dado por morto algumas vezes. Mas, como fênix, sempre deu um jeito de reaparecer, resgatado das trevas por algum adolescente talentoso e entediado. É uma história e tanto.
Segundo historiadores, o marco zero do rock teria acontecido em julho de 1954, quando um caminhoneiro chamado Elvis Presley entrou no Sun Studios, em Memphis, e gravou “That’s Allright Mamma”.
Vamos deixar uma coisa bem clara: Elvis não inventou o rock. Antes dele, gente como Chuck Berry e Bill Halley já tocavam rock. Desde o fim dos anos 40, “rock’n’roll” era usado em letras de música como sinônimo de “dançar” ou “fazer amor”. Em 1952, o radialista Alan Freed – que depois viria a reivindicar a criação do termo – batizou seu programa de Moondog’s Rock and Roll Party.
Se não criou o rock’n’roll, Elvis ao menos pode ser considerado o mensageiro que apresentou o rock ao mundo. Era o homem certo no momento certo: bonito, talentoso e carismático. Mais importante: era branco e, por isso, aceitável para a América dos anos 50. “Eu agradeço a Deus por Elvis Presley”, disse o negro Little Richard, um dos grandes pioneiros do rock. “Ele abriu as portas para muitos de nós.”
A tarefa de Elvis não foi fácil: a sociedade norte-americana demorou bastante para aceitar aquele branco que cantava e dançava como um negro. Em uma de suas primeiras apresentações na TV, as câmeras o filmaram apenas da cintura para cima, sem mostrar aquele quadril que teimava em rebolar. Elvis, ao contrário de vários outros ídolos da época (como Pat Boone, por exemplo), nunca renegou a origem de sua música. “O que eu faço não é novidade”, disse. “Os negros vêm cantando e dançando dessa forma há muito tempo.”
Se a vida nos anos 50 não era moleza para um roqueiro branco como ele, o que dizer de artistas negros como Little Richard, Chuck Berry, Bo Diddley e Fats Domino? Num país de escolas segregadas, que ainda via negros serem linchados, o simples fato de um artista negro viajar para mostrar sua música assumia proporções épicas de heroísmo e bravura.
Uma história emblemática do período é a de Shelley “The Playboy” Stewart, um radialista negro que apresentava um programa de rock na estação WEDR, no Alabama. O programa de Stewart atraía um público predominantemente branco, que aprendera a gostar dos artistas “de cor” que o DJ tocava.
No dia 14 de julho de 1960, Stewart estava apresentando um show na cidade de Bessemer, quando recebeu um aviso do dono do clube: a Ku Klux Klan, temida organização racista, havia mandado 80 homens para atacá-lo. Os encapuzados cercavam o clube e ameaçavam invadir o local. Sem perder a calma, Stewart avisou à platéia – formada por 800 brancos – que teria de parar o show. Foi aí que o inesperado aconteceu. “Os jovens que estavam no clube se rebelaram”, disse Stewart, anos depois. “Eles saíram correndo do local e atacaram a Klan, lutando por mim.” A simbologia do fato é forte demais: brancos lutando contra brancos, pelo direito de ouvir música negra.
Sim, o rock’n’roll é música negra. Como o blues, o samba e o hip hop, o rock nasceu da escravidão e tem suas origens na migração forçada de milhões de africanos, que foram tirados de suas aldeias e jogados em terras estranhas. Todos esses gêneros musicais têm duas características comuns, herdadas da África: a primeira é a predominância de uma base rítmica constante e repetitiva; a segunda é a utilização da música de uma forma emocional e espiritual. Nas colheitas de algodão dos Estados Unidos, os escravos cantavam para celebrar sua espiritualidade e seus ancestrais. Também cantavam sobre as mazelas da escravidão, estabelecendo assim uma relação direta entre sua música e a realidade social. O rock herdou essa capacidade de radiografar o presente.
Na época, a sociedade americana começava a abandonar preconceitos seculares. De uma certa forma, a explosão do rock simbolizou uma América nova, mais liberal, próspera e livre das dificuldades econômicas do pós-guerra. Adolescentes brancos começaram a curtir uma música antes relegada a salões de baile nos bairros negros e pobres.
Em 1956, “Blue Suede Shoes”, de Carl Perkins, tornou-se a primeira música a chegar ao topo das paradas de pop, rhythm’n’blues e country. O fato representou um marco não só para a música, mas para toda a sociedade americana. Pela primeira vez, brancos e negros estavam gostando da mesma coisa. Em 1959, outra canção, “The Twist”, de Chubby Checker, também uniu o país. O ativista e autor Eldridge Cleaver, fundador do grupo radical Panteras Negras, escreveu: “A canção conseguiu, de uma forma que a política, a religião e a lei nunca haviam sido capazes, escrever na alma e no coração o que a Suprema Corte só havia conseguido escrever em livros”.
O rock’n’roll não mudou a sociedade, mas serviu como espelho de mudanças e tendências. Claro que ninguém deixou de ser racista ao ouvir Elvis Presley cantando música “de negros”, mas o simples fato de Elvis aparecer em cadeia nacional, rebolando os quadris e celebrando uma cultura marginal, mostrava que o país estava mudando.
Paralelamente ao surgimento do rock, a sociedade norte-americana via o aparecimento de outro fenômeno, que se tornaria vital para a explosão do rock’n’roll: o adolescente.
Até meados do século 20, adolescentes tiveram uma vida dura nos Estados Unidos. O país havia passado por duas guerras mundiais e pela Grande Depressão; ser jovem por lá significava trabalhar duro e ajudar os pais a sustentar a casa.
Para a sociedade de consumo, o adolescente não existia. Não havia música ou filmes feitos especialmente para eles. Pais e filhos eram obrigados a gostar das mesmas coisas: as big bands de Tommy Dorsey e Benny Goodman, as baladas de Nat King Cole e Frank Sinatra, a cafonice de Pat Boone e Perry Como.
Depois da Segunda Guerra, tudo mudou: os Estados Unidos entraram numa fase de prosperidade, a economia cresceu e os adolescentes, que antes davam duro ajudando os pais, passaram a receber mesada. Isso criou um novo mercado, voltado unicamente para o jovem.
Hollywood logo entrou na onda, lançando filmes direcionados aos adolescentes. Dois deles, O Selvagem (1954) e Rebelde sem Causa (1955), revelaram Marlon Brando e James Dean interpretando jovens em conflito com a geração de seus pais. A rebeldia estava na moda. Daí surgiu Elvis Presley, dando voz a uma geração cansada da caretice dos pais.
A sociedade de consumo não demorou para perceber o potencial do filão jovem. Foi só aí que o rock explodiu na América. E tome filmes, revistas, livros, badulaques, calendários e todo tipo de bugiganga direcionada aos novos consumidores. Elvis, o rebelde, tornou-se uma figura tão familiar aos lares americanos quanto o presidente Eisenhower.
As gravadoras, que nunca gostaram de arriscar, trataram de diluir o rock em fórmulas açucaradas, bem ao gosto do público branco médio. O canastrão Pat Boone, por exemplo, gravou Tutti Frutti, mudando a letra (escrita por Little Richard, negro, homossexual e orgulhoso), para não chocar as boas moças da América. Foi um estouro. Era a tal coisa: “rock sim, mas limpinho, por favor”.
Apesar do sucesso, muita gente previa um fim rápido para o rock. O gênero era visto como uma moda passageira, a exemplo do calipso ou de tantas outras que tiveram seus 15 minutos de fama na América.
Para piorar, os roqueiros passavam por maus bocados no fim dos anos 50: Elvis Presley foi para o Exército, Chuck Berry ficou preso dois anos por ter atravessado uma fronteira estadual com uma prostituta menor de idade, Little Richard abandonou o rock e virou pastor depois de “ouvir o chamado de Deus” durante um vôo turbulento, Jerry Lee Lewis arruinou a carreira ao casar com uma prima de 13 anos, Buddy Holly morreu em um acidente de avião, que matou também Ritchie Valens (La Bamba) e Big Bopper (Chantilly Lace), e Eddie Cochran morreu em um acidente de carro. Quando o futuro do rock’n’roll parecia negro, surgiram os Beatles.
A influência dos Beatles é incalculável. Musicalmente, eles elevaram o rock a um nível até hoje inigualado, estabelecendo parâmetros e modelos para toda a música pop. Suas experimentações abriram novas possibilidades sonoras e ampliaram os horizontes musicais das gerações posteriores. Culturalmente, eles foram igualmente importantes: carismáticos, irreverentes e cheios de sex-appeal, eles surgiram no mundo como um sopro renovador, obliterando a caretice da década de 50 e inaugurando uma era mais livre e esperançosa – os anos 60.
O surgimento do rock e de seus primeiros ídolos – Elvis, Beatles, Rolling Stones – mudou a relação entre a música e o público. Até o rock aparecer, o “músico” – fosse produtor, instrumentista ou compositor – era visto como um profissional muito qualificado. Compositores de “música popular” eram sofisticados como Cole Porter e Irving Berlin; cantores eram Frank Sinatra e Bing Crosby.
O rock democratizou a música pop. Subitamente, qualquer um podia subir em um palco e cantar. Elvis, um caipira ignorante, passou a freqüentar as paradas de sucesso ao lado de Sinatra e Nat King Cole (dá até para entender por que Sinatra, acostumado a trabalhar com músicos experientes, não aceitou o novo estilo: “rock’n’roll é a coisa mais brutal, feia e degenerada que eu já tive o desprazer de ouvir”, disse o “olhos azuis”).
Essa “democracia” do rock teve um efeito imediato: os artistas ficaram cada vez mais parecidos com seu público, tanto em idade quanto em classe social. Os jovens passaram a se identificar mais com seus ídolos, estabelecendo uma relação mais próxima com a música. O rock também passou a buscar na sociedade – especialmente nos jovens – os temas de suas canções. Essa troca fez do rock a música mais popular e culturalmente impactante do século 20.
Para muitos, esse estreitamento entre artista e público também causa um declínio gradual na qualidade da música. A cada ano, um número maior de pessoas sem treinamento musical tem acesso a tecnologias de composição e gravação. Hoje, aparelhos como samplers e placas de som permitem a qualquer um gravar um disco em casa. E popularização raramente é sinônimo de qualidade.
O fato é que nenhuma outra música esteve tão sintonizada com a realidade de seu tempo quanto o rock. Desde os anos 50, ele passou a ser um espelho da sociedade, refletindo a moda, o comportamento e as atitudes dos jovens. Isso fez do rock uma música com prazo de validade, ou seja, tão ligada no “hoje” que corre o risco de sair de moda rapidamente, junto com os temas abordados (para confirmar, basta assistir a qualquer videoclipe de dez anos atrás).
Isso cria situações interessantes: o que é “bacana” e “moderno” para uma geração torna-se ultrapassado para a próxima. Sendo um gênero que se alimenta sempre do novo, o rock’n’roll gera conflito entre seus fãs. Um movimento surge como resposta ao anterior e assim por diante, numa renovação incansável.
Esses conflitos, mais que interessantes, são necessários: sem eles, estaríamos condenados à eterna repetição. Foi a partir desses “rachas” que nasceram alguns dos movimentos mais influentes do rock, como o punk, basicamente uma reação ao comercialismo e à pompa do rock dos anos 70, que havia perdido a identificação com as gerações mais novas. Ao contrário do que ocorria antes do rock’n’roll, agora ficou fora de moda curtir a mesma música que os pais. Mas isso é cíclico, claro: com o passar dos anos, a indústria descobriu o potencial do saudosismo. Hoje, temos canais de televisão que vivem de reembalar artistas velhos como se fossem a última novidade. E veteranos – como o Aerosmith, por exemplo – que, graças a seus clipes na MTV, reinventam-se para um público que nem era nascido quando eles faziam sua melhor música.
Os Beatles são um bom exemplo da capacidade do rock de se adaptar a cada época. Para entender as mudanças ocorridas nos anos 60, basta olhar as fotos do grupo durante o período. Nos primeiros anos, vestidos com terninhos idênticos e cabelos bem penteados, os quatro eram a imagem perfeita do otimismo da era Kennedy. Depois, como todos, abandonaram a inocência: os cabelos cresceram e os sorrisos deram lugar ao cinismo, enquanto Kennedy era morto e a guerra começava no Vietnã. No fim da década, quando jovens faziam passeatas na Europa, Martin Luther King era assassinado e o conflito do Vietnã piorava, os Beatles buscaram consolo espiritual na Índia, renegando o comercialismo ocidental. A banda acabou melancolicamente, junto com uma década que começara cheia de promessas e que terminava em guerra e decepção.
Não foram os únicos roqueiros que se tornaram símbolos de uma era: Bob Dylan, Jimi Hendrix e Jim Morrison também viraram ícones dos anos 60, tanto quanto o símbolo da paz ou o rosto de Che Guevara. Sid Vicious é, até hoje, a imagem mais reconhecível da rebeldia punk. E basta um passeio por qualquer grande cidade para ver, a qualquer hora, jovens usando camisetas com o semblante triste de Kurt Cobain.
Esses rostos passaram a representar mais que a simples paixão por uma banda ou artista: tornaram-se símbolos de um estado de espírito e de um jeito de ser. A iconografia, claro, reduz tudo a seu nível mais rasteiro – e um artista como Kurt Cobain, autor de dezenas de músicas, acabou reduzido a garoto-propaganda do suicídio e da alienação adolescente. John Lennon foi assassinado e virou “marca”, transformado, como Gandhi, em símbolo de paz e amor. Logo ele, que nunca escondeu ter sido um pai ausente e que tratou Paul McCartney como um cachorro sarnento depois do fim dos Beatles. O rock simplifica tudo.
Talvez seja essa a razão de seu sucesso. Como bem disse Gene Simmons, do Kiss: “Eu não sou Shakespeare. Mas ganhei muita grana e transei com mais de 4 mil mulheres. Tenho certeza de que Shakespeare trocaria de lugar comigo a qualquer hora”. Quem duvida?
Os 50 discos que fizeram o rock·n·roll
Quer você goste, quer não, essas sãoas obras que romperam barreiras, criaram estilos e marcaram a história do rock:
1. The King of Rock and Roll – The Complete 50s Masters - Elvis Presley, 1992
Elvis em sua melhor fase, antes de entrar para o Exército e voltar mansinho
2. Chuck Berry – Anthology - Chuck Berry, 2000
O verdadeiro criador do rock’n’roll e melhor compositor entre os pioneiros do gênero
3. The Essential Little Richard - Little Richard, 1985
O intérprete mais explosivo do início do rock revolucionou a música com seus gritos e sua vibração
4. The Classic Years - Motown, 2000
Uma das gravadoras mais influentes dos anos 60, meca da soul music norte-americana
5. Please Please Me - Beatles, 1963
Eles chegaram como um sopro renovador e fizeram a trilha sonora perfeita para o otimismo do início dos anos 60
6. The Freewheelin’ Bob Dylan - Bob Dylan, 1963
O rock amadurece: pela primeira vez, as letras valem tanto quanto a música
7. Live at the Apollo - James Brown, 1963
O grito primal do funk, por seu maior intérprete
8. The Who Sings My Generation - The Who, 1965
Até então, ninguém havia feito um rock tão radical e barulhento; para muitos, o nascimento do punk
9. Blonde on Blonde - Bob Dylan, 1966
O atestado de maioridade de Dylan; depois disso, o rock não tinha mais desculpa para a ingenuidade
10. Pet Sounds - Beach Boys, 1966
Um sonho adolescente, embalado pelo pop mais perfeito e cristalino. “O maior disco da história”, segundo Paul McCartney
11. Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band - Beatles, 1967
Auge do experimentalismo do rock. Definiu sua geração e criou novos horizontes para o pop
12. Between the Buttons - Rolling Stones, 1967
Os rebeldes mostram que também têm coração
13. Are You Experienced? - Jimi Hendrix, 1967
Hendrix desfila todo seu arsenal: microfonia, psicodelia, distorção e um pé fincado na tradição do blues
14. The Velvet Underground and Nico - Velvet Underground, 1967
Inaugurou a melancolia no pop. Fez contraponto ao otimismo hippie
15. The Doors - The Doors, 1967
Pessimista e dark, embalado pela angústia existencial de Jim Morrison, na contramão do sonho hippie
16. We’re Only In It For the Money - Frank Zappa and the Mothers of Invention, 1968
Satiriza o hippismo e antecipa o fim do sonho
17. The Village Green Preservation Society - The Kinks, 1969
Os Kinks enxergam além de guitarras barulhentas e fazem o seu Sargent Pepper’s
18. Kick out the Jams - MC5, 1969
Que paz e amor nada! Neste explosivo disco ao vivo, o MC5 pregava revolução, guitarras e amor livre
19. Live Dead - Grateful Dead, 1970
Longas explorações psicodélicas, no melhor momento de uma verdadeira instituição californiana
20. Black Sabbath - Black Sabbath, 1970
Para muitos, uma brincadeira de mau gosto. Para os fãs, um disco que sepultou a inocência dos anos 60 e inaugurou o heavy metal
21. Funhouse - Iggy Pop and the Stooges, 1970
Blues, John Coltrane e punk: a fórmula de Iggy Pop neste verdadeiro clássico do niilismo
22. Greatest Hits - Sly and the Family Stone, 1970
A música negra como arma de guerra: segundo Sly Stone, a revolução só se daria com o povo dançando nas ruas
23. Led ZepPelin IV - Led Zeppelin, 1971
Jimmy Page e sua gangue se escondem por trás do ocultismo e fazem um clássico do hard rock
24. Exile on Main Street - Rolling Stones, 1972
Os Stones esquecem a pose de maus e concentram-se no que sabem fazer melhor: música sublime
25. Ziggy Stardust - David Bowie, 1972
Uma ópera-rock sobre androginia e extraterrestres. Bowie cria um mundo de fantasia e sonho, que inspirou o punk e a new wave
26. Harvest - Neil Young, 1972
Obra-prima do country rock em uma época de cantores “sensíveis”, como James Taylor e Carole King
27. Transformer - Lou Reed , 1972
O subterrâneo nova-iorquino, com prostitutas, traficantes e bêbados, pela imaginação mórbida de Lou Reed
28. New York Dolls - New York Dolls, 1973
Guitarras altas, batom e roupas de mulher: os New York Dolls confrontavam com bom humor a macheza do rock da época
29. The Dark Side of The Moon - Pink Floyd, 1973
Questionamentos sobre loucura e solidão, embalados pela música mais triste a chegar ao topo das paradas
30. Ramones - Ramones, 1976
Em contraponto ao rock “sério”, quatro desajustados cometem este pecado sonoro, sem solos nem pretensão. Nascia o punk
31. Never Mind the Bollocks - Sex Pistols, 1977
O conflito de gerações em forma de disco: “Somos feios, sujos e não gostamos do que está acontecendo”
32. Talking Heads: 77 - Talking Heads, 1977
O punk cresce e amadurece; o funk de branco do Talking Heads prova que há cabeças pensantes na geração 77
33. Parallel Lines - Blondie, 1978
O dia em que o punk e a new wave fizeram as pazes com o pop. Som comercial sem abdicar de seus ideais
34. Unknown Pleasures - Joy Division, 1979
Velvet Underground para as novas gerações: sombrio e mórbido, vê um mundo mais sem futuro que o do Sex Pistols
35. The Specials - The Specials, 1979
O punk inglês se mistura ao ska jamaicano, que havia anos habitava os bairros mais pobres da Inglaterra
36. Double Fantasy - John Lennon e Yoko Ono, 1980
Depois de passar anos fazendo discos políticos, Lennon e Yoko assumem a maturidade e gravam pelo simples prazer de criar
37. London Calling - The Clash, 1980
Está tudo aqui: rockabilly, reggae, ska, jazz. O grande disco que define o fim da adolescência no punk
38. Heaven Up Here - Echo and the Bunnymen, 1981
Grandioso demais para se encaixar em algum movimento musical, marca o amadurecimento do pós-punk
39. Power, Corruption and Lies - New Order, 1983
O rock abraça a música eletrônica e prova que música “de computador” também pode ter coração
40. The Head on the Door - The Cure, 1985
O Cure embala a morbidez no pop mais acessível e leva a melancolia às massas
41. The Queen is Dead - The Smiths, 1986
O rock esquece os vencedores, celebrando os desajustados, tímidos e fracassados
42. Licensed to Ill - Beastie Boys, 1986
Três espertalhões juntam rap e heavy metal e criam música negra para jovens brancos
43. The Joshua Tree - U2, 1987
O U2 ressuscita o rock político – e os fãs, apolíticos, compram sem perceber a intenção
44. Daydream Nation - Sonic Youth, 1988
Os intelectuais da guitarra fazem uma perfeita radiografia de uma geração sonada pela MTV e pelo rock comercial
45. It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back - Public Enemy, 1988
Um libelo contra a manipulação da mídia, o “embranquecimento” da América de Reagan e o racismo
46. Out of Time - R.E.M., 1991
Rock de gente grande, com ambição e propósito, apesar do lustro pop e do imenso sucesso comercial
47. Metallica - Metallica, 1991
Representou, para a geração MTV, o que Black Sabbath foi para os jovens em 1970: a celebração da negação
48. Nevermind - Nirvana, 1991
O dia em que o punk encontrou a MTV: um disco que destruiu barreiras e que tornou obsoleto todo o rock vagabundo do fim dos anos 80
49. BloodSugarSexMagik - Red Hot Chili Peppers, 1991
Fãs de Korn e Limp Bizkit vão chiar, mas a verdade é que todo o funk metal e o nu metal começaram aqui
50. OK Computer - Radiohead, 1997
Um disco gélido, cerebral e triste, sobre a dificuldade de comunicação no fim do século. Paradoxalmente, foi um sucesso
Frases
"Por que jovens gostam de rock? Ora, porque os pais não gostam, é claro!"
Chuck Berry
"Se você se lembra dos anos 60, é porque não estava lá."
Robin Willians
"Eu odeio o Pink Floyd."
Frase escrita na camisa de Johnny Rotten, dos Sex Pistols
"Eu sou uma garota material, vivendo num mundo material."
Madonna
"Meu sonho e viver num mundo onde Lenny Kavitz nõ seja chamado de ·rock·"
Mark Arm, Mudhoney
O berço do Rock
O rock’n’roll nasceu da misturade cinco gêneros distintos da música americana. São eles:
Northern Band Rock’n’Roll
Espécie de versão com guitarra e baixo do som das big bands de Kansas City. O maior nome do estilo era Bill Halley (Rock Around the Clock)
New Orleans Dance Blues
Gênero em que predominavam baladas, tendo o piano como instrumento principal. Little Richard e Fats Domino se destacavam
Memphis Country Rock
Também chamado de rockabilly, era basicamente música caipira branca, tocada com guitarra elétrica. A gravadora Sun, descobridora de Elvis, era a meca desse ritmo
Chicago Rhythm and Blues
Versão negra do rockabilly, que teve em Chuck Berry e Bo Diddley seus mestres
Grupos Vocais
Sem instrumentos, usavam somente o gogó, em arranjos lindos. Frankie Lymon and the Teenagers era o grande sucesso
Fonte: The Sound of the City, de Charlie Gillett (Souvenir Press, EUA, 1971)
Os revolucionários
Dez nomes que mudaram o rock·n·roll
Chuck Berry
O primeiro grande compositor do rock criou riffs copiados até hoje (“Roll Over Beethoven”, “Maybellene”). Compôs rocks, blues e baladas e foi também o primeiro grande “fora-da-lei” do rock’n’roll, tendo sido preso várias vezes quando adolescente (e outras várias vezes depois)
Beatles
Lançaram, entre 1965 e 67, três álbuns – Rubber Soul, Revolver e Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band – que elevaram o rock a um nível artístico nunca visto. Daí experimentaram de tudo: música indiana, fitas rodadas de trás para a frente, sons de pássaros, LSD... E o rock nunca mais foi o mesmo
Bob Dylan
O primeiro grande letrista do rock. Cantor folk, chocou a platéia ao subir no palco com uma banda de rock, em 1965. Muitos previram um fracasso quando lançou Like a Rolling Stone: a música tinha seis minutos de duração, o triplo da média das canções do rádio. Foi seu primeiro grande sucesso
Brian Wilson
Mesmo surdo de um ouvido e abalado para sempre por causa dos socos que levava do pai, o líder dos Beach Boys compôs alguns dos momentos mais sublimes da música pop. Queria superar os Beatles, que considerava os únicos capazes de rivalizar com seu talento
Rolling Stones
Eram o contraponto mal comportado à simpatia dos Beatles. Foram os primeiros a subir no palco com as roupas que usavam no dia-a-dia, sem os “uniformes” usados pelas bandas – um choque na época. Resgataram o blues de Muddy Waters e Willie Dixon e exploraram a psicodelia e a música soul
Phil Spector
O mais influente produtor musical dos EUA nos anos 60. Aos 18 anos já tinha uma música no Top 10. Revolucionou as gravações com sua técnica de gravar vários instrumentos na mesma faixa, para criar uma sonoridade densa e poderosa
Jimi Hendrix
Revolucionou a guitarra e tornou-se o músico mais influente e inovador de sua geração. Seu estilo único unia o blues a distorção e microfonia. Quão bom ele era? Eric Clapton responde: “Uma vez, Jimi subiu conosco no palco e tocou Killing Floor, de Howlin’ Wolf, que eu nunca consegui tocar direito. Todo mundo ficou de boca aberta”
David Bowie
O “camaleão” do rock fez de tudo: foi menestrel hippie (anos 60), inventou o glam rock, influenciou o punk e a new wave e embrenhou-se por sons eletrônicos (anos 70). Fez dance music e trilhas para o cinema (80). Sua capacidade de se reinventar não tem paralelo no pop
Sex Pistols
Em 1976, o rock vivia uma fase tediosa, com artistas milionários tocando em estádios. Em oposição a eles, grupos como Sex Pistols, Ramones e The Clash criaram o punk, uma música crua e direta. Estouraram na Inglaterra e provaram que não era preciso ser bonito e comportado para chegar ao topo das paradas
Kurt Cobain
Conseguiu, como ninguém, capturar em música o espírito da geração MTV, marcada pelo tédio e pela paralisia em face do domínio corporativo. O Nirvana foi um caso raro de banda alternativa que fez imenso sucesso comercial e abriu caminho para dezenas de outras
10 grandes momentos do Rock
Benjamin Franklin “descobre” a eletricidade (junho de 1752)
O velho Ben soltou uma pipa no meio de uma tempestade e mudou o mundo
Elvis grava um disco para a mãe (4 de janeiro de 1954)
Um caminhoneiro pobre entra nos estúdios da gravadora Sun, em Memphis, e grava um acetato para dar de presente à mãe. Meses depois, quando precisou de um cantor para gravar um compacto, o dono da Sun, Sam Phillips, lembrou-se do rapaz, Elvis. Nascia o rock’n’roll
Morte de Buddy Holly (3 de fevereiro de 1959)
Buddy Holly, Ritchie Valens e Big Bopper morrem num desastre de avião, depois de um show. Foi a primeira grande tragédia do rock, um evento que ficou marcado como “o dia em que a música morreu”
Beatles aparecem no programa de Ed Sullivan (9 de fevereiro de 1964)
Mais de 50 mil fãs brigaram pelos 703 ingressos disponíveis no estúdio da CBS. Os Beatles cantaram cinco músicas e foram vistos por 73 milhões de americanos. Nascia a Beatlemania
Beatles encontram Bob Dylan (28 de agosto de 1964)
Num hotel de Nova York, o quarteto de Liverpool foi apresentado ao maior bardo do rock e, pela primeira vez, fumaram maconha. O encontro motivou o grupo a abandonar as canções adolescentes. Ali começou a fase psicodélica dos Beatles
Woodstock: lama e paz (15 a 17 de agosto de 1969)
O auge do sonho hippie: meio milhão de pessoas se reuniram para celebrar a paz e o amor, sem policiais ou chuveiros para atrapalhar. Foram três dias de lama, drogas e muito rock’n’roll, ao som de The Who, Jimi Hendrix, Santana, Joe Cocker, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin, Grateful Dead e muitos outros
Altamont: violência e morte (6 de dezembro de 1969)
O fim do sonho hippie: concebido pelos Rolling Stones, o festival de Altamont terminou em tragédia quando uma gangue de motoqueiros da facção Hell’s Angels, contratada para fazer a segurança do evento, matou a pauladas um jovem negro. Outras três pessoas morreram na noite: duas atropeladas enquanto dormiam e uma terceira afogada
Sex Pistols xingam a Rainha DA INGLATERRA (maio de 1977)
Em uma esperta jogada de marketing, os Pistols lançaram o compacto “God Save the Queen” a tempo de esculhambar as comemorações do Jubileu da Rainha. O disco foi banido das rádios do país, mas tornou-se o segundo mais vendido
Estréia da MTV (1 de agosto de 1981)
Antes da MTV, o principal meio de divulgação para artistas era o rádio. Logo as gravadoras perceberam o potencial do novo canal e passaram a investir mais em clipes. A imagem de uma banda passou a ser tão importante quanto sua música. Surge a “geração MTV” com estrelas como Madonna, Duran Duran, Prince e Michael Jackson
Michael Jackson compra o catálogo dos Beatles e Elvis Presley (setembro de 1985)
Hoje, ninguém pode usar uma música dos Beatles ou de Elvis sem pedir licença a um homem que pendura o próprio filho de uma janela e que admite ter feito vodu contra Steven Spielberg
Para saber mais
The Sound of the City - The Rise of Rock and Roll - Charlie Gillett, Da Capo Press, EUA, 1970
The People’s Music - Ian MacDonald, Pimlico Books, Reino Unido, 2003
Fonte: Revista Super http://super.abril.com.br/cultura/rocknroll-um-dois-tres-quatro
AS ORIGENS DO ROCK E O NASCIMENTO DO ESTADO (EDODIREITO) MODERNO Germano Schwartz
No estilo das OABs da vida, questiono se é correta a seguinte sentença: inexiste estilo musical cuja nascença esteja ligada ao Direito. Qual a resposta? Digo, sem medo de errar, que o enunciado da frase é incorreto. Há. Somente um. Qual? O Rock. Pois é. Sim, o subversivo rock and roll, contestador do status quo (Direito), nasceu, justamente, das promessas jurídicas típicas do Estado Moderno, aquele tão bem abordado pelo meu professor Bolzan de Morais em suas obras.
A fim de melhor explicar o afirmado, é preciso retroceder no tempo para observar melhor o fenômeno. Ducray (2011, pp. 12-13) explica que, junto ao Mayflower (o navio de peregrinos que desembarcou na América em 1620), vieram imigrantes de várias localidades. Saíam do Velho Continente porque ali não se respeitavam os direitos dos cidadãos e era justamente isso que procuravam na América. Eram ingleses, poloneses, irlandeses, austríacos, franceses, russos, entre outros.
A impossibilidade de se trazer junto ao navio instrumentos mais sofisticados, como, por exemplo, o piano, fez com que tais imigrantes optassem por trazer consigo violões a fim de passar o tempo da longa travessia do Atlântico, e, também, para reavivar no senso coletivo a sua cultura e o seu folclore. Já em solo americano, impuseram-se como representantes de uma nova tradição de abordar a música: as baladas anglo-irlandesas – com suas crônicas dramáticas e violentas da vida cotidiana – e as músicas de danças mais rítmicas e sentimentais provenientes do Tirol germânico. É a hilbilly song (música caipira) que, depois, transformou-se na música country.
Ainda com Ducray (2011, p. 13), paralelamente ao Mayflower, uma quantidade imensa de indivíduos também são trazidos à América, em longas viagens de navio. Mas para eles não existe uma promessa de liberdade e de respeito de seus direitos. São os escravos. Eles não imigram. Trata-se de um êxodo. Os sofrimentos inexpugnáveis aos quais eram submetidos foram traduzidos em uma espécie de canto que sublinhava as condições desumanas que lhes eram impostas. A memória da África não possuía instrumentos musicais. Esse grito visceral e liberador repousava na voz interior de cada escravo.
Os negros americanos conseguiram expressar sua dor em um ritmo musical que remete a um deus africano do vodu. Ele exalta os prazeres violentos da carne em contraposição ao passado pasteurizado dos brancos do Mayflower. Os blue devils. O Robert Johnson como o renegado do blues e seu famoso pacto com o diabo espelhado no filme Crossroad. O ritmo do blues e sua essência, sua alma, foram essenciais para o surgimento do rock e para entender o tipo de comunicação musical que ele produz.
E o que é rock? Como diria o grande Keith Richards, ele é o filho bastardo da conjunção entre o blues e o country. Note-se: os peregrinos do Mayflower aventuraram-se em terras desconhecidas, seduzidos pelo direito a ter direitos, algo desconhecido para eles na sociedade europeia da época; já os escravos, por seu turno, vinham desiludidos por perderem a condição jurídica que gozavam em seus países de origem, sabedores de que seriam proibidos, na América, de postulararem direitos. Eles não teriam –e por muito tempo – direito a terem direitos.
Não por acaso, o country e o rock são dois símbolos da cultura dos Estados Unidos da América. Coincidemente, queira-se ou não, tal país é o experimento das ideias modernas a respeito de Estado e de Direito, com a aplicação de concepções que os revolucionários franceses levariam algum tempo para levar a cabo.
Pelo mesmo motivo, não é surpreendente – e muito menos díficil – verificar que o rock transformou a sociedade. O mundo não foi mais o mesmo depois de seu nascimento. Você poderia, então, enumerar, como nos fatídicos espelhos da segunda fase do exame da OAB, quais outros estilos musicais promoveram uma mudança na sociedade, dando por base sua nascença no Direito (e no Estado) Moderno?
Vou deixá-los pensando, muito embora eu saiba a resposta. Enquanto isso, parodiando os conclames que se faziam em períodos de interregno, ouçamos um pouco de Rainbow:
Long Live Rock’n’Roll
Fonte: Empório do Direito Germano Schwartz – 12/05/2015 http://emporiododireito.com.br/as-origens-do-rock-e-o-nascimento-do-estado-e-do-direito-moderno-por-germano-schwartz/
CRÍTICA E REPRESENTAÇÃO DA GUERRADO VIETNÃ NO ROCK DOS ANOS 1960 Ricardo Poço Vianna
A década de 1960 nos Estados Unidos foi marcada por acontecimentos drásticos que teriam grande repercussão no presente e no futuro do país e do mundo. Junto a tais fatos, e de extrema importância para o historiador, também merece destaque a relação de afrontas e respostas estabelecidas entre pensamentos culturais conflitantes. Mais do que um conflito ideológico – característico da Guerra Fria – era o conflito geracional um dos fatores da discórdia interna aos Estados Unidos. Com o advento da Guerra do Vietnã, bem como do movimento pelos direitos civis, do feminismo, do movimento gay entre outros, a juventude evidentemente vivia em um contexto social e político de ampla contestação, para se falar o mínimo.
Com a chegada de Lyndon Johnson à presidência em 1963, o país viu uma intensificação do conflito com o Vietnã. Embora não fosse uma guerra declarada oficialmente, o envio crescente de tropas para o Sudeste Asiático não deixava dúvidas da direção tomada. Nos Estados Unidos, a imagem de uma guerra injustificada e desnecessária tinha suas representações e contestações, fosse nos meios políticos, acadêmicos, midiáticos ou culturais. Pela primeira vez desde a Guerra Civil, o país se encontrava seriamente dividido.
Neste trabalho, vamos nos ater às representações do conflito do Vietnã no meio musical. Para tanto, utilizaremos canções que abordam a questão de maneira plural, e em ocasiões diferentes, como no festival de Woodstock. Como destacou Roberto Muggiati, o recente envolvimento social da música se refletia, mais do que nunca, na ação política, o que de certa forma traçava laços com diferentes movimentos de protesto. Dessa forma, analisar a música de protesto contra a guerra em vigência significa, em uma perspectiva mais ampla, estudar manifestações de cunho político que não raro serviram como o grito de uma geração.
Para tanto, utilizaremos o rock da década de 1960 para traçar as várias facetas da representação do conflito no Vietnã. Os grupos, como ressaltou Paul Friedlander, atravessavam um processo de amadurecimento musical, inovação criativa e aumento do sucesso comercial , o que teria certamente contribuído para que os jovens passassem a dar mais atenção ao gênero, sem que deixassem de ouvir o tão querido folk. Este, no entanto, não será analisado neste trabalho, porém, não se pode minimizar a importância que Bob Dylan e Joan Baez tiveram na politização das letras e poesias.
Com o objetivo de demonstrar a variedade de músicas e de manifestações, utilizaremos aqui os exemplos de John Lennon e seu bed-in realizado em 1969, que resultou na canção "Give Peace a Chance"; a crítica do Creedence Clearwater Revival sobre o recrutamento em "Fortunate Son"; o papel político de Woodstock e as apresentações de Country Joe Mcdonald com "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag" e de Jimi Hendrix com "The Star-Spangled Banner" e, em outra ocasião com "Machine Gun".
O bed-in de John Lennon
Em março de 1969, John Lennon e Yoko Ono casaram-se. Sabendo da repercussão que isto geraria na mídia, o casal decidiu fazer dois bed-ins a fim de promover a paz mundial e o fim da guerra. A primeira semana do bed-in teve lugar em Amsterdã, e repórteres do mundo todo poderiam entrar no quarto de hotel onde estavam das 9 da manhã às 9 da noite. Eventos relacionados a este primeiro protesto foram registrados na canção "The Ballad of John and Yoko", gravada pelos Beatles no mesmo ano.
Em maio de 1969, ocorreu o segundo bed-in, em Montreal, no Canadá. John Lennon, cada vez mais politizado, convidou para o quarto personalidades famosas à época, como Timothy Leary, Allen Ginsberg, Tommy Smothers e Dick Gregory para a gravação de uma música. O resultado foi "Give Peace a Chance".
A música possuía uma estrutura rítmica e melódica simples, feita com dois violões acústicos e percussão em portas, janelas e no que mais fizesse som. A letra, relacionada a temas e pessoas que estavam em evidência à época, contava com um refrão que se tornaria o grito dos pacifistas. Contrariamente aos assuntos que as pessoas falavam, tudo o que aqueles desejavam era uma chance à paz.
De acordo com John Lennon, "No fundo do meu coração, eu queria escrever alguma coisa que superasse 'We Shall Overcome'. Eu não sei porque. Aquela que todos cantariam, e eu pensei, ‘Por que ninguém escreve alguma coisa para as pessoas agora? Este é o meu trabalho e o nosso trabalho.’"
John Lennon, como ressaltou Roberto Muggiati, havia rejeitado todas as crenças psicodélicas dos anos anteriores, assumindo uma posição decididamente política. "We Shall Overcome" era a canção tradicional de protesto, popularizada no início do século XX. Lennon buscava um novo hino para demonstrações de protesto, conseguindo o que queria em novembro de 1969. Neste mês, ocorreu o Moratorium to End the War in Vietnam, reunião nacional de mais de 500 mil pessoas em Washington, com a intenção de protestar contra a Guerra. Uma das músicas entoadas era "Give Peace a Chance", cuja mensagem era clara e objetiva, e seu autor uma das personalidades mais queridas pelo movimento pacifista.
A crítica do Creedence Clearwater Revival sobre o recrutamento
Em 1969, o Creedence Clearwater Revival deixou sua marca de protesto. Um mês após Woodstock, a banda lançou "Fortunate Son", uma canção que questionava o porquê de certas pessoas não serem convocadas para a guerra.
John Fogerty e Doug Clifford, vocalista e baterista, respectivamente, haviam servido o Exército de 1966 a 1967. Paralelamente, Fogerty percebeu que algumas pessoas ligadas a poderosos estavam conseguindo escapar do alistamento obrigatório. "Julie Nixon [filha do presidente Nixon] estava saindo com David Eisenhower [neto do ex-presidente Eisenhower], e você tinha a impressão de que nenhuma destas pessoas estariam envolvidas na guerra. Em 1969, a maioria do país acreditava que o moral estava alto entre as tropas, e por volta de 80% deles eram a favor da guerra. Mas para alguns de nós que estávamos observando mais de perto, nós sabíamos que estávamos indo em direção de problemas."
A canção, dessa forma, é cantada do ponto de vista de um soldado que não é o filho de nenhum senador, milionário ou líder militar, ou seja, não é um “filho afortunado”.
Yeh, some folks inherit star spangled eyes,
ooh, they send you down to war, Lord,
And when you ask them, how much should we give,
oh, they only answer, more, more, more, oh,
It ain't me, it ain't me,
I ain't no military son,
It ain't me, it ain't me,
I ain't no fortunate one.
Apesar de ser contrária à guerra, a música punha-se favorável aos soldados que lutavam no Vietnã. Como Fogerty e Clifford, assim como a maioria dos fãs do Creedence Clearwater Revival, muitos dos combatentes vinham da classe trabalhadora e da classe média. Sua presença no conflito se devia, dentre outros motivos, por não possuírem contatos que permitissem que levassem uma vida normal nos Estados Unidos.
O papel político de Woodstock
Não é raro dissociar Woodstock de qualquer atribuição política no cenário dos anos 60. Tal desvinculação pode ser causada por dois erros cumulativos que perpassam décadas no imaginário social. O primeiro equívoco reside na consideração do movimento hippie como desraigado de prerrogativas políticas. Desta forma, este seria visto e lembrado mais pelo drop out do sistema e pela ausência de propostas políticas perante o turbulento contexto dos Estados Unidos. Uma vez traçado este perfil aparente sobre o movimento hippie, caracterizá-lo como o público majoritário de Woodstock nos leva ao segundo equívoco. Embora não haja dados exatos sobre o público naqueles três dias, estima-se que grande parte dos presentes era formada por jovens da classe média – universitários e trabalhadores. Em outras palavras, por mais que se considere o vazio político dos hippies, o público era formado por estudantes e jovens cônscios e críticos das agitações internas e externas ao país. Assim, podemos questionar o “teor apolítico” do festival.
O debate, contudo, permanece até hoje, como é visto nas entrevistas conduzidas por Pete Fornatale com estudiosos do tema. Segundo Bob Santelli, "De modo geral, Woodstock não foi sobre política. Não foi sobre o que estava acontecendo no mundo, as coisas ruins. Foi sobre a criação de um novo mundo, uma nova identidade, uma nova nação, esta Nação Woodstock. Não foi sobre tentar resolver a Guerra do Vietnã ou sobre se manifestar e mandar uma tremenda mensagem ao mundo careta e ao governo americano de que queríamos que a guerra parasse."
Já para Stan Schnier, "(...) Woodstock é sobre a Guerra do Vietnã. Aconteceu numa época em que toda uma geração de jovens estava traumatizada pela guerra. Havia o alistamento obrigatório. (...) A velha geração era a favor dos militares. Mas eu vim de uma cultura onde nossos pais eram da Segunda Guerra Mundial, todos lutaram a boa guerra, uma guerra justificável. A idéia de o país ir à guerra era positiva na mente deles. Os mais velhos não questionavam, só os jovens. (...) Então a música era apenas um reflexo disso. Ela não veio primeiro, foi como um efeito posterior. O que um bando de jovens assustados fazem se vivem num ambiente em que seus pais não os compreendem?"
Pelos relatos, é possível perceber a diferença de visões sobre o conteúdo político de Woodstock. O critério central para a definição gira em torno da Guerra do Vietnã, e enquanto Santelli trata da criação da identidade da “Nação Woodstock” exclusivamente, Schnier trata o festival como fruto da identificação de jovens que se reconheciam pelo trauma da guerra e pelas imposições do sistema, sendo assim, de bases políticas.
Por outro lado, ainda que se defenda o descompromisso político de Woodstock, é evidente que isto não impedia manifestações políticas dos artistas. Desta forma, apresentações como a de Country Joe Mcdonald, do Jefferson Airplane e de Jimi Hendrix, por exemplo, apelavam para a crítica política por meio da música, como será evidenciado a seguir.
A contraposição de valores na música de Country Joe Mcdonald
Joe Mcdonald era um veterano da Guerra do Vietnã que havia tido baixa da Marinha recentemente e se mudara para São Francisco em 1965. O cantor estava escalado para o terceiro dia de Woodstock, junto com sua banda, The Fish, porém, em meio à desorganização do festival, foi convidado a iniciar sua carreira solo sendo o terceiro artista a se apresentar na tarde de sexta-feira. Com cabelos longos e munido de um casaco do Exército, Joe Mcdonald evidenciava sua história por meio da contraposição de valores opostos à sua época.
Ao final de sua apresentação, Country Joe toca sua última música, "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag". A maior parte das canções sobre a guerra e o Vietnã era compreensivelmente sombrias e soturnas. Em geral, apresentavam uma repulsa visceral à idéia de um conflito armado, à morte e aos ferimentos de soldados e civis. Por outro lado, a canção de Country Joe é inovadora ao ser carregada de ironia e ter uma levada alegre. Seu divertido refrão logo se espalhou pelos Estados Unidos e virou grito de (anti-) guerra dos jovens.
And it's one, two, three,
What are we fighting for ?
Don't ask me, I don't give a damn,
Next stop is Vietnam;
And it's five, six, seven,
Open up the pearly gates,
Well there ain't no time to wonder why,
Whoopee! we're all gonna die.
Em um ritmo com características folk, "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag" punha em questão o porquê da guerra, satirizando as atitudes do governo perante o Vietnã. Contudo, apesar da aparente animação, a ironia torna-se cruel e provocativa na última estrofe da música.
Well, come on mothers throughout the land,
Pack your boys off to Vietnam.
Come on fathers, don't hesitate,
Send 'em off before it's too late.
Be the first one on your block
To have your boy come home in a box.
Os últimos versos adotavam uma postura contrária às canções habituais de protesto, geralmente pautadas na mensagem de “precisamos de paz”. Country Joe, por sua vez, conclama os pais a enviarem os seus filhos para o Vietnã e serem os primeiros do quarteirão a receber o filho de volta num caixão. Com o crescente número de mortos no conflito e com o alistamento militar obrigatório, a guerra estava no seu auge. A música de Country Joe, paralelamente, fazia também uma defesa dos veteranos que haviam servido no conflito, uma vez que certos setores da sociedade americana retaliavam os fracassos. Assim, o músico conseguiu reunir várias emoções sobre a turbulência política e social do período e expressá-las de maneira criativa em uma música que, quando executada em Woodstock, obteve resposta positiva do público e representou um dos momentos políticos do festival.
O hino deturpado de Jimi Hendrix em Woodstock
Embora não estivesse previamente definido, Jimi Hendrix foi escalado para fechar Woodstock, num show que ocorreu na manhã de segunda-feira, quando apenas 10% do público máximo do festival, estima-se, estava presente. Dessa forma, por volta de 40 mil pessoas – número expressivo para os padrões da época – ainda estavam na fazenda de Max Yasgur para assistir o derradeiro show. Ao final da primeira parte da apresentação de Jimi Hendrix, o guitarrista iniciou uma versão de uma música que não fora combinada com o restante da banda, mas que havia sido ensaiada previamente por Hendrix sozinho. A canção era o hino "The Star-Spangled Banner", que recebeu uma releitura perversa aos olhos mais conservadores dos valores norte-americanos.
Sem a letra, Hendrix recria o hino dos Estados Unidos adicionando, com efeitos da guitarra, barulhos de bombas, metralhadores, sirenes, aviões e todo o caos representativo da guerra.
Segundo Ellen Sander, "Senti que o patriotismo estava sendo redefinido. A frase não tinha sido pronunciada ainda, mas a noção de Nação Woodstock já estava presente. Foi um testamento incrível da alma dele, da alma em si e da alma do país."
Para Billy Altman, "O 'Star-spangled banner' encheu o ar. Parecia a Guerra do Vietnã. Soava como um tiroteio, como helicópteros, como metralhadoras. Ele pegou a canção e fez algo que ninguém nunca julgou possível com o hino nacional. Ele o fez soar como tudo que estava acontecendo no nosso país e em volta do mundo no momento."
Seja visto como profano ou profundo, Hendrix acabou por criar um retrato do contexto político do final dos anos 60. O hino começava de forma patrioticamente correta, porém, o meio era permeado pelos citados barulhos e simbolismos, voltando, no fim, à melodia da música. Desta maneira, o guitarrista não só remetia ao Vietnã, mas também à história dos Estados Unidos como um todo, marcada pelas guerras. A performance de Hendrix no último show de Woodstock permanece como uma das maiores lembranças dos três dias do festival: o hino deturpado, como uma de suas manifestações políticas.
Jimi Hedrix retrata a guerra em uma nova faixa
Pouco mais de um mês depois de Woodstock, Jimi Hendrix lançaria uma música que novamente retratava a guerra no instrumental, mas que agora continha uma letra, também sobre o conflito. "Machine Gun" possuía um riff em que o baixo, a bateria e a guitarra atuavam juntos na tentativa de simular o barulho de uma metralhadora disparando. A canção nunca fora gravada em estúdio, e sua letra variava nos shows, apesar de seguir uma linha geral da representação do ponto de vista de um soldado lutando na guerra.
Machine gun, yeah
Tearing my body all apart
Evil man make me kill ya
Evil man make you kill me
Evil man make me kill you
Even though we’re only families apart
A música culpa os “homens malvados” dos governos por forçarem os soldados a terem que matar uns aos outros, ainda que sejam apenas de famílias separadas. A igualdade entre os povos é ressaltada, em detrimento de posicionamentos políticos e ideológicos. Ao final da música, no álbum ao vivo Band of Gypsys, Hendrix reforça sua mensagem
Yeah, that’s what we don’t wanna hear anymore, alright?
(No bullets)
At least here, huh huh
(No guns, no bombs)
Huh huh
(No nothin’, just let’s all live and live)
(You know, instead of killin’)
Apesar do pedido de Hendrix pelo fim das balas, armas e bombas, a Guerra do Vietnã ainda traria milhares de mortes pelos próximos quatro anos.
Conclusão
Pela análise das músicas citadas, por fim, podemos notar a multiplicidade de assuntos que giram em torno do tema principal da Guerra do Vietnã. As canções estudadas, talvez com a exceção de "Give Peace a Chance", fogem da crítica simples na fórmula do “parem a guerra” ou “precisamos de paz”. Pelo contrário: a criatividade das letras, e no caso de Jimi Hendrix, também no instrumental, refletiam pensamentos mais aprofundados sobre o que estava acontecendo.
John Lennon fez sua crítica ao comportamento da sociedade, preocupada com assuntos diversos, mas surda quanto ao pedido por paz. John Fogerty e o Creedence Clearwater Revival atacaram o privilégio de certas pessoas em não serem chamadas para servir no conflito por terem contatos influentes. Country Joe Mcdonald, por sua vez, foi ácido e irônico ao convidar os pais de jovens a enviarem seus filhos para a guerra e serem os primeiros a recebê-los de volta num caixão. Já Jimi Hendrix fez uma apresentação sublime e profana do hino nacional norte-americano confundindo-o com barulhos da guerra, pervertendo um dos símbolos da história dos Estados Unidos. Com "Machine Gun", o guitarrista seria mais direto em sua crítica, colocando a culpa em homens maléficos que provocam a morte entre famílias separadas pela distância.
Dessa forma, é possível perceber como a música, e mais especificamente o rock, contribuíram para a crítica política no contexto dos Estados Unidos nos anos 60. Fosse aproveitando-se da fama para passar uma mensagem, fosse utilizando-se de momentos específicos para realizar uma crítica, os músicos mostravam sua atenção com o que ocorria no mundo, contrariando a imagem de uma juventude desraigada politicamente que se limitava ao estereótipo de sexo, drogas e rock and roll.
O ROCK E SUA PARTICIPAÇÃO NOS MOVIMENTOS SOCIAIS Músicas feitas e usadas com cunho social Cris Fagundes
Como já havíamos falado no primeiro texto desse blog, sobre a origem do Rock, sabemos que mais que o surgimento de um estilo musical, o Rock, serviu como um “grito”, dos excluídos da sociedade americana, o rhythm & blues, a vertente negra do rock, que representa, os negros excluídos, da sociedade americana, onde eram marginalizados e descriminalizados por uma sociedade que na década de 1950, era dominada por brancos,anglo-saxões e protestantes, e o chamado country & western, a vertente branca do rock, que representa o sofrimento, o lamento, o descontentamento dos pequenos camponeses, portanto como relembrado, aqui vemos a importância social que se dá ao surgimento do Rock.
Mas não para por aí, com o passar do anos, décadas, surgiram novas vertentes dentro do Rock, novos estilos de fusão, mas muitas vezes, mantendo esse cunho social, em suas letras, sua postura, ideologias, onde muitas vezes, a própria sociedade, “adotou”, certas músicas, para protestar, expressar seus pensamentos, descontentamento, diante do panorama social em que viviam, e esse é o nosso assunto de hoje, irei postar algumas músicas, que representam ao longo dos anos, esse paralelo entre o rock e a sociedade, seus movimentos, obvio não postarei todas, pois esse que vos fala ficaria ate amanhã aqui escrevendo e postando videos, mas segue uma seleção, com algumas músicas, com sua história, origem, e ideal, objetivo, que são muito interessantes.
Run To The Hills – Iron Maiden = A canção fala sobre a expulsão forçada dos nativos americanos para o Oeste dos Estados Unidos presumivelmente durante a presidência de Andrew Jackson, quando as expulsões foram conduzidas pelo Exército dos Estados Unidos. Também é possível que a canção seja sobre as Guerras Sioux, quando a terra de Lakota, nas Dakotas, foram tomadas à força pelo Exército dos EUA. A canção foi escrita por Steve Harris, baixista e fundador da banda.
Sunday Bloody Sunday – U2 = a letra descreve o horror sentido por um observador “The Troubles” na Irlanda do Norte, com destaque no incidente do Domingo Sangrento em Derry, onde as tropas britânicas atiraram e mataram manifestantes de direitos civis.
Blue Sky Mine – Midnight Oil = A canção refere-se à mina de amianto Wittenoom na Austrália Ocidental, onde o amianto azul foi extraído entre 1947 e 1966. A cidade outrora próspera é agora uma cidade fantasma. As lojas estão fechadas com tábuas, a 2 escolas estão fechadas, o cinema local está abandonado. Em sua ignorância, os colonos originais utilizavam amianto em jardins, pátios de escolas e estradas. Wittenoom é sem dúvida o maior desastre industrial da Austrália, e estima-se que 25% dos 20.000 homens que extraíam o amianto não morrerão de doenças relacionadas.
Holiday in Cambodia – Dead Kennedys = um hino antibelicista repleto de ironia e humor negro, refere-se à Guerra Civil do Camboja em 1973.
War Pigs – Black Sabbath = Uma música com clara critica as guerras, aos políticos, pessoas com poder na sociedade, que começam guerras, e mandam os inocentes ao fronte de batalha – (War Pigs foi lançada durante o calor da Guerra do Vietnã).
Another Brick In The Wall – Pink Floyd = Foi banida das rádios e televisões na África do Sul. A música vinha sendo usada por estudantes negros em protestos contra o sistema de educação.
Wind Of Change – Scorpions - A balada foi escrita por Klaus Meine, inspirando-se nos “ventos de mudança” que atingiam a Europa, com a Guerra Fria terminando, o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim. A letra celebra as mudanças políticas ocorridas no Leste Europeu naquela época – como as discussões políticas que levaram a queda do Muro de Berlim, e o retorno da democracia nos países que faziam parte do bloco socialista sob a liderança da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e o iminente abrandamento e colapso final da Guerra Fria. (Moskva é o nome do rio que atravessa Moscou, e o Gorky Park é um parque da cidade – é um parque monumental em homenagem aos escritor Máximo Gorky). A banda Scorpions inspirou-se para escrever esta canção em uma visita que fez a Moscou em 1989 e assim incluiram referência a paisagens naturais e urbanisticas da cidade na letra da canção).
God Save the Queen - Sex Pistols = Johnny Rotten explicou a letra da canção da seguinte maneira: “Você não escreve uma canção como ‘God Save The Queen’ porque você odeia a raça inglesa. Você escreve uma canção como essa porque você os ama, e você está cansado de vê-los sendo maltratados.” Suas intenções eram, aparentemente, evocar a simpatia da classe trabalhadora inglesa e gerar um sentimento geral de ressentimento contra a monarquia.
Bem galera é isso, sei que teria inúmeras canções que poderia postar aqui, mas deixo essas, para mostrar como o Rock e todas as suas vertentes, estão em constante “alinhamento” com a sociedade, seus problemas, mudanças, desde o seu surgimento.
Espero que gostem, tenham todos uma ótima noite, e até a próxima.
Fonte: Rocknauta Cris Fagundes em Hstória, Música, Rock & Sociedade, rock Total http://www.clickriomafra.com.br/rocknauta/o-rock-e-sua-participacao-nos-movimentos-sociais-musicas-feitas-e-usadas-com-cunho-social
A ORIGEM NEGRA DO ROCK’N’ROLL Filipe Larêdo
A origem de um estilo musical difundido por todos os cantos do planeta não haveria de ter uma explicação fácil, afinal, foi longo o caminho necessário para que o rock pudesse nascer.
Diversos ritmos e comportamentos foram se adaptando com o tempo e, em uma pura combinação de fatores, surgiu primeiro o rhythm and blues -- o famoso R&B -- e depois o rock and roll propriamente dito. Uma retrospectiva pelas raízes é necessária para que se possa entender sua importância no cenário, não apenas musical, mas também social do mundo.
Diferente de outros estilos musicais, o rock pressupõe a troca, a integração do artista com o público. Não há espaço para passividade nesse estilo; todos devem participar da construção do ritmo.
“Por isso, dançar é fundamental. Se não houver reação corpórea quente, não há rock”.
(Chacon, 1993. p.85).
Porém, tão importante quanto dançar é cantar. O ouvinte deseja se unir ao cantor e, em um amálgama mágico, se torna elemento insubstituível da equação. Não há como imaginar uma apresentação de rock com o público sentado sem interagir. Isso é uma característica da música erudita.
O rock penetra não apenas nos ouvidos e na visão, mas em todas as células do corpo.
“Em suas origens, o rock and roll era essencialmente uma música afro-americana. Os ritmos sincronizados, a voz rouca e sentimental e as vocalizações de chamado-e-resposta características dos trabalhadores negros eram parte da herança da música africana e tornaram-se tijolos com os quais o rock and roll foi construído.” (Friedlander, 2010. p. 31).
É incontestável que, a maior fonte do R&B e, posteriormente do rock and roll foi o blues. A música negra por excelência era tocada por homens negros desempregados que carregavam seus violões pelo sul dos Estados Unidos -- região mais pobre e rural do país, e que demorou mais tempo para alcançar o desenvolvimento econômico e ideológico que os estados do Norte -- no período da depressão das décadas de 1920 e 1930 e cantavam sobre a vida difícil e dolorosa que levavam.
Nesse contexto social, era comum encontrar letras de músicas blues que falavam de adversidades, conflitos e, ocasionalmente, celebração. Essencialmente rural, o blues sulista -- vindo da região do Delta do Mississippi -- era tocado nas varandas, nos bares de beira de estrada ou nas praças das cidades. Todavia, após o auge da depressão e o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, houve uma maciça migração negra para o Norte e o blues urbano começou a florescer.
O blues urbano manteve a carga emocional de referencial rural e sulista, mas passou a usar um toque de positividade e orgulho. Com isso, foi abandonando cada vez mais os temas depressivos e, usando uma formação expandida -- criada por Muddy Waters -- de guitarra rítmica, guitarra solo, bateria, baixo e piano, representou um importante avanço em direção ao rock and roll.
A segunda grande influência é a música religiosa: o gospel. Com seu estilo emocionado, “incluía palmas, chamado-e-resposta, complexidade rítmica, batidas persistentes, improvisação melódica e acompanhamento com percussão” (FRIEDLANDER, 2010. p. 33). É certo que, no R&B, muitas dessas características também estão presentes, mas é na música gospel que elas têm origem.
A união da plateia com o artista através de tantos recursos interativos, encontra sua origem na música negra religiosa, pois “os diálogos de chamado-e-resposta – originários dos cantos africanos – eram executados por um cantor principal e pela congregação que respondia” (Friedlander, 2010. p. 34).
O terceiro e último estágio para a origem do R&B é o jump band jazz. Surgido no final da era das grandes bandas no final da Segunda Guerra Mundial, era um estilo animado, com batida suingada e formado por cinco ou seis instrumentos e um saxofone que se destacava. Comparada às grandes bandas, as bandas de jazz pareciam pequenas, mas guardavam o poder de fazer o público dançar ao som dos solos de saxofone.
Reunindo as três fontes – blues, gospel e jump band jazz –, músicos negros criaram o estilo conhecido como rhythm and blues, que, por sua vez, seria a principal base para o rock and roll.
“A síntese musical do R&B consistia na formação básica das bandas de blues, complementada por um solista de sax-tenor do jazz. Como no jump band jazz, o importante era o swing. A influência do gospel, que enfatizava a base rítmica 2/4 (ou “backbeat”), marcadas principalmente pela bateria, criava um movimento corporal que estimulava os ouvintes.
O virtuosismo vocal e a criatividade no palco, ambas heranças do gospel, foram importantes componentes do R&B (…) Emoção na voz e a sustentação das notas foram herdadas do blues. O solo instrumental, feito principalmente pelo sax-tenor, combinava com a fluidez improvisada do jazz com as longas repetições do blues.”
(Friedlander, 2010. p. 34).
Deixando para trás os lamentos de sofrimento e dor dos tempos da depressão tocados pelos bluesmen rurais, o R&B contemplava principalmente o amor e as experiências sexuais da vida real. Enquanto o ritmo ia se tornando cada vez mais popular, um novo público de jovens ouvintes negros ia surgindo, à revelia de grande parte da população branca, que tinha excesso de pudor e também não aceitava que uma música negra invadisse seus ouvidos.
Um pitada de folk e country . E agora, rock and roll?
Embora, grande parte da população branca dos Estados Unidos não aceitasse a música dançante dos negros, o R&B ia conquistando admiradores. Não apenas os negros poderiam extravasar suas angústias e tristezas se divertindo com o novo e frenético som. Agora, os brancos queriam participar e também fizeram sua contribuição para o nascimento do rock and roll.
As músicas folk e country dos brancos criavam baladas sobre o cotidiano de pessoas comuns. Assim como o R&B negro, que até esse momento não se misturava, a música country branca também buscava manifestar suas experiências e emoções e representava uma alternativa às canções melosas e rimadas das músicas populares da época.
Encabeçado por Hank Williams, Jimmy Rodgers e Carter Family, o country/folk proliferou nas rádios do começo da década de 1950 e entrou nas paradas de sucesso.
Assim como a música transmitia a emoção do artista, o público respondia, na mesma medida, “movendo seus corpos em vibrações que acompanhavam o movimento dos artistas” (Friedlander, 2010. p. 46). O rock and roll era, para muitos, um catalisador de identidade para os adolescentes que, criados por pais hierarquicamente influenciados pela estrutura do exército, do trabalho e da família, não queriam obedecer a regras apenas porque elas existiam. Queriam seguir o rumo que suas próprias vidas os levariam.
E, “deitados na cama encolhidos com seus rádios ou depois da escola na casa de amigos, os jovens sabiam que ouvir rock and roll os fazia sentir-se bem”
(Friedlander, 2010. p. 47).
Apenas alguns anos após o término da II Guerra Mundial, a juventude americana, ainda traumatizada pelas perdas humanas -- principalmente de jovens --, queria, após anos de sofrimento, se divertir. Músicas despretensiosas, ritmos dançantes e o clima de festa serviriam para alegrar tanto os músicos, quanto os ouvintes.
Nesse contexto, ocorreu a mistura de música branca e negra que, mais alguns anos depois, já na década de 1960, percebendo que já viviam miscigenados através do rock and roll, vão reclamar e protestar contra o racismo.
Foi dessa forma, por meio da festa e da diversão, que brancos e negros aprenderam a dançar e cantar juntos.
O rockabilly pede licença: finalmente a mistura se completa
O R&B, originado do blues (rural e urbano), da música gospel e do jump band jazz, surgiu para os negros, popularizou-se e espalhou-se.
O folk e o country dos brancos se modernizaram e passaram a ser tocados nas rádios. Aos poucos, quase que imperceptivelmente, os dois caminhos começaram a se aproximar e, alguns jovens, ansiosos por sair da monótona músicapopular americana, decidiram criar uma nova estrutura de som e ritmo.
“Em meados do anos 50, alguns jovens, influenciados por Williams, ansiavam por mais. Cientes da força e da emocionalidade do rhythm and blues, eles quiseram incorporar ‘a batida’ à autêntica música country. Elvis Presley – nascido no Mississipi e depois estabelecido em Memphis – entrou na gravadora Sun Records em uma tarde de julho para gravar um blues rural intitulado That’s All Right (Mama).
Gravado com apenas um violão, uma guitarra, um baixo e cantado com trêmulo e displicente abandono, Elvis criou a síntese do country/blues/R&B conhecida como rockabilly. Mais tarde, a bateria somou-se ao conjunto e o rockabilly tornou-se um gênero de transição para alguns artistas brancos, atraindo astros como Jerry Lee Lewis, Johnny Cash, Carl Perkins e Roy Orbinson para a Sun Records antes do final da década”.
(Friedlander, 2010, p. 36)
Os artistas brancos das regiões rurais e montanhosas do sul dos Estados Unidos tocavam uma espécie de proto-country, chamada hillbilly. Denominado “música caipira”, era o modo de vida que as pessoas, vindas principalmente dos Apalaches e Ozarks, tinham e, como o principal meio de transporte para a região era o ferroviário, o som do hillbilly, muitas vezes, se assemelha a um trem em movimento.
Quando alguns jovens, embalados pelas duas culturas -- branca e negra -- e pelo sucesso da economia e da política americana do pós-guerra procuraram uma forma de extravasar sua insatisfação e de ter uma identidade de grupo, encontraram no rockabilly a expressão ideal de suas vontades.
É importante lembrar que, ao mesmo tempo em que a música revelava a vontade de mistura músico-racial, a política e a poesia também se manifestavam nesse sentido, respectivamente, por meio da decisão da Suprema Corte americana no caso Brown vs Conselho de Educação (1954), que tornava inconstitucional a segregação racial nas escolas, e da geração beat, que buscava exterminar a repressão sexual, usando temas de amor livre em versos críticos ao rígido ambiente dos anos 1950.
Dessa maneira, o mercado americano, predominantemente branco, passou a aceitar a música negra, adaptando seu estilo para uma fórmula nova e, de quebra, permitiu que o rock and roll salvasse o rádio da morte certa, já que, com o advento da televisão, não conseguia se sustentar.
Pequenas gravadoras independentes, tais como Sun e Chess Records, foram responsáveis por tal feito e conseguiram transpor a linha conservadora da cultura alimentada pelo modelo que a série de TV Papai Sabe Tudo (transmitido pelas emissoras CBS, ABC e NBC entre os anos 1949 e 1962, que retratava o cotidiano de uma feliz e satisfeita) transmitia, produzindo músicas fora do mercado.
Embora a música rockabilly fosse tocada com cada vez mais frequência nas rádios, era “condenada pelas associações de pais e professores locais, por comitês governamentais e líderes religiosos” (Friedlander, 2010. p. 40) e sua aceitação não foi muito fácil.
Uma cultura baseada em segregação racial precisa de bastante tempo para abandonar seus paradigmas, mas o rockabilly, essencialmente uma música de mistura racial, foi um perfeito instrumento para alcançar esse objetivo.
“Alan Freed foi tido como o responsável por ter apresentado o som dos negros para as plateias brancas com seu programa de rádio Moondog Rock and roll Party, que começou em Ohio, 1952, tocando R&B para uma audiência de adolescentes brancos. Como racismo pegava pesado naquela época, o DJ foi criticado por sua iniciativa e perseguido pelas autoridades.” (VINIL, 2008. p. 14)
Realmente não era fácil para os pais racistas daquela época ver seus filhos, com as cabeças cada vez mais abertas por influências musicais e intelectuais, dançarem da mesma forma que os negros dançavam. Até aquele momento, o ritmo branco tradicionalista e preconceituoso não aceitava a sensualidade e o suingue dos negros.
Coube então aos jovens sedentos por mudanças a mistura sócio-musical tão importante para a origem de um ritmo que vem se fazendo presente até os dias atuais.
Dessa forma, a juventude mostrou toda a sua força para a sociedade, especialmente a americana, cheia de recalques e preconceitos. Tanto negros quanto brancos passaram a cantar e dançar juntos e o rock serviu como instrumento de contestação e revolta, mesmo que de maneira sutil e despretensiosa.
Fonte: Papo de Homem http://www.papodehomem.com.br/a-origem-negra-do-rock-n-roll/
AS PRINCIPAIS MUDANÇAS CULTURAIS NO PÓS-GUERRA : OS JOVENS DOS ANOS 1960-70 Professora Dra Maria Idalina da Cruz Pires
O movimento Hippie nasceu e teve o seu maior desenvolvimento nos EUA. Foi um movimento de uma juventude rica e escolarizada que recusava a injustiças e desigualdades da sociedade americana, nomeadamente a segregação racial. Desconfiava do poder econômico-militar e defendia os valores da natureza. Na sua expressão mais radical, os jovens hippies abandonavam o conforto dos lares paternos e rumavam para as cidades, principalmente S. Francisco, para aí viver em comunidade com outros hippies; noutros casos estabeleceram-se em comunas rurais. Dois valores defendidos eram a “paz” e o “amor”. Opunham-se a todas as guerras, incluindo a que o seu próprio país travava no Vietnam. Defendiam o “amor livre”, quer no sentido de “amar o próximo”, quer no de praticar uma atividade sexual bastante libertária. Podia-se partilhar tudo, desde a comida aos companheiros. A palavra de ordem que melhor resume este sentimento foi a famosa “Make Love Not War“. Estabeleceu-se um “estilo hippie”, com roupas coloridas, túnicas, sandálias, cabelos compridos em ambos os sexos. A flor foi um dos seus símbolos e chegou a usar-se a expressão “flower power” como designação do movimento. Uma das canções-hino do movimento, S. Francisco, aconselhava aqueles que rumavam à cidade dos hippies: “Be sure to wear some flowers in your hair” (não te esqueças de usar algumas flores no teu cabelo). O “símbolo da paz” (com origem em Inglaterra, nos anos 50, no seio do movimento para o desarmamento) tornou-se igualmente no símbolo hippie.
Sexo , drogas, Rock’n’Roll O movimento anti-guerra e as drogas, combinados, deram origem ao pensamento da década de 1960: “Sexo, drogas e Rock’n’Roll.” A história do rock começa com um grito: o grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade. Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os jovens, inicialmente nos Estados Unidos e depois no mundo todo. O rock’n’roll, afinal, surgiu na América como um movimento da contracultura, visto que suas primeiras manifestações eram contrárias aos valores até então veiculados: “(…) figuravam convites à dança e ao amor (não necessariamente ao casamento),…”(MUGGIATI, 1985, p. 19-20)
Nas décadas de 60 e 70, o rock surgiu no mundo: , Elvis Presley, Beatles, Jimmy Hendrix, Jannes Joplins e outros conquistaram os jovens com suas baladas inovadoras. Numa época em que o sexo era tido como tabu, os hippies lutavam por liberdade total ao mesmo tempo em que usavam drogas e ouviam rock. O Woodstock foi um festival que reuniu tudo isso num único lugar.
Woodstock: 40 anos 1969 – O maior de todos os festivais de rock, realizado no fim de semana de 15 a 17 de agosto, em Bethel , Nova York , um mês depois do homem ter pisado na lua. O evento se chamava Woodstock Music & Art Fair, subtitulado “Primeira Exposição Aquariana“. Seu slogan “três dias de paz e música” logo foi modificado para “três dias de paz e amor”.
A contracultura
Surgida nos Estados Unidos na década de 1960, a contracultura pode ser entendida como um movimento de contestação de caráter social e cultural. Nasceu e ganhou força, principalmente entre os jovens da década de 1960 seguindo pelas décadas posteriores até os dias atuais. De um modo geral, podemos citar como características principais deste movimento, nas décadas de 1960 e 1970:
– valorização da natureza;
– vida comunitária;
– luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo de repressão);
-vegetarianismo: busca de uma alimentação natural;
– respeito às minorias raciais e culturais;
– experiência com drogas psicodélicas,
– liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos,
– anticonsumismo
– aproximação das práticas religiosas orientais,
– crítica aos meios de comunicação de massa como, por exemplo, a televisão;
– discordância com os princípios do capitalismo e economia de mercado .
Movimento pelos direitos civis dos negros – EUA
O Movimento dos Direitos Civis para os Negros dos EUA, surgiu entre1955 e 1968.O objetivo era em conseguir reformas nos EUA visando a abolir a discriminação e a segregação racial no país.Movimentos negros como o Black Power e os Panteras Negras incitou a população negra por igualdade racial e acabou aumentando seu pleito para a dignidade racial, igualdade econômica, auto-suficiência política e libertação da autoridade branca do país. O marco inicial deste movimento ocorreu no sul racista do país, em 1955 quando a costureira negra Rosa Parks ( “A Mãe dos Direitos Civis”) entrou num ônibus de volta para casa após um dia de trabalho e, estafada, sentou-se nos bancos da frente do ônibus, local proibido aos negros pelas leis segregacionistas do estado. Intimada a dar seu lugar a um passageiro branco e sentar no fundo do veículo, recusou-se, depois de uma vida inteira de submissão, e foi presa, julgada e condenada. Seu ato e sua prisão deflagraram uma onda de manifestações de apoio e revolta, além do boicote da população aos transportes urbanos, dando início, de forma prática, à luta da sociedade negra por igualdade com a sociedade branca perante as leis americanas.Sua história foi retratada no filme´The Rosa Parks Story`Convocado pela liderança negra da cidade e com o apoio de diversos brancos, o boicote aos transportes públicos durou 382 dias, quase levando à falência o sistema urbano de transportes (a maioria dos passageiros era de negros pobres) e acabando somente quando a legislação que separava brancos e negros nos ônibus de Montgomery foi extinta.
Malcolm X conduziu uma parte do movimento negro a três pontos fundamentais:
1) O islamismo
2) a violência como método para auto-defesa e
3)o socialismo.
Foi assassinado em 1965 e fundou a Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração socialista.
Martin-Luther-King-Foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Membro da Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e lembrado é “Eu Tenho Um Sonho”.
Em busca de uma nova sexualidade e as novas relações entre os gêneros
A década de 60 é o período da explosão do movimento hippie, da contracultura, das passeatas pela paz, queima de sutiãs, rupturas, quebra de paradigmas. Toda essa efervescência acontecia em países europeus e norte-americanos.Essa geração revolucionou os códigos morais, os costumes e a visão sobre a sexualidade, propondo novas formas de interpretações do mundo. Foi a geração do Maio de 68, da luta contra a ditadura, das mulheres por seus direitos e contra ao machismo. A chamada “revolução sexual“ ocorrida nos anos de 1960 não significou apenas uma “liberação” das normas de condutas sexuais. Os anos de 1960 e 1970 foram momentos de “substituição de controles e disciplinas externos aos indivíduos, por meio de controles e disciplinas internos, que aprofundaram as exigências sociais” (BOZON, 2004, p.152). Dito de outra forma, mais do que uma “revolução sexual”, o que ocorreu foi um processo de individualização de comportamentos e das normas, concomitante às transformações da sociedade, da família, por meio da separação entre procriação e sexualidade.
A moda e a estética
Em 1949 surgiria o prêt-à-porter para libertar as confecções de sua “má imagem”, associada ao dia-a-dia e não ao prestigiado traje de gala. Prêt-à-porter criado pelo estilista francês J. C. Weill se traduz por “pronto para vestir” na língua portuguesa .A “estetização da moda industrial”, o prêt-à-porter hasteou um símbolo de alta classe: a griffe. A partir disso, as marcas industriais se iniciaram no universo da publicidade. Marcas que deveriam ser intrinsecamente articuladas à assinatura de um estilista ilustre para atrair os investimentos publicitários, arrogando um timbre personalizado aos milhares de peças idênticas produzidas nas usinas, um timbre que as faria desejadas. Assim, “imprimia-se alma à indústria”.
A cultura de massas é toda cultura produzida para a população em geral — a despeito de heterogeneidades sociais, étnicas, etárias, sexuais ou psicológicas — e veiculada pelos meios de comunicação de massa. Cultura de massa é toda manifestação cultural produzida para o conjunto das camadas mais numerosas da população; o povo, o grande público. Como conseqüência das tecnologias de comunicação surgidas no século XX, e das circunstâncias configuradas na mesma época, a cultura de massa desenvolveu-se a ponto de ofuscar os outros tipos de cultura anteriores e alternativos a ela. Antes de haver cinema, rádio e TV, falava-se em cultura popular, em oposição à cultura erudita das classes aristocráticas; em cultura nacional, componente da identidade de um povo; em cultura, conjunto historicamente definido de valores estéticos e morais; e num número tal de culturas que, juntas e interagindo, formavam identidades diferenciadas das populações. A chegada da cultura de massa, porém, acaba submetendo as demais “culturas” a um projeto comum e homogêneo — ou pelo menos pretende essa submissão. Por ser produto de uma indústria de porte internacional (e, mais tarde, global), a cultura elaborada pelos vários veículos então surgentes esteve sempre ligada intrinsecamente ao poder econômico do capital industrial e financeiro. A massificação cultural, para melhor servir esse capital, requereu a repressão às demais formas de cultura — de forma que os valores apreciados passassem a ser apenas os compartilhados pela massa.
Em Maio de 1968 uma greve geral aconteceu na França. Rapidamente ela adquiriu significado e proporções revolucionárias.Alguns filósofos e historiadores afirmaram que essa rebelião foi o acontecimento revolucionário mais importante do século XX, por que não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe. A maioria dos insurretos eram adeptos de idéias esquerdistas, comunistas ou anarquistas. Muitos viram os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores da “velha sociedade”, dentre os quais suas idéias sobre educação, sexualidade e prazer.
A jovem guarda foi um movimento surgido na segunda metade da década de 60, que mesclava música, comportamento e moda. Surgiu com um programa televisivo brasileiro exibido pela Rede Record, a partir de 1965. Foi comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa que apresentavam ao público os principais artistas ligados ao movimento. O programa tornou-se popular e impulsionou o lançamento de roupas e acessórios. O movimento foi impulsionado pelo público jovem, porém agradou pessoas de todas as idades. Ao contrário de muitos movimentos que surgiram na mesma época, a Jovem Guarda não possuía cunho político.
Fonte: F5 da História Idalina Pires https://f5dahistoria.wordpress.com/2010/08/20/as-principais-mudancas-culturais-no-pos-guerra-os-jovens-dos-anos-1960-70/
A VOZ DOS ANOS REBELDES: O ROCK’N’ROLL Bianca Vale
Nos Anos Rebeldes, como ficou conhecida a década de 1960, a liberdade foi o ideal da juventude, intensificada através dos movimentos de contracultura e de protestos pacifistas. O Rock’n Roll foi um dos responsáveis por dar voz a esses jovens sedentos por mudanças.
A década de 1960 foi um período de grandes mudanças culturais e ideológicas. Foi como se o mundo desse voz ao seu “Lado B” através de movimentos que ficaram conhecidos sob a designação genérica de contracultura. Proclamados como “Anos Rebeldes”, os anos 60 na verdade podem ser descritos como a década da juventude que explorou ao máximo as idéias de liberdade e autenticidade. E nada melhor para dar voz a esses jovens que a música, em especial o rock and roll.
Para entender a importância do rock nos anos 60 é preciso voltar um pouco no tempo e na história. Com o fim da II Guerra Mundial, em 1945, o mundo vivia um período de reestruturação. Duas novas potências emergiam, EUA e URSS. Os países ocidentais viam um surto de nascimentos, o baby boom e o “sonho americano” era aclamado nos quatro cantos do planeta. É nesse contexto, no final da década de 40, que surge um novo estilo musical, com raízes no blues nos subúrbios norte-americanos, que ficou mundialmente conhecido como rock. A juventude americana logo se identificou com o rápido ritmo do novo estilo, porém, o rock ainda era tido como música negra. Era o som de Jackie Brenston, dos subúrbios norte-americanos, isso em uma época de intensa segregação social e racial. Mas em meados de 1954 eis que surge um jovem branco, de requebrado inconfundível, que viria mais tarde a ser conhecido como o rei do rock’n roll: Elvis Presley. E estava dado o passo para que o novo ritmo saísse dos guetos e ganhasse o mundo.
Já na década de 60, o rock embalava uma juventude eufórica em se fazer ouvida em diversas partes do globo. Se os jovens almejavam grandes vôos nos anos 60, já em 1961, tivemos a ida do primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin. A sua famosa frase “A Terra é azul” só reiterou que é possível ir além, sim, estimulando ainda mais as mentes juvenis. Ainda em 61, o mundo viu consolidar a tensão bipolar da Guerra Fria com a construção do Muro de Berlim. E eis que em 1962 o som dos garotos de Liverpool, The Beatles, estoura nas rádios com “Love me do” e "P.S. I Love You". O som clean e pacifista era um contraponto à tensão armada vivida na época. Mas se a música do quarteto era inicialmente comportada, a de seus conterrâneos ingleses The Rolling Stones, liderados por Mick Jagger, seguia a linha mais rebelde. O seu auge chegou em 1965 com o single Satisfaction, do álbum "Out of Our Heads". A resposta norte-americana à invasão inglesa na música veio em 1965 com o pop rock do The Monkees e com o The Doors, sob a liderança de Jim Morrisson. Apesar das canções da primeira metade da década de 60 possuírem um tom mais comedido e lírico, algumas se destacaram pelo tom de protesto, ainda que suave, como "Oxford Town, 1962", de Bob Dylan, que fala de James Meredith, primeiro negro a ingressar na Universidade do Mississipi.
A política e a música, bem como os demais movimentos culturais, estiveram estreitamente ligadas nos Anos Rebeldes. A juventude queria lutar contra a situação em que vivia, mas não queria pegar em armas e contra isso usou a música. O sonho americano não era mais suficiente, o consumo em excesso, estimulado no pós-guerra, e o conservadorismo social passaram a ser questionados. Que mundo era esse que proclamava um modelo de felicidade e enviava seus jovens para lutar em uma guerra com a qual não concordavam - a Guerra do Vietnã (1959-1975)? Em 1965 os EUA enviaram tropas para ajudar o governo do Vietnã do Sul e milhares de jovens norte-americanos se viram parte de uma guerra e bem longe dos sonhos que almejavam. A Guerra gerou uma onda de protestos da juventude americana. Mas não era só contra a Guerra que se manifestavam: também queriam igualdade de direitos. Em 1963, o ativista Martin Luther King Jr., líder na luta pelos direitos civis dos negros, profere “I have a dream”, o discurso lendário sobre igualdade racial.
Na segunda metade da década de 60, os jovens tornam seus protestos mais ativos, se contrapondo à inocência juvenil da primeira metade dos Anos Rebeldes. O mundo passa a conhecer o movimento hippie e sua máxima “Peace and Love”. O não ao recrutamento militar e a não-violência marcaram os protestos pós-1965. O que também marcou a segunda metade dos anos 60 foi uma valorização cada vez maior da liberdade pelos jovens, que exploravam ao máximo os limites do corpo e da mente: isso mesmo, sexo, drogas e rock’n'roll. A figura de Timothy Leary é marcante nesta época. O professor de Havard proclamava o LSD como uma das bases do progresso humano. Maconha, cocaína e heroína também eram comuns na época, mas nenhuma droga foi tão marcante nos anos 60 como o LSD. A onda psicodélica não atingiu somente as drogas, mas também a música, que explorava temas como a subjetividade e a loucura. Jefferson Airplane foi uma das bandas pioneiras de rock-psicodélico nos EUA. Os Beatles passaram por essa onda entre 1966 e 1967, com o disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Há quem afirme que "Lucy in the Sky with Diamonds" é uma clara alusão ao LSD. O Pink Floyd, liderado por Syd Barrett e famoso pelas experimentações musicais, também é um dos representantes do gênero. No Brasil, Secos e Molhados e Mutantes também fizeram jus ao som.
O ápice da rebeldia jovem dos anos 60 foi em 1969. Enquanto Neil Armstrong dava “um pequeno passo para um homem, mas um grande passo para a humanidade”, ao ser o primeiro homem a pisar na lua, em uma fazenda em Bethel, nos EUA, acontecia aquele que é considerado um dos maiores festivais de música de todos os tempos. O Woodstock Music & Art Fair, que depois ficou conhecido apenas como Festival de Woodstock (apesar de não ter sido realizado na referida cidade) foi anunciado como “3 dias de paz e música”. O que era um evento pago para 200 mil pessoas se tornou um festival para meio milhão de pessoas, que derrubaram cercas e tornaram-no gratuito.
O festival, que misturou artistas de rock, blues e folk e contou com grandes nomes da música como Janis Joplin acompanhada da Kozmic Blues Band, Jimi Hendrix, The Who, Tim Hardin, John Sebastian, Creedence Clearwater Revival e muitos outros, totalizando 32 artistas em 3 dias, não deixou de fora o tom de protesto. Joan Baez, grávida, subiu ao palco e contou que seu marido, David Harris, fora preso por recusar ir para o Vietnã. O festival foi um marco para os anos 60, não só pela liberdade demonstrada pelos artistas e pelo público no evento. Woodstock fechou a década reafirmando a máxima dos Anos Rebeldes: é preciso se rebelar, mas não pegando em armas. É o ideal de paz e amor... ao som de rock’n'roll.
Fonte: Música por Bianca vale http://obviousmag.org/archives/2012/01/a_voz_dos_anos_rebeldes_o_rockn_roll_1.html#ixzz3fIfwgqAX
PROTEST SONGS – CANÇÕES DE PROTESTO
A canção de protesto é uma música que está associado a um movimento para a mudança social e, portanto, parte da categoria mais ampla de músicas tópicos (ou canções ligadas a eventos atuais). Pode ser popular, clássica, ou comercial no gênero.
Entre os movimentos sociais que têm um órgão associado a canções estão os movimentos de abolição, o sufrágio das mulheres, o movimento sindical, o movimento de direitos humanos, direitos civis, o movimento anti-guerra e contracultura dos anos 1960, o movimento feminista, a revolução sexual, os direitos dos homossexuais movimento, movimento pelos direitos animais, vegetarianismo e veganismo, e ambientalismo.
Canções de protesto são freqüentemente situacional, tendo sido associado a um movimento social através do contexto. "Boa noite Irene", por exemplo, adquiriu a aura de uma canção de protesto, porque foi escrito por Lead Belly, um condenado preto e pária social, embora em sua face é uma canção de amor. Ou eles podem ser abstrato, expressando, em termos mais gerais, a oposição à injustiça e apoio para a paz, ou pensamento livre, mas o público em geral sabe o que está a ser referido. "Ode à Alegria" de Beethoven, uma música em apoio à fraternidade universal, é uma canção desse tipo. É um cenário de um poema de Schiller celebrando a continuidade dos seres vivos (que estão unidos na sua capacidade de sentir dor e prazer e, consequentemente, para a empatia), ao qual o próprio Beethoven adicionado as linhas que todos os homens são irmãos. Canções que apoiam o status quo não se qualificam como canções de protesto.
Textos de canções de protesto pode ter conteúdo cognitivo significativo. O musical movimento operário Pins and Needles resumiu a definição de uma canção de protesto em um número chamado "Sing Me a Song of significado social." Phil Ochs explicou certa vez, "A canção de protesto é uma música que é tão específico que você não pode confundi-la com merda".
Um exemplo de canção tópica concebido como uma canção de protesto feminista do século 18 é "Direitos da Mulher" (1795), cantada com a melodia de "God Save the King", escrito anonimamente por "A Dama", e publicado no Philadelphia Minerva , 17 de outubro de 1795. Não há nenhuma evidência de que ele nunca foi cantado como uma canção de movimento, no entanto. A canção mais recente defendendo a liberação sexual é "Sexo" (1985) por Los Prisioneros.
CANÇÕES ANTI-GUERRAS
Uma canção anti-guerra é uma composição musical que tanto afirma sentimentos anti-guerra direta, uma parte do público e / ou críticos definem como tendo um tema anti-guerra, ou defende a paz universal.
Algumas canções anti-guerra comentar sobre os aspectos da guerra, enquanto outros satirizar guerra. Mais promover a paz, de uma forma ou de outra, enquanto outros cantam contra conflitos armados específicos. Outros, ainda, cantar sobre a destruição física e psicológica que a guerra faz com que soldados, civis inocentes, e da raça humana em geral. Muitas dessas canções são consideradas canções de protesto, e alguns têm sido adotadas por vários movimentos pacifistas e ativistas da paz.
Algumas músicas populares anti-guerra incluem:
0-9
"19" by Paul Hardcastle
"2 + 2 = ?" by The Bob Seger System
"50,000 Names" by George Jones [about the Vietnam Memorial wall]
"53rd & 3rd - The Ramones
"7 O'Clock News/Silent Night" by Simon & Garfunkel
"8th of November" by Big & Rich
"21st Century Schizoid Man" by King Crimson
A
"The 'A' Team" by Staff Sgt. Barry Sadler
"Agent Orange" by Grinder
"Agent Orange" by Sodom
"Agent Orange Song" by Maan Shah
"Alice's Restaurant Massacree" by Arlo Guthrie
"All Along The Watchtower" by Bob Dylan
"All My Children of the Sun" by Pete Seeger
"Am I Ever Gonna See My Baby Again" by The Sweet Inspirations
"American Woman" by The Guess Who
"America the Brutal" by Six Feet Under
"An American Draft Dodger in Thunder Bay" by Sam Roberts
"Artefucked" by Nargaroth
B
"Back in Vietnam" by Lenny Kravitz
"Back to Vietnam" by Television Personalities
"Back to the World" by Curtis Mayfield
"Ballad of a Crystal Man" by Donovan
"Ballad for a Soldier" by Leon Russell & Marc Benno
"Ballad of the Green Berets" by Staff Sgt. Barry Sadler
"Ballad of Vietnam" by Ludvick Rummel
"Battalions of Fear" by Blind Guardian
"The Battle Hymn of Lt. Calley" by Terry Nelson
"The Battle of Vietnam" by Hal Willis
"Beach Party Vietnam" by The Dead Milkmen
"The Big Parade" by 10,000 Maniacs
"Big Time in the Jungle" by Old Crow Medicine Show
"Billy Don't Be a Hero" by Paper Lace
"Blackmail the Universe" by Megadeth
"Black Flame" by Renaissance
"Black Wall" by Dennis DeYoung
"Blowin' in the Wind" by Bob Dylan
"Born in the U.S.A." by Bruce Springsteen [references the Siege of Khe Sanh]
"Born on the Fourth of July" by Tom Paxton
"Broken Heroes" by Saxon
"The Boy Who's Never Found" by The Katydids
"Brainwashed" by The Bossmen
"Bring the Boys Home" by Freda Payne
"Bring Them Home" by Pete Seeger
"Brother Did You Weep" by Ewan MacColl and Peggy Seeger
"Brothers Under the Bridge" by Bruce Springsteen
"Bungle in the Jungle" by Jethro Tull
"Burnt Alive" by Rocket from the Crypt
"Burnt Out Souls" by Despair
"Business Goes on as Usual" by the Chad Mitchell Trio
C
"Camouflage" by Stan Ridgway
"Carried by Six" by Internal Void
"Charlie Boy" by the Lumineers
"Charlie Don't Surf" by The Clash
"Child in Time" by Deep Purple
"Christmas in Vietnam" by Johnny and Jon
"Clean Cut Kid" by Bob Dylan
"Coming Home Soldier" by Bobby Vinton
"Commando" by The Ramones
"Compared To What" by Gene McDaniels
"Copperhead Road" by Steve Earle
"Cops of the World" by Phil Ochs
"Cowboys on Horses with Wings" by Hoyt Axton
"Cousin Randy" by Infectious Grooves
"Cream Puff War" by Grateful Dead
D
"Daddy Won't Be Home Anymore" by Dolly Parton
"Dancing in the Ashes" by Psychotic Waltz
"Dân Ta Vẫn Sống" (Our People Still Lives) by Trịnh Công Sơn
"Daniel" by Elton John (Vietnam War)
"Dead Yankee Drawl" by Manic Street Preachers
"Dear Uncle Sam" by Loretta Lynn
"Dear Mr. President" by Pink
"Death" by The Pretty Things
"Death Sound" by Country Joe and the Fish
"Deathbed" by Relient K
"Death Tone" by Manowar
"Desperation Part IV" by Redemption
"Did You Ever See Me" by Shrubs
"Do the Russians Want War?" by Mark Bernes
"Does Anybody Know I'm Here?" by The Dells
"Doin' All Right" by The Fugs
"Don't Cry My Love" by The Impressions
"Don't Cry My Soldier Boy" by Thelma Houston
"Don't Walk Away" by Shrubs
"Down On The Base" by Leon Russell & Marc Benno
"Draft Dodger Rag" by Phil Ochs
"Draft Morning" by The Byrds
"Draft Resister" by Steppenwolf
"Drive On" by Johnny Cash
E
"El Derecho de Vivir en Paz" by Víctor Jara
"Edge of Darkness" by Iron Maiden
"Eve of Destruction" by Barry McGuire [written by P. F. Sloan]
"Everyday Combat" by Lostprophets
F
"Fellows in Vietnam" by Inez and Charlie Foxx
"Fightin' for the U.S.A." by Jerry Reed
"The Fightin' Side of Me" by Merle Haggard
"Fight to be Free" by Nuclear Assault
"Find the Cost of Freedom" by Crosby, Stills, Nash & Young
"First Blood" by Evile
"First Vietnamese War" by The Black Angels
"Forget Me Not" by Martha Reeves and the Vandellas
"For Fuck's Sake" by The Almighty
"Fortunate Son" by Creedence Clearwater Revival
"Front Line" by Stevie Wonder
"Future Shock" by Evildead .
"For What It's Worth" by BuffaloSpringfield
G
"Galveston" by Glen Campbell
"GalvestonBay" by Bruce Springsteen
"Gia Tài Của Mẹ" (A Mother's Legacy) by Trịnh Công Sơn
"Gimme Shelter" by The Rolling Stones
"Give Peace a Chance" by John Lennon (Plastic Ono Band)
"Going to Vietnam" by Big Amos
"Goodnight Saigon" by Billy Joel
"The Great Goodnight" by Magellan
"The Great Mandala" by Peter, Paul and Mary
"Greetings" by The Valadiers (also recorded by The Monitors)
"Grey October" by Peggy Seeger
"Gunya Down" by Pro-Pain
H
"Hallelujah Day" by The Jackson 5
"Hand of Doom" by Black Sabbath
"Handsome Johnny" by Richie Havens
"Hands Off Vietnam!" by Dzhilda Mazheykayte
"Hanoi Hannah" by Roger McGuinn
"Happy Xmas (War Is Over)" by John Lennon
"Hallå Där Bonde" (Hello there Farmer) by Knutna Nävar
"Heart of Darkness" by Grave Digger
"Hello Vietnam" by Johnnie Wright (also recorded by Dave Dudley)
"Hello Vietnam (Goodbye My Love)" by Ray Hildebrand
"Here's to the State of Richard Nixon" by Phil Ochs
"High" by Richard Marx
"Home" by Mac Davis. Also recorded by Gary Puckett & The Union Gap
"Ho Chi Minh City" by Shrubs
"Human Being Lawnmower" by MC5
"Hungry for Blood" by Virus
I
"I Ain't Marching Anymore" by Phil Ochs
"I Believe I'm Gonna Make It" by Joe Tex
"I Can't See You No More (When Johnny Comes Marching Home)" by Joe Tex
"I Can't Write Left-Handed" by Bill Withers
"I-Feel-Like-I'm-Fixin'-To-Die Rag" by Country Joe and the Fish
"I Don't Wanna Go To Vietnam" by John Lee Hooker
"I Have Seen the Rain" by James T. Moore (featuring Pink, his daughter)
"I'm Your Captain (Closer to Home)" by Grand Funk Railroad
"In the Name of John" (by unknown Soviet military advisor)
"Inoculated City" by The Clash
"Into the Fire" by Sabaton
"I Should Be Proud" by Martha Reeves and the Vandellas
"Is This War a Useless War" by Moore & Napier
"It Better End Soon" by Chicago
"It's America, Love It or Leave It" by Ernest Tubb
"It's for God, and Country, and You, Mom (The Ballad of Vietnam)" by Ernest Tubb
"It's Good News Week" by Hedgehoppers Anonymous
"I Want to Come Home for Christmas" by Marvin Gaye
"I Was Only Nineteen (A Walk in the Light Green)" by Redgum
"Imagine" by John Lennon
"I've Seen All Good People" by Yes
J
"Jacknife Johnny" by Alice Cooper
"Jimmy Mack" by Martha Reeves and the Vandellas
"Jimmy Newman" by Tom Paxton
"Jimmy's Road" by Willie Nelson
"Johnny Come Lately" by Steve Earle
"Johnny Pissoff Meets the Red Angel" by The Fugs
K
"Keep a Light in the Window Until I Come Home" by James W. Alexander
"Keep the Flag Flying" by Johnnie Wright
"Kentucky Kid" by Yuri Vizbor
"Khe Sanh" by Cold Chisel
"Kill for Peace" by The Fugs
"King Henry" by Pete Seeger
"Kuiama" by the Electric Light Orchestra
L
"Last Train to Clarksville" by The Monkees
"Last Train to Nuremberg" by Pete Seeger
"Lay Down (Candles in the Rain)" by Melanie Safka
"A Letter From My Son" by Melverine Thomas
"A Letter from Vietnam (To Mother)" by Hank Snow
"Letters from Vietnam" by B.o.B
"Little Becky's Christmas Wish" by Becky Lamb
"Living in the Shadow" by Demon
"Lonesome Vietnam" by George Riddle
"Lost in the Flood" by Bruce Springsteen
"Lyndon Johnson Told the Nation" by Tom Paxton
M
“Magic Dragon" by Sodom
"Machine Gun" by Band of Gypsys (Jimi Hendrix)
"March to the Witch's Castle" by Funkadelic
"Masters of War" by Bob Dylan
"Medieval" by James
"Meneer de president" by Boudewijn de Groot
"Memento Mori" by Patti Smith
"The Minute Men (Are Turning in Their Graves)" by Stonewall Jackson
"Monk Time" by The Monks
"Monster" by Steppenwolf
"Moratorium" by Buffy Sainte-Marie
"More Than a Name on a Wall" by The Statler Brothers
"The Motor City Is Burning" by John Lee Hooker
"Mother, Where Is My Father" by David Peel & the Lower East Side
"Mountains" by Manowar [5]
"My Name is Lisa Kalvelage" by Pete Seeger (about a mother War-bride from Germany)
"My Uncle" by The Flying Burrito Brothers
"Mr. Lonely" by Bobby Vinton (#1 - 1964)
N
"The Nang, the Front, the Bush and the Shit" by El-P
"Near TháiNguyênBridge" by Alexander Gusev
"No One to Follow" by Anvil
"A Nurse in the U.S. Army" by Connie Francis
O
"Oh! Camil (Captain America: The Winter Soldier)" by Graham Nash
"Ohio" by Neil Young
"Okie from Muskogee" by Merle Haggard
"Old Hippie" by The Bellamy Brothers
"Old Porch Swing" by Eddy Arnold
"One Tin Soldier" by The Original Caste
"An Open Letter to My Teenage Son" by Victor Lundberg
"Open Letter to the President" by Roy C
"Orange Crush" by R.E.M.
"Over and Out" by Alkaline Trio
P
"Peace Train" by Cat Stevens
"Peace Will Come" by Tom Paxton
"Peace Will Come (According to Plan)" by Melanie Safka
"Pencil Marks on the Wall" by Henson Cargill
"Penny Evans" by Steve Goodman
"People Get it Together" by Eddie Floyd
"People, Let's Stop the War" by Grand Funk Railroad
"Permission to Fire" by Holy Moses
"Phantom" (Russian: "Фантом") [Russian song by unknown author.]
"Pieces of a Man" by Gil Scott-Heron
"Please Mr Kennedy (I Don't Wanna Go)" by Mickey Woods
"Please Mr President" by King Solomon
"Please Settle in Vietnam" by Lightnin' Hopkins
"Please Uncle Sam (Send Back My Man)" by The Charmels
"Please Wait For Me (My Darling)" by Masters Of Soul
"Premature Burial" by Mercenary
"Pretty Little Vietnamese" by Johnny Wright
"Price of Paradise" by The Minutemen
"Private Sorry" by The Pretty Things
"Private Wilson White" by Marty Robbins
"Pull Out the Pin" by Kate Bush
"Purple Heart" by Sabaton
Q
"Question" by The Moody Blues
R
"Rachel’s Coming Home" (aka "Rachel") by Russell Morris
"Rapture" by Impaled Nazarene
"Raymond" by Brett Eldredge
"The Rebel" by Carl Hauck
"Readjustment Blues" by Bill Danoff, sung by John Denver
"Red" by Barefoot Truth
"Reflected Prayer" by Shrubs
"Reflections of My Life" by The Marmalade
"Remember" by Biohazard
"Remember the Heroes" by Sammy Hagar
"Requiem for the Masses" by The Association
"Return to Vietnam" by Master
"Revolution" by The Beatles
"Revolution 1" by The Beatles
"Ricochet" by Bionic Jive
"Riding With Private Malone" by David Ball
"The Road of Life from Hanoi" by unknown Soviet military transportation officer
"Rooster" by Alice in Chains
"Ruby, Don't Take Your Love to Town" by Kenny Rogers and the First Edition
"Running Gun Blues" by David Bowie
S
"Saigon" by John Prine
"Saigon Bride" by Joan Baez
"Sam Stone" by John Prine
"Sandman" by America
"Save the Country" by The Fifth Dimension
"Sean Flynn" by The Clash
"Search and Destroy" by The Stooges
"The Seductive Nature of Female Sexuality" by Buried Inside
"Shapes of Things" by The Yardbirds
"Shell Shock" by Manowar
"Simple Song of Freedom" by Bobby Darin
"Singin' in Vietnam Talkin' Blues" by Johnny Cash
"Sit Down Young Stranger" by Gordon Lightfoot
"Skies on Fire" by AC/DC
"Sky Pilot", written by Eric Burdon, recorded by The Animals
"Slaughter" by Billy Preston
"Smiley" by Ronnie Burns
"Soldier" by Neil Young
"Soldier Boy" by The Shirelles[3]
"Soldier of Misfortune" by Ogre
"Soldier's Goodbye" by William Bell
"Soldier's Plea" by Marvin Gaye[3]
"A Soldier's Prayer, 1967" by Archie Bell & the Drells
"Some Gave All" by Billy Ray Cyrus
"Someday at Christmas" by Stevie Wonder
"Something to Believe In" by Poison
"Son of the Freeway" by Gravestone
"Song About the Vietnamese Friend" by Edmund Iodkovsky & Vano Muradeli
"South Carolina" by Gil Scott-Heron
"Spiral of Violence" by Whiplash
"Spitting" by Rocket from the Crypt
"Standing on the Corner" by Watson & The Sherlocks
"Still in Saigon" by the Charlie Daniels Band
"Stop the War" by Edwin Starr
"Stop the War in Vietnam" by Laurel Aitken
"Straight to Hell" by The Clash
"Student Demonstration Time" by The Beach Boys
"Summer Side of Life" by Gordon Lightfoot
"Sunshine" by Jonathan Edwards
"Surf Nicaragua" by Sacred Reich
"Surrender" by Cheap Trick
T
"Take Good Care" by Tony Mason
"Take the Star Out of the Window" by John Prine
"Talking Vietnam" by Phil Ochs
"Talking Vietnam Potluck Blues" by Tom Paxton
"Ta Phải Thấy Mặt Trời" (We Must See the Sun) by Trịnh Công Sơn
"That Black Wall" by Danny Barnes
"The Wall" by Tim Murphy
"The Wall" by Bruce Springsteen
"Theme for an American Hero" by Chip Taylor
"There Won't Be Any Snow (Christmas in the Jungle)" by Derrik Roberts
"This is Radio Clash" by The Clash
"Three-Five-Zero-Zero" from the musical Hair
"Through the Ages" by Bolt Thrower
"This Ain't Nothing" by Craig Morgan
"To Susan on the West Coast Waiting" by Donovan
"Travelin' Soldier" by Bruce Robison (popularized by the Dixie Chicks)
U
"Uncle Sam" by Jimmy Hughes
"Uncommon Valor: A Vietnam Story" by Jedi Mind Tricks
"Universal Soldier" by Buffy Sainte-Marie; also recorded by Donovan
"Unknown Soldier" by The Doors
"Unnatural Selection" by Ayreon
"Us and Them" by Pink Floyd
V
"Vaya con Dios-Fellow in Vietnam" by Inez and Charlie Foxx
"Verbal Razors" by Exodus
"Viet Nam Blues" by Dave Dudley
"Vietnam" by Phil Ochs
"Vietnam" by J. B. Lenoir
"Vietnam" by The Satellites
"Vietnam" by Jimmy Cliff
"Vietnam" by Lars Frederiksen and the Bastards
"Vietnam Blues" by J. B. Lenoir
"Vietnam, Ho Chi Minh" by Ái Vân and The Blue Guitars
"Vietnam Talkin' Blues" by Johnny Cash
"Vietnam Vets" by Circle One
"Vietnamerica" by The Stranglers
"Vietnamese Baby" by New York Dolls
"Vietnow" by Rage Against The Machine
"Violence and Bloodshed" by Manowar
"Volunteers" by Jefferson Airplane
W
"Waist Deep in the Big Muddy" by Pete Seeger
"Wait For Me" by Brothers of Soul
"Walking on a Thin Line" by Huey Lewis and the News
"Wake Up" by Rage Against the Machine
"Wandering the swamps of Vietnam" by unknown Soviet military advisor
"War" by Edwin Starr
"War Games" by The Monkees
"The War Drags On" also recorded by Donovan
"The War Is Over" by Phil Ochs.
"War Pigs" by Black Sabbath [written about the politicians who were responsible for the war.]
"War Song" by Neil Young
"War Sucks" by The Red Krayola
"Watergate Blues" by Gil Scott-Heron
"We Just Did What We Were Told" by Don Forbes
"Welcome the Boys Back Home" by Bill Moss & the Celestials
"Welcome to the Real World" by Sweet Savage
"Welcome Wagon" by Nasty Savage
"Welterusten Meneer de President" by Boudewijn de Groot
"What Are You Fighting For" by Phil Ochs
"What We're Fighting For" by Dave Dudley
"What's Going On?" by Marvin Gaye
"When the Hunter Becomes Hunted" by Tank
"When You're only nine" by The Toe River Valley Boys
"Where Are You Now, My Son?" by Joan Baez
"Where Have All the Flowers Gone?" by Pete Seeger
"White Boots Marching In A YellowLand" by Phil Ochs
"The Willing Conscript" by Tom Paxton
"Wild Irish Rose" by George Jones [about a homeless, alcoholic Vietnam veteran]
"Wish You Were Here, Buddy" by Pat Boone
"Working for the Yankee Dollar" by The Skids
"We Gotta Get Out Of This Place" by ((The Animals))
X
"Xmas in February" by Lou Reed
Y
"Yellow River" by Christie
"Youngstown" by Bruce Springsteen
"Your Flag Decal Won't Get You Into Heaven Anymore" by John Prine
"Your Heart Belongs To Me" by The Supremes & The Velvelettes
DEZ HINOS CONTRA A GUERRA DO VIETNÃ O rock com causa nasceu como protesto pela guerra na Indochina. E deixou canções inesquecíveis Ricardo de Querol
Até então, as estrelas do rock não podiam ter ideologia. Quando a música popular como fenômeno de massas explodiu nos anos 50, o compromisso dos músicos era algo impróprio, um problema, algo que a indústria musical queria ocultar a qualquer preço. Às vezes permitiam atitudes patrióticas, como a de Elvis Presley, que se alistou no Exército em 1958. Nesses anos, em que as novas figuras impulsionadas pela rádio e a televisão tinham acesso às grandes audiências, os empresários não queriam fechá-las em propostas que pudessem dividir os fãs. Mas essa premissa desapareceu há meio século.
O rock com causa foi inventado nos protestos contra a guerra do Vietnã, um conflito que durou 20 anos (de 1955 a 1975) e no qual os EUA se implicaram ainda mais a partir de 1964. Foi a primeira guerra contada detalhadamente, também na televisão, por repórteres enviados ao localo: as filas de caixões de combatentes e as imagens de aldeias camponesas destruídas com napalm impactaram a opinião pública ocidental. O protesto, tímido nos primeiros anos dessa década, estourou com uma força sem precedentes na segunda metade, de mãos dadas com o movimento hippy, que encontrou sua bandeira.
Esse ativismo cidadão e artístico não era uma resposta somente ao Vietnã: a guerra fria era vivida como o prelúdio de uma guerra quente que seria devastadora para o mundo, um fantasma que durante a crise dos mísseis em Cuba, em 1962, estava muito perto. A música que veio depois estava comprometida com muitas outras causas: o desastre de Bangladesh, a luta contra o apartheid na África do Sul, o fim da energia nuclear, a fome, os direitos humanos e até a mudança climática. Mas há 50 anos, nunca se pensou que a música poderia não só parar uma guerra como também começar a mudar o mundo. Repassamos aqui dez canções de diferentes músicos e grupos que tomaram partido naqueles anos agitados.
Where have all the flowers gone (Peter Seeger)
Um dos pioneiros da canção de protesto escreveu esta letra, singela mas redonda, em 1955, quando estava sob o foco do macarthismo, mas a gravação só aconteceu em 1964. Converteu-se em uma referência e foi interpretada por muitos outros artistas: Peter, Paul & Mary, Joan Baez, Johnny Rivers e inclusive Marlene Dietrich. O compositor fez questão de abordar o assunto bélico de forma mais explícita quando escreveu Bring them home pedindo o regresso dos soldados.
Where have all the flowers gone? Young girls have picked them everyone
Where have all the young girls gone? Gone for husbands everyone
Where have all the husbands gone? Gone for soldiers everyone
Where have all the soldiers gone? Gone to graveyards, everyone
Where have all the graveyards gone? Gone to flowers, everyone
Masters of war (Bob Dylan)
Desde o princípio de sua carreira, o cantor de Minnesota foi um dos condutores de uma mudança de atitude do artista perante a realidade. O incrível álbum de sua estreia, The freewheelin', de 1963, inclui diferentes textos com ideias pacifistas, por exemplo seu célebre Blowing in the wind, mas elegemos este outro tema por sua letra muito contundente.
Come you masters of war. You that build all the guns
You that build the death plans. You that build all the bombs
You that hide behind walls. You that hide behind desks
I just want you to know I can see through your masks
Eve of destruction (P. F. Sloan)
Uma letra apocalíptica, na qual se descreve o desastre bélico com alusões à China, à Palestina e à luta contra a segregação racial, deu grande notoriedade a esta música composta em 1965 por um autor de sucessos que a ofereceu a diferentes bandas. A versão mais popular foi a do cantor Barry McGuire, que ficou famosa em alguns anos antes de que ele se convertesse em um "cristão renascido" e renegasse desse texto durante décadas. Há pouco voltou a cantá-lo, mudando algumas frases que hoje lhe incomodam.
The eastern world it is explodin', violence flarin', bullets loadin'.
You're old enough to kill but not for votin'.
You don't believe in war, what's that gun you're totin'.
And even the Jordan river tem bodies floatin’,
But you tell me over and over and over again, my friend,
ah, you dom’t believe we’re on the eve of destruction
Scarborough fair / Canticle (Simon & Gartfunkel)
A popular dupla de folk adaptou um tema tradicional inglês sobre o amor em uma feira rural introduzindo uma segunda letra, paralela, que fala da guerra e da morte, resultando em um perturbador contraste. Aparece no álbum de 1966 Parsely, sage, rosemary and thyme e na banda sonora do graduado (1967).
Tell her to reap it in a sickle of leather
(War bellows, blazing in scarlet battalions)
Parsely, sage, rosemary and thyme
(Generals order their soldiers to kill)
And to gather it all in a bunch of heather
(And to fight for a cause they've long ago forgotten)
Then she'll be a true love of mine
Give peace a chance (John Lennon)
Toda lista de canções pacifistas teria que incluir várias de John Lennon, desde Imagine, a mais utópica da história, a Merry Christmas (War is over). O mais inquieto dos Beatles afiava seu perfil de ativista a partir do momento em que se uniu a Yoko Ono. Em março de 1969, durante a lua de mel, decidiram lançar sua mensagem ao mundo passando em uma semana na cama e em pijama, atendendo a jornalistas e convidados, em um hotel de Amsterdã. Em maio repetiriam a mesma cena durante outra semana em Montreal, e foi ali onde gravaram este tema, quase improvisado, com as pessoas que lhes rodeavam.
Everybody's talking about revolution, evolution, masturbation,
flagellation, regulation, integrations, meditations, United Nations...
Congratulations.
All we are saying is give peace a chance
Unknown soldier (The Doors)
A letra mais anti-bélica que escreveu Jim Morrison, o filho de um almirante que serviu na frente do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, é a deste tema incluído em seu terceiro álbum, Waiting for the Sun, de 1968. No vídeo o próprio Morrison aparece sendo fuzilado.
Wait until the war is over
And we're both a little older
The unknown soldier
Breakfast where the news is read
Television children fed
Unborn living, living, dead
Bullet strikes the helmet's head
And it's all over
For the unknown soldier
War Pigs (Black Sabbath) A banda inglesa que liderava Ozzy Osbourne, pioneira do heavy metal nos anos 60, não mordeu a língua em sua denúncia da guerra e de quem a promove. O tema está incluído em seu álbum mais conhecido, que acabou se chamando Paranoid, de 1970, porque a discográfica não se atreveu titular com porcos da guerra.
Politicians hide themselves away. They only started the war
Why should they go out to fight? They leave that role to the poor, yeah
War (Normal Whitfield & Barrett Strong)
O sucesso desta poderosa canção, um grito raivoso contra a guerra que se incluiu em um álbum de The Temptations de 1969, surpreendeu a Motown e a própria banda, temerosa de irritar o público conservador. Na hora de editar a canção em single, chamaram o solista Edwin Starr, que fez uma interpretação emocionante. Foi seu maior sucesso e dela surgiram muitas versões, entre outras, uma de Bruce Springsteen e Frankie Goes to Hollywood.
War, huh, good God. What is it good for?
Absolutely nothing. Listen to
me Oh, war, I despise because it means destruction
of innocent lives
War means tears to thousands of mothers eyes
When their sons go to fight and lose their lives
What's going on (Marvin Gaye)
O conhecido cantor de soul, uma das grandes figuras da Motown, lançou em 1971 o álbum e a canção que se converteu em uma das mais representativas de sua carreira. Nela mostra seu horror pela guerra, pergunta se o amor triunfará e chega a dizer: "quem vai me julgar por ter o cabelo comprido?".
Mother, mother. There's too many of you crying
Brother, brother, brother. There's far too many of you dying
You know we've got to find a way to bring some lovin' here today
The flesh failures / Let the sunshine in (MacDermot, Rado e Ragni)
O musical Hair, lançado em 1967 em Nova York e ainda em cartaz em muitas cidades, é uma das obras imprescindíveis para entender a mentalidade hippy, muito idealista, com um ponto inocente. Conta as últimas horas de um soldado antes de ir ao Vietnã, que passará pelo Central Park com um grupo de cabeludos. Foi levada ao cinema muito tempo depois, em 1979. A última cena do filme (é o final, sim, não clique neste vídeo se tem a intenção de ver o filme inteiro) reflete as gigantescas manifestações contra a guerra enquanto a canção de letra enigmática e coro insistem reiteradamente na mensagem: "Deixem que entre a luz do sol".
We starve, look at one another short of breath
Walking proudly in our winter coats
Wearing smells from laboratories
Facing a dying nation of moving paper fantasy
Listening for the new told lies
With supreme visions of lonely tunes
Fonte: El País Ricardo de Querol http://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/13/cultura/1389636706_945278.html
MÚSICAS DE ROCK ESPECIAIS E HISTÓRICAS
1. Vietnam Song – Country Joe & The Fish
Country Joe jogou um conjunto de solo simples, mas relaxado por cerca de meia hora.
O "" Fish "elogio" foi introduzido com as letras FODA ao invés de peixes, seguido pela canção anti-Vietnã satírico "I-Feel-Like-eu-sou-Fixin'-To-Die Rag". In Between a música Country Joe fez o seguinte discurso: "Ouça as pessoas, eu não sei como você espera nunca parar a guerra, se você não pode cantar melhor do que isso, há cerca de 300.000 de vocês, filhos da puta lá fora, eu quero você começar a cantar! "
2. Child In Time – Deep Purple
"Child in Time" é uma canção da banda britânica de hard rock Deep Purple, contida no seu álbum de estúdio Deep Purple in Rock, de 1970. "Child in Time" é uma composição simples, com uma introdução do órgão, três acordes e um solo de dois minutos de duração. A canção foi gravada entre 1969 e 1970 com a composição de todos os membros da banda na época, que foi também responsável pela produção. A música foi lançada em junho de 1970 como a terceira canção do álbum Deep Purple in Rock e gravada pela Harvest Records e a Warner Bros.. Nos anos de gravação, teve o apoio das gravadoras IBC, De Lane Lea e Abbey Road.
A canção abrange os géneros Rock psicadélico e Hard Rock.
Basicamente fala da violência (ou más ações) e suas consequências, na forma de uma bala que retorna contra o homem "cego" que a atirou.
3. Machine Gun – Jimi Hendrix
"Machine Gun" é uma canção escrita pelo músico americano Jimi Hendrix, e originalmente gravada pela Band of Gypsys para o seu álbum ao vivo auto-intitulado (1970). É um vagamente definido protesto longo, (à base de geléia) da Guerra do Vietnã, e, talvez, um comentário mais amplo sobre os conflitos de qualquer espécie. Apesar de um estúdio de gravação adequada nunca foi lançado, há várias outras gravações ao vivo no álbum, incluindo Live at Berkeley e Wild Blue Angel: Live at the Isle of Wight.
O desempenho Band of Gypsys é muitas vezes louvada como Hendrix a mais fina, e é amplamente considerada como uma das melhores performances de guitarra elétrica na história da música gravada. A Band of versão Gypsys de "Machine Gun" é mais ou menos 12 minutos grandes. Solos de guitarra de Hendrix longo e riffs percussivos combinar com feedback controlado para simular os sons de um campo de batalha, tais como helicópteros, lançando bombas, explosões, metralhadoras, e os gritos e gritos de pessoas feridas ou de luto.
4. Star Spangled Banner – Jimi Hendrix
Heterodoxo desempenho de Jimi Hendrix Woodstock do Hino Nacional dos Estados Unidos, "The Star-Spangled Banner", acendeu controvérsia em agosto de 1969. Hendrix estava originalmente programado para fechar Woodstock no domingo à noite, mas ele não conseguiu subiu ao palco até segunda-feira de manhã, depois da maioria da multidão ter deixado o local. Ainda assim, seu desempenho vivido através gravações e foi ouvido e visto por ambos os seus fãs e seus detratores. É considerado por muitos como o desempenho que definiu Woodstock.
5. Walk On – U2
"Walk On" é uma canção da banda de rock irlandesa U2. É a quarta faixa e quarto single do álbum All That You Can't Leave Behind (2000), sendo lançado como single em 19 de novembro de 2001. A música alcançou o top 10 das paradas musicais em vários países, incluindo o Canadá, onde obteve a posição de número #1. A canção foi escrita sobre a ativista birmanesa Aung San Suu Kyi. Ele ganhou o prêmio de "Gravação do Ano" em 2002, marcando a primeira vez que um artista tinha ganhado um prêmio de canções do mesmo álbum em anos consecutivos.
Escrita e inspiração
A canção foi escrita e dedicada a Aung San Suu Kyi. Ela foi escrita em forma de um hino inspirador, apoiando-a e elogiando-a por seu ativismo e luta pela liberdade na Birmânia. Ela havia sido presa de forma intermitente sob prisão domiciliar desde 1989 por seus esforços. Devido à mensagem política nele contida, quem tentar mostrar o álbum All That You Can't Leave Behind na Birmânia pode enfrentar uma pena de prisão com duração de 3 a 20 anos.
O título All That You Can't Leave Behind provêm da letra do verso: "The only baggage you can bring, Is all that you can't leave behind" ("A única bagagem que você pode trazer, É tudo o que você não pode deixar para trás"). "Walk On" originalmente, foi duas canções diferentes, que de acordo com Adam Clayton, teve ótimos riffs, mas soou terrivelmente quando separado. A banda combinou-as, acabando como uma das canções mais elogiadas pela crítica.
Proibição na Birmânia
All That You Can't Leave Behind foi proibido na Birmânia, porque "Walk On" é dedicado à líder democrática Aung San Suu Kyi, que esteve sob prisão domiciliar por seu ativismo pró-democrático. A Democratic Voice of Burma correspondente a Myint Maung Maung, disse à revista britânica NME, que "o álbum foi banido, porque inclui a canção 'Walk On', dedicada a Aung San Suu Kyi e do movimento pela democracia na Birmânia". Quando o álbum foi lançado, o U2.com tinha uma página chamando a atenção para a situação política na Birmânia, onde dizem que 8 milhões de pessoas foram expedidos ao trabalho forçado e 500 mil pessoas são alvos de campanhas de limpeza étnica.
Lançamento
Singles promocionais foram lançados em períodos diferentes em 2001. "Walk On" foi lançado internacionalmente como quarto single de All That You Can't Leave Behind, em 19 de novembro, seguido dos lançamentos dos singles "Beautiful Day", "Stuck in a Moment You Can't Get Out Of" e "Elevation", desde o final de 2000 ao final de 2001. Em cada país que o single foi lançado, seu encarte possuía diferentes cores para cada região. Foi lançada em 20 de fevereiro de 2001 no Canadá, possuindo capa colorida[4] e uma versão em cinza. Na Europa e Austrália, foram lançados uma edição com capa vermelha[6] e uma edição de CD extra com capa azul. Na Europa, também foi lançada uma versão alternativa, com capa cinza/rosa. "Walk On" foi lançada no greatest hits da banda, U218 Singles (2006). "Walk On" foi relançado em uma edição para o álbum de caridade Songs for Japan (2011), do Sismo e tsunami de Sendai.
B-sides
Em torno de 10 B-sides foram incluídos em todas as versões. O versão de capa colorida lançada no Canadá, continha uma versão editada da própria canção, e duas versões ao vivo das canções "Beautiful Day" e "New York", ambas ao vivo no Farmclub.com. Na versão de capa cinza do Canadá, foi lançada as canções "Big Girls Are Best" e uma versão mix de "Beautiful Day" (Quincey and Sonance Remix). Na versão de capa vermelha, lançada no Reino Unido e Austrália, foram incluída a versão vídeo de 'Walk On", e três versões ao vivo das canções extraídas da Elevation Tour, "Where the Streets Have No Name" e "Gone" (ambos em Boston) e "Stay (Faraway, So Close!)" em Toronto. Na edição de CD extra de capa azul, inclui a versão single de "Walk On", a versão acústica e versão de vídeo americana de "Stuck in a Moment You Can't Get Out Of" e "Elevation" (The Vandit Club Mix), este lançado como faixa bônus na Austrália.
No padrão europeu, de capa cinza/rosa, foram incluídas apenas duas canções, sendo elas a versão vídeo de "Walk On" e uma versão acústica de "Stuck in a Moment You Can't Get Out Of". O último padrão de cor verde, era formato de DVD, contendo a versão single de "Walk On", o vídeo da canção do filme-concerto Elevation 2001: Live from Boston e uma versão em vídeo da Europa.
Vídeo da música
"Walk On" possui dois vídeos. Uma versão internacional, filmado na cidade do Rio de Janeiro em novembro de 2000, e uma versão americana, filmado em Londres, filmado em fevereiro de 2001. Ambos são destaques no DVD U218 Videos.
Performances ao vivo
A música ganhou mais significado por ter sido usado como apoio aos ataques de 11 de setembro em 2001. Foi realizada ao vivo em estúdio, um concerto beneficente, America: A Tribute to Heroes (2001), realizado pela televisão em 21 de setembro de 2001, em um desempenho que rendeu a banda uma indicação ao Grammy.
A primeira apresentação para uma platéia ao vivo após o atentado de 11 de setembro, foi na Universidade de Notre Dame, em 10 de outubro de 2001, onde a banda trouxe ao palco os membros do Departamento de Polícia e o Corpo de Bombeiros de Nova Ioque. A natureza da canção inspiradora fez com que fosse usada com frequência para o encerramento dos shows durante sua turnê Elevation Tour. Versões ao vivo da canção foi lançado no filme-concerto Elevation 2001: Live from Boston (2001), U2 Go Home: Live from Slane Castle (2001) e U2 360° at the Rose Bowl (2010). Durante a Vertigo Tour, apareceu raramente, normalmente em versão acústica. Foi usado como snippet depois da execução da canção "Running to Stand Still" na Vertigo Tour em 19 de junho, na data de aniversário de Aung San Suu Kyi. A canção fez parte do setlist principal da turnê U2 360° Tour. Antes da turnê, a banda pediu aos fãs para trazer máscaras de Suu Kyi nos shows, e usá-los durante as performances de "Walk On" em seu apoio. Além disso, durante a mesma turnê, em algumas cidades como Hannover, Barcelona, Coimbra e Istambul, a Anistia Internacional e voluntários, subiram no palco e caminharam sobre o círculo exterior duante a performance da canção carregando as máscaras de Suu Kyi ou lanternas da Anistia Internacional. Foi lançado na versão ao vivo da canção no álbum U22 (2012).
6. Rockin’In The Free World – Neil Young
Rockin’in The Free World é uma canção de Neil Young, lançada em seu álbum de 1989, Freedom. Duas versões da canção foram liberados, similar à canção "Hey Hey, My My (Into the Black ) do álbum Rust Never Sleep, uma das quais é realizada com um arranjo predominantemente acústica, e o outro com um arranjo predominantemente elétrico.
A canção foi apresentada pela primeira vez ao vivo em 21 de Fevereiro de 1989 em Seattle com a banda de Neil Young The Restless.
O livro Shakey por Jimmy McDonough afirma que a música teve origem quando Neil Young estava em turnê no final doa anos 80. Ele e Frank "Poncho" Sampedro viu fotos de jornais do corpo do Ayatollah Khomeini sendo levado para a sepultura enquanto que seus seguidores queimavam bandeiras americanas na rua. Sampedro, comentou: "Tudo o que fazemos, não deve chegar nem perto do Oriente Médio. É provavelmente melhor que apenas nos mantivéssemos num mundo livre." Young perguntou se Sampedro pretendia usar essa idéia como a base de uma música e quando Sampedro disse que não, Young disse que ele iria fazê-lo em seu lugar. No entanto a morte de Khomeini ocorreu meses após a primeira performance ao vivo da música.
As letras criticam o governo de George HW Bush, o qual se encontrava em seu primeiro mês de administração, e os problemas sociais da vida americana contemporânea, como referência direta ao famoso discurso dos "mil pontos de luz" quando de sua campanha presidencial de 1988 e relido no discurso de posse presidencial em 1989, que prometia transformar a américa numa "nação amável e gentil." Apesar disso, a canção se tornou o hino de fato do colapso do comunismo, por causa de seu refrão repetido de 'Keep on Rockin' no Mundo Livre'.
Uma versão editada da música acompanha os créditos finais do filme de Michael Moore Fahrenheit 9/11. No filme, a frase "Isso é mais um garoto que nunca irá para a escola / Nunca se apaixonará, nunca chegaraa ser legal", que na canção faz referência a criança abandonada do segundo verso, é usado em referência a um jovem soldado americano morto no Iraque.
A canção conseguiu uma classificação de número 216 das 500 Melhores Músicas da Rolling Stone de todos os tempos e está incluído no Greatest Hits de Young.
A canção se encontra como uma das faixas do jogo Guitar Hero: Warriors of Rock.
7. Elected - Alice Cooper
"Elected" é uma canção de 1972 da banda de rock Alice Cooper, o primeiro Hot 100 hit de seus sexto álbum de estúdio Billion Dollar Babies. Como um único alcançou # 26 durante a semana das eleições nas paradas dos EUA, # 4 nas paradas do Reino Unido e # 3 na Áustria. Ele inspirou um dos primeiros MTV estilo vídeos-line história promo já feitos para uma canção.
A canção foi um radical re-gravação de seu 1969 canção "refletida" dos Pretties álbum para você. [2]
8. The Revolution Will Not Be Televised – Gil Scott Heron
Em 1970, Gil Scott Heron já dava o aviso. A versão original da música (ou poema?) conta apenas com versos e percurssão. Seu título é inspirado no slogan das várias manifestações dos anos 60, e ainda representa muito bem o cenário atual.
9. Fight the Power – Public Enemy
Um dos grupos que revolucionou não só as batidas como o discurso do rap, abordando temas como consciência política e manipulação da mídia.
10. Pânico em SP – Inocentes
Ainda na pegada nacional, o Inocentes é uma das primeiras (e mais importantes) bandas de punk rock brasileira, formada por jovens da periferia de São Paulo. Antes mesmo de gravarem seu primeiro LP, a banda já era referência em todo país, fazendo parte do line up do lendário festival “O Começo do Fim do Mundo” em 1982. E a letra descreve exatamente o que os manifestantes passaram.
11. The Times Are A-Changin’ – Bob Dylan
Conhecido por suas letras questionadoras e politizadas, o beatnik queridinho do folk já alertava lá nos anos 60 que as coisas estavam mudando. Imagine agora com celulares com câmeras e 3G?
12. Change is Gonna Come – Sam Cooke
Uma das músicas que embalaram a luta pelos direitos civis durante os anos 60, foi lançada pouco depois da morte de seu compositor, Sam Cooke. Além de ser considerada a décima segunda melhor música de todos os tempos pela Rolling Stone, “A Change is Gonna Come” é capaz de inspirar as pessoas até nos dias de hoje.
13. People Have the Power – Patti Smith
Musa punk, poetisa, rocker e ativista. Também conhecida por cair de um palco de dois metros enquanto girava, em transe, durante uma performance e continuar vivona. Lançada em 1988, a música não poderia expressar melhor a união, solidariedade e articulações que estão rolando nas redes.
14. Cult Of Personality – Living Colour
Primeiro single do album de estréia da banda de funky-metal lançada em 1988, e atingindo a posição #13 das paradas de sucesso. O clipe, ganhador de dois prêmios, mostra cenas de levantes populares, conflitos, e ícones de diversas causas.
15. Killin in the Name of – Rage Against the Machine
O nome da banda já diz tudo. Os californianos que tocam rap metal desde o começo dos anos 90 são conhecidos pela música pesada e letras políticas que acabaram se tornando verdadeiros hinos para os jovens. Quem tem menos de 30 anos e nunca gritou “fuck you, I won’t do what they tell me” não sabe o que é vida.
16. White Riot – The Clash
Banda da nata do punk inglês 77 conhecida por misturar elementos do raggae, ska, dub, rockabilly, funk e rap. O Clash também é uma das maiores referências de bandas políticas com letras que vão da Guerra Civil Espanhola aos problemas da Nicarágua. São considerados também os burguesinhos do punk (é incrível como filho de embaixador tem vocação pra banda punk, não?), e com essa música convocavam os jovens brancos a acharem uma boa causa e lutarem por ela. Pra quem não se conforma com a classe média indo às ruas filmando os confrontos pelo iphone, encontramos os culpados.
JIMI HENDRIX : Star Spangled Banner
JIMI HENDRIX : All Along The Watchtower Live
BOB DYLAN : Blowin'in The Wind
U2 : Walk On
U2 : Sunday Bloody Sunday
NEIL YOUNG : Rockin'n The Free World Live
NEIL YOUNG : Soldier
NEIL YOUNG : Ohio
DEEP PURPLE : Child In Time
COUNTRY JOE & THE FISH : Death Sound
COUNTRY JOE & THE FISH : I Feel Like I’m Fixin’To Die Live Woodstock
ALICE COOPER : Elected
ALICE COOPER : Jackknife Johnny
ARLO GUTHRIE : Alice's Restaurant Massacre Live At Farm Aid 2005
GUESS WHO : American Woman Live
LENNY KRAVITZ : Back In The Vietnam
SAXON : Broken Heroes Live
JETHRO TULL : Bungle In The Jungle Live 1980
THE CLASH : Charlie Don't Surf
IRON MAIDEN : Edge Of Darkness Live Sopia 1995
CROSBY STILL NASH & YOUNG : Find The Cost Of Freedom
CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL : Fortunate Son
THE ROLLING STONES : Gimme Shelter
JOHN LENNON : Give Peace A Change
BLACK SABBATH : Hand Of Doom
BLACK SABBATH : War Pigs
JOHN LEE HOOKER : I Don't Wanna Go To Vietnam
JOHN LEE HOOKER : The Motor City Is Burning
GRAND FUNK RAILROAD : I’m Your Captain (Closer To Home)
GRAND FUNK RAILROAD : People, Let’s Stop The War
R.E.M. : Orange Crush
MOODY BLUES : Questions Live Royal Albert Hall
JOAN BAEZ : Where Are You Now, My Son ?
AMERICA : Sandman
THE STOOGES : Search And Destroy Live Pression Paris 2012
MANOWAR : Shell Shock
AC/DC : Skies On Fire
THE DOORS : Unknow Soldier
PINK FLOYD : Us And Them
PINK FLOYD : Another Brick On The Wall
JEFFERSON AIRPLANE : Volunteers Live Woodstock 1969