terça-feira, 30 de novembro de 2021

Rock Progressivo



Rock progressivo (também abreviado por prog rock ou prog) é um gênero do rock que surgiu no fim da década de 1960, na Inglaterra. Tornou-se muito popular na década de 1970 e ainda hoje possui muitos adeptos.
O estilo flerta com alguns conceitos tradicionais de música clássica promovendo alterações radicais na música clássica e no jazz fusion, em contraste com o rock norte-americano, historicamente influenciado pelo rhythm and blues e pela música country. Ao longo dos anos apareceram muitos subgéneros deste estilo tais como o rock sinfônico, o space rock, o krautrock, o R.I.O, o metal progressivo e o avant-garde metal. Praticamente todos os países desenvolveram músicos ou agrupamentos musicais voltados a esse gênero.

1. Características

De acordo com entrevistas concedidas pelas bandas em documentários, não houve uma organização consciente de formação do estilo e seus protagonistas geralmente rejeitam ser rotulados, bem como, nas composições não havia padrão a ser seguido quanto a duração e forma. As principais características do rock progressivo incluem:



1.1. Elementos essenciais

• Composições longas, com harmonia e melodias complexas, por vezes atingindo 20 minutos ou mesmo o tempo de um álbum inteiro, sendo muitas vezes chamadas de épicos, como as canções "Echoes", "Shine On You Crazy Diamond" e "Atom Heart Mother" do Pink Floyd, ou "Supper's Ready" dos Genesis.

• Letras que abordam temas como ficção científica, fantasia, religião, guerra, amor, loucura e história.

• Álbuns conceituais, nos quais o tema ou história é explorado ao longo de todo o álbum, como 2112 e Hemispheres do Rush.

• Vocalizações pouco usuais e uso de harmonias vocais múltiplas, como feito pelos grupos Magma, Robert Wyatt e Gentle Giant.

• Uso proeminente de instrumentos eletrônicos, particularmente de teclados (como órgão Hammond, piano, mellotron, sintetizadores Moog e sintetizadores ARP), além da combinação usual do rock de guitarra, baixo e bateria.

• Uso de instrumentos pouco ligados à estética rock, como a flauta, o violoncelo, bandolim, trompete e corne inglês.

• O uso de síncope, compassos compostos e mistos, escalas musicais e modos complexos. como o início do álbum Close To The Edge do grupo Yes.

• Enormes solos de praticamente todos os instrumentos, expressamente para demonstrar o virtuosismo e feeling dos músicos, que contribuíram para a fama de intérpretes como Rick Wakeman, Neil Peart, David Gilmour e Greg Lake.

• Inclusão de peças clássicas nos álbuns, como o grupo Emerson Lake & Palmer, que incluía partes extensas de peças de Bach em seus álbuns.

Pela maior parte da crítica musical e do público, o grupo Pink Floyd é tido como uma banda de rock progressivo, pois tem como característica marcante de sua obra elementos como: músicas longas, arranjos não tradicionais, uso de sintetizadores e longas partes instrumentais. Porém, existe uma vertente de pesquisadores de música progressiva que afirma que, apesar de apresentar várias características em comum com o gênero, o Pink Floyd não poderia ser considerado progressivo, sendo rock psicodélico ou rock lisérgico a melhor definição para sua música. Segundo essa corrente, uma das principais assinaturas e característica determinante do gênero é como a música flui e se movimenta, passeado por mudanças de andamento e fórmula de compasso (influência da música clássica). Tal característica praticamente inexiste nas composições do Pink Floyd, que sempre teve o minimalismo como marca registrada. A música "Money" é uma das poucas exceções, cuja fórmula de compasso em boa parte é 7/4, porém não chega nem de perto no número de variações de clássicos do progressivo, como por exemplo "Heart of Sunrise" do Yes ou "Natural Science" do Rush.

Riverside


1.2. Modelos de composição

As composições do rock progressivo muitas vezes se inspiravam nos moldes das "suites" eruditas:

• A forma de uma peça que é subdividida em várias à maneira da música erudita. Um bom exemplo disso é “Close to the Edge” e "And You And I" do Yes no álbum Close to the Edge, que são divididas em quatro partes, ou "2112" do Rush dividida em sete partes,ou até mesmo a instrumental "La villa Strangiato" dividida em onze partes. Outros exemplos mais recentes do metal progressivo são "A Change of Seasons" (do álbum A Change Of Seasons) e "Octavarium" (do álbum Octavarium) do Dream Theater, que é dividida em sete e cinco partes respectivamente e "Through the Looking Glass" (três partes), "The Divine Wings of Tragedy" (sete partes) e "The Odyssey" (sete partes) do Symphony X.

• Composição feita de várias peças, estilo “manta de retalhos”. Bons exemplos são: “Supper’s ready” do Genesis no álbum Foxtrot e o álbum Thick as a Brick do Jethro Tull.

• Harmonias feitas com base em tríades,utilizando progressões não tão usuais, O Progressivo (com algumas exceções, como o grupo de Rock Progressivo Soft Machine) não utilizam acordes com sonoridades dissonantes, como feito na Bossa Nova e no Jazz.

Yes

• Uma peça que permite o desenvolvimento musical em progressões ou variações à maneira de um bolero. "Abbadon's Bolero" do trio Emerson, Lake & Palmer, “King Kong” do álbum Uncle meat de Frank Zappa são bons exemplos.

No DVD documentário "Genesis Songbook" (2001), o baixista Mike Rutherford ressalta que as composições longas e divididas em partes eram por vezes mais fáceis de compor do que faixas curtas de 3 minutos e tão somente eram um reflexo da liberdade de ideias que os músicos dispunham, e também por conter as contribuições de cada membro do grupo.


2. História

O rock progressivo foi tocado pela primeira vez no final dos anos 60, no entanto, se tornou especialmente popular no início da metade dos anos 70. No final dos anos 60, algumas bandas - geralmente da Inglaterra - começaram a experimentar formas de músicas mais longas e complexas[2] pois os jovens músicos daquela geração estavam vivendo a "contra-cultura" que rompia com a cultura pop e hippie, ao passo que as gravadoras concediam liberdade de criação aos artistas contribuindo para um leque ilimitado de possibilidades em estúdio. O termo "rock progressivo" foi cunhado pela imprensa nos anos 70 pela necessidade jornalística de atribuir rótulos ao escrever matérias e resenhas.



2.1. Anos 1960: os precursores

O rock progressivo nasceu de uma variedade de influências musicais do final da década de 1960, particularmente no Reino Unido. Entre outros desenvolvimentos, os Beatles, em sua fase psicodélica e outras bandas de rock psicodélico começaram a combinar o rock and roll tradicional com instrumentos da música clássica e oriental. Os primeiros trabalhos foram do Pink Floyd e Frank Zappa que já mostravam certos elementos do estilo. A composição "Beck's Bolero", de Jeff Beck, Keith Moon, John Paul Jones, Nicky Hopkins Jimmy Page em 1966, é um retrabalho de "Bolero" do compositor francês Maurice Ravel. A cena psicodélica continuou o constante experimentalismo, começando peças bastante longas, apesar de geralmente sem tanto tratamento quanto à estrutura da obra (como por exemplo em "In-A-Gadda-Da-Vida" de Iron Butterfly). A banda inglesa The Moody Blues, foi uma das precursoras do gênero com o álbum Days of Future Passed.


Pioneiros alemães da música eletrônica como Tangerine Dream introduziram o uso de sintetizadores e outros efeitos em suas composições, geralmente em álbuns puramente instrumentais. Em meados da década de 1960 o The Who também lançou álbuns conceituais e opera rocks, apesar de ser baseado principalmente na improvisação do blues, assim como feito por outras bandas contemporâneas tais como Cream e Led Zeppelin.


2.2. Anos 1970: nascimento, auge e queda

Bandas tidas como referência do rock progressivo incluem The Nice e Soft Machine, e apesar das origens terem sido formadas em meados da década de 1960 foi somente em 1969 que a cena estaria se formando concretamente, como evidenciado pela aparição de King Crimson em fevereiro desse mesmo ano. A banda foi seguida rapidamente de outras bandas do Reino Unido incluindo Yes, Pink Floyd, Genesis, Emerson Lake and Palmer e Jethro Tull, e outras bandas menos famosas, como Focus, Family, Traffic, Camel dentre outras. Exceto pelo ELP, tais bandas começaram suas carreiras antes do King Crimson, mas mudaram o curso de sua música consideravelmente após o lançamento do álbum In the Court of the Crimson King.


As bandas que mais contribuíram para o nascimento desse estilo, no qual viria tornar-se famosíssimo foram: Yes, Emerson, Lake & Palmer, Rush, Genesis, Pink Floyd, Jethro Tull e King Crimson.
As músicas que mais refletiram o que foi o Rock Progressivo e que se tornaram mais famosas foram: "Roundabout" do Yes, "Karn Evil 9"(principalmente a 1st impression, pois a 2nd e 3rd impression são solo de piano e bateria.) de Emerson, Lake & Palmer, "2112" do Rush, "The Knife" do Genesis, "Proclamation" do Gentle Giant, "Echoes" do Pink Floyd, "Thick as a Brick Part I & II" do Jethro Tull e "The Court of the Crimson King" do King Crimson.

Gentle Giant

O rock progressivo ganhou seu momento quando os fãs de rock estavam em desilusão com o movimento hippie, movendo-se da música popular sorridente da década de 1960 para temas mais complexos e obscuros, motivando a reflexão. O álbum Trespass do Genesis inclui a canção "The Knife", que retrata um demagogo violento, e "Stagnation", que retrata um sobrevivente de um ataque nuclear. O Van der Graaf Generator também abordava temas existenciais que se relacionavam como o niilismo.
O estilo foi especialmente popular na Europa e em partes da América Latina. Várias bandas fora do Reino Unido que seguiram a trajetória dos britânicos foram o Premiata Forneria Marconi, Area, Banco del Mutuo Soccorso e Le Orme da Itália, além de Ange, Gong e Magma da França. A cena italiana foi posteriormente categorizada como rock sinfônico italiano. A Alemanha também produziu uma cena progressiva significante, geralmente referida como Krautrock. Os Psico, Tantra, Quarteto 1111 e José Cid, cujo disco 10 000 anos depois entre Vénus e Marte é considerado um dos melhores de rock progressivo, protagonizaram o género em Portugal. No Brasil, Os Mutantes combinaram elementos da música brasileira, rock psicodélico e outros sons experimentais para criar um som diferente do que havia sido feito até o presente momento, com letras inspiradas pela fantasia, literatura e história. A banda introduziu o Mellotron no Brasil (embora não existam fontes, nota-se que o instrumento nunca foi ouvido na música brasileira até a gravação do compacto Mande Um Abraço pra Velha em 1972) além do primeiro amplificador Leslie rotatório para órgão Hammond. Outras bandas brasileiras que contribuíram à cena progressiva nacional são O Terço, Som Nosso de Cada Dia, Marco Antônio Araújo, A Barca do Sol, Moto Perpétuo, Módulo 1000, Bacamarte e Som Imaginário. As mais recentes poderemos citar Quaterna Réquiem, Tempus Fugit, Vitral, Lummen, Caravela Scarlate, Arcpélago, Únitri, Cálix e Kaoll.
Um grande elemento de vanguarda e contracultura é associado com o rock progressivo. durante a década de 1970 Chris Cutler do Henry Cow ajudou a formar um grupo de artistas referidos como Rock in Opposition, cuja proposta era essencialmente criar um movimento contra a atual indústria da música. Os membros originais incluíam diversos grupos tais como Henry Cow, Samla Mammas Manna, Univers Zéro, Etron Fou Leloublan, Stormy Six, Art Zoyd, Art Bears e Aqsak Maboul.

Van Der Graaf Generator

Fãs e especialistas possuem maneiras divergentes de categorizar as diversas ramificações do rock progressivo na década de 1970. A Cena Canterbury pode ser considerada um sub-gênero do rock progressivo, apesar de ser muito mais direcionado ao jazz fusion, encontrado em bandas como Traffic. Outras bandas tomaram uma direção mais comercial, incluindo Renaissance, Queen e Electric Light Orchestra, e são algumas vezes categorizadas como rock progressivo. Através do tempo, bandas como Led Zeppelin e Supertramp também incorporaram elementos não usuais em seu som tais como quebras de tempo e longas composições.
A popularidade do gênero atingiu seu auge em meados da década de 1970, quando os artistas regularmente atingiam o topo das paradas na Inglaterra e Estados Unidos. Nessa época começaram então a surgir bandas estadunidenses como Kansas e Styx, que apesar de existirem desde o começo dos anos 70, tornaram-se sucesso comercial após a vinda do rock progressivo às Américas. A banda de Toronto, Rush, também foi muito bem-sucedida fazendo um hard rock com influências progressivas, com uma sequência de álbuns de sucesso desde meados da década de 1970 até atualmente.
Com o advento do punk rock no final da década de 1970 as opiniões da crítica na Inglaterra voltaram-se ao estilo mais simples e agressivo de rock, com as bandas progressivas sendo consideradas pretensiosas e exageradas em demasiado, terminado com o reinado de um dos estilos mais liderantes do rock.[4][5] Tal desenvolvimento é visto frequentemente como parte de uma mudança geral na música popular, assim como o funk e soul foram substituídos pela música disco e o jazz ameno ganhou popularidade sobre o jazz fusion. Apesar disso, algumas bandas estabelecidas ainda possuíam ampla base de fãs, como Rush, Genesis e Yes continuaram regularmente no topo de paradas e realizando grandes turnês. Em torno de 1979, é geralmente considerado que o punk rock evoluiu para o New Wave.


2.3. Anos 1980: o rock neoprogressivo

Os princípios dos anos 1980 assistiram o retorno ao gênero, através de bandas como os Marillion, IQ, Pendragon e Pallas. Os grupos que apareceram nesta altura são por vezes chamados de “neoprogressivos”. Foram amplamente inspirados pelo rock progressivo, mas também incorporaram fortemente elementos do new wave. É caracterizado pela música dinâmica, com grande presença de solos tanto de guitarra quanto de teclado. 


Por esta altura alguns dos grupos leais ao rock progressivo mudaram a sua direção musical, simplificando as suas composições e incluindo mais abertamente elementos eletrônicos. Em 1983 os Genesis alcançam um grande êxito internacional com a música “Mama”, que tinha uma forte ênfase na bateria eletrônica. Esta canção foi gravada em um álbum que também celebrizou o clássico "Home by the Sea", que apresentava uma versão com letra e outra instrumental. Em 1984, o Yes alcança um grande êxito com o álbum 90125 e o sucesso “Owner Of A Lonely Heart”, que continha (para aquela época) efeitos eletrônicos modernos e era acessível a ser tocada em discotecas e danceterias. Em 1983 é criado o Apocalypse, um dos principais grupos brasileiros de progressivo. O grupo lançaria 10 álbuns, incluindo 4 álbuns na Europa, e gravaria o primeiro álbum duplo ao vivo de rock progressivo brasileiro nos EUA.

2.4. Anos 1990: third wave e metal progressivo

Nos anos 1990 outras bandas começaram a reviver o estilo com a chamada third wave, composta por bandas como os suecos The Flower Kings, os ingleses Porcupine Tree, os escandinavos e os americanos Spock's Beard e Echolyn, que incorporaram o rock progressivo no seu estilo único e eclético. apesar de não soar igual, tais bandas estão muito relacionadas com os artistas da década de 1970, considerados por alguns inclusive uma fase retrô do estilo.
Enquanto isso (da metade da década de 1980 em diante para ser mais exato), estava havendo o surgimento do metal progressivo, um estilo comercialmente bem-sucedido que uniu vários elementos do rock progressivo ao heavy metal. Isso trouxe para o estilo uma maior técnica, fruto de uma aprendizagem acadêmica, capacitando-as a explorar músicas longas e álbuns conceituais. Bandas do estilo incluem Dream Theater, Fates Warning, Tool, Symphony X, Queensrÿche (Estados Unidos), Ayreon (Países Baixos), Opeth, Pain of Salvation, Ark, A.C.T (Suécia), Spiral Architect, Circus Maximus, Conception(Noruega), e no Brasil, o Mindflow. Bandas da década de 1970 frequentemente citadas como referência para o metal progressivo coincidem com as mais bem-sucedidas, tais como Yes, Rush, Pink Floyd e Genesis.

God Is An Astronaut

No trabalho de grupos contemporâneos como os Radiohead e bandas post rock como Poets of the Fall, Sigur Rós e Godspeed You! Black Emperor, estão presentes alguns dos elementos experimentais do rock progressivo. Entre os músicos mais experimentalistas e de vanguarda, o compositor japonês Takashi Yoshimatsu cita o rock progressivo como sendo a sua primeira influência.


2.5. Anos 2000 e 2010: festivais

Na década de 2000 e na última década e meia surgiram, no mundo inteiro, vários festivais dedicados ao género. Como exemplo cite-se o prestigiado festival português Gouveia art rock que se realiza desde 2003 e já é considerado um evento de referência em todo o mundo.






Pink Floyd - Live in Venice 1989



Genesis - Live Shepperton Studios 1973



Yes - Keys to Ascension Live in San Luis 1996



Riverside - Reality Dream Concert 2008



Van Der Graaf Generator - Pilgrims



Arena - The Butterfly Man Live 2000



Porcupine Tree – Trains Live



RPWL - The RPWL Experience



IQ – A show of Resistrance 2020



Arena - Live in Proxima Club Warsaw Poland 2018






sábado, 20 de novembro de 2021

Canterbury Scene


Cena de Canterbury (ou Som de Canterbury) é um termo utilizado para descrever um grupo de bandas e músicos que praticam um subgênero do Rock que unia Rock Progressivo, Música Psicodélica e Jazz. A nomenclatura se deve ao fato de que grande parte dos músicos que deram início a esse estilo musical (durante o final da década de 1960 e começo da década de 1970) vinham da região de Canterbury. No entanto, a classificação também é usada para se referir à grupos de outras regiões da Inglaterra, e até mesmos de outros países.

Steve Hillage


1. Definição

A cena de Canterbury é amplamente definida como sendo um grupo de bandas com constante compartilhamento de integrantes entre si. Não possuíam muitas similaridades em termos de composição musical, mas tinham como elementos em comum em seus trabalhos elementos de música psicodélica, improvisações (derivado do jazz, estilo que serviu como base na carreira de muitos dos músicos) e a presença de humor nonsense em letras ou títulos de composições.


Há variações dentro da cena, percebidas em diferenças entre o pop/rock do Soft Machine em seus primeiros anos de atividade e do Caravan, as composições de vanguarda do National Health e o jazz improvisado do In Cahoots. Didier Malherbe (do Gong) definiu a cena como tendo "certas progressões de acordes, em particular no uso de acordes em semi-tom, certas combinações harmónicas e uma grande noção de estética, e um modo de improviso que é bem diferente do que é feito no jazz."


Muito se debateu sobre o uso do termo, ou mesmo da existência dele. Dave Stewart, fundador do Egg argumenta que essa nomenclatura se aplica a muitas pessoas, incluindo ele, que não têm nada a ver com Canterbury, o local. O ex-baixista do Soft Machine, Hugh Hopper, que mora em Whitstable, próximo à Canterbury, disse: "Eu penso nisso como sendo um rótulo artificial, uma coisa de jornalista… eu não me importo, mas pessoas como Robert Wyatt, ele de fato odeia a idéia, porque ele nasceu em outro lugar e por acaso estudou lá. Quando começamos com o Wilde Flowers, nós nem sequer havíamos trabalhado em Canterbury. Foi só quando Robert e Daevid foram para Londres para formarem o Soft Machine que tudo aconteceu. Eles nem eram uma banda de Canterbury [...] se isso ajuda as pessoas compreenderem ou ouvirem a música, então está tudo bem."



2. Origens

Os músicos da cena não possuiam muitas similaridades em composição musical, mas compartilhavam elementos da música psicodélica e grande improvisação (derivado do jazz) em suas composições. Foi iniciada no Wilde Flowers, banda formada em 1964 e que foi o início de músicos do Soft Machine e Caravan, bandas que por sua vez também foram celeiro de músicos para outras muitas bandas do gênero.


O início do som Canterbury pode ser definido em 1960, quando o australiano Daevid Allen se hospedou na casa dos pais de Robert Wyatt em Lydden, próximo à Canterbury. Allen comprou com Wyatt uma extensa coleção de gravações de jazz, e o baterista de jazz George Niedorf ensinou sobre o instrumento à Wyatt posteriormente. Em 1963 Wyat, Allen e Hugh Hopper formaram o Daevid Allen Trio (em Londres), que se transformou em Wilde Flowers quando Allen deixou a banda para morar na França.


A cena também é conhecida por um conjunto de músicos que constantemente alternavam em diferentes bandas do gênero. Richard Sinclair, por exemplo, esteve em bandas como Wilde Flowers, Camel, Caravan e Hatfield and the North. Robert Wyatt foi membro do e Wilde Flowers, Soft Machine, Matching Mole e também trabalhou como artista solo. Outra base da cena foi a banda Delivery, cujos membros inseriram-se na cena Canterbury nos anos 1970, fundando bandas como Matching Mole e Hatfield and the North.


3. Bandas e músicos

   Kevin Ayers
   Camel
   Caravan
   Comus
   Delivery
   Egg
   Gong
   Daevid Allen
   Steve Hillage
   Hatfield and the North
   Henry Cow
   Lindsay Cooper
   Chris Cutler
   Fred Frith
   John Greaves
   Tim Hodgkinson
   Matching Mole
   National Health
   Quiet Sun
   Short Wave
   Soft Machine
   Hugh Hopper
   Wilde Flowers
   Robert Wyatt


4. Gravadoras

   Burning Shed Records
   Cuneiform Records
   Recommended Records
   Virgin Records
   Caroline Records
   Harvest Records
   Vertigo Records
   Voiceprint Records



Caravan - In the Land of Grey and Pink



Robert Wyatt - Sea Song



Hatfield and The North - Mumps Live The Rotters' Club, 1975



Gong - Radio Gnome Invisible Vol. 3 - You



Khan - Space Shanty



National Health - Of Queues And Cures



The Soft Machine - Third



Supersister - To The Highest Bidder



Egg - The Polite Force



Moving Gelatine Plates - The World Of Genius Hans







sábado, 6 de novembro de 2021

Keith "Keef" Hartley


Keith "Keef" Hartley (8 de abril de 1944 - 26 de novembro de 2011) foi um baterista e líder de banda inglês. Ele liderou sua própria banda de mesmo nome, conhecida como Keef Hartley Band ou Keef Hartley's Big Band, e tocou em Woodstock. Ele foi mais tarde um membro do Dog Soldier, e trabalhou com Rory Storm, The Artwoods e John Mayall.


Keith Hartley nasceu em Plungington, noroeste de Preston, Lancashire. Ele estudou bateria com Lloyd Ryan, que também ensinou a Phil Collins os rudimentos de bateria. Sua carreira começou como a substituição de Ringo Starr como baterista do Rory Storm and the Hurricanes, uma banda sediada em Liverpool, depois que Ringo se juntou aos Beatles. Posteriormente, ele tocou e gravou com The Artwoods, então alcançou algum renome como baterista de John Mayall (incluindo seu papel como o único músico, além de Mayall, a tocar no álbum "solo" de Mayall de 1967, The Blues Alone). Ele então formou The Keef Hartley (Big) Band, misturando elementos de jazz, blues e rock and roll; o grupo tocou em Woodstock em 1969. No entanto, a banda foi o único artista que tocou no festival cujo conjunto nunca foi incluído em nenhum álbum lançado oficialmente (antes de 2019), nem na trilha sonora do filme.


Eles lançaram cinco álbuns, incluindo Halfbreed e The Battle of North West Six (caracterizado por um crítico do Vancouver Sun como "uma incrível demonstração de virtuosismo").
Enquanto na banda de John Mayall, Mayall pressionou Hartley para formar seu próprio grupo. Um mock-up do "disparo" de Hartley foi ouvido na faixa de abertura do álbum do Halfbreed, "Sacked". A banda para o primeiro álbum era composta por: Miller Anderson, guitarra e voz, Gary Thain (baixo), posteriormente com Uriah Heep; Peter Dines (órgão) e Ian Cruickshank (como "Spit James") (guitarra). Membros posteriores que se juntaram à formação fluida de Hartley incluíram o órgão Mick Weaver (também conhecido como Wynder K. Frog), Henry Lowther (nascido em 11 de julho de 1941, Leicester, Inglaterra; trompete / violino), Jimmy Jewell (saxofone), Johnny Almond (flauta), Jon Hiseman e Harry Beckett. Hartley, muitas vezes vestido como um índio americano, às vezes com adorno de cabeça completo e pintura de guerra, era uma atração popular na cena de pequenos clubes. A Batalha de NW6 em 1969 aumentou ainda mais a reputação de seu clube, embora o sucesso nas paradas ainda o iludisse. Na época do terceiro álbum, Lowther e Jewell haviam partido.


Depois disso, Hartley lançou um álbum 'solo' (Lancashire Hustler, 1973) e então formou Dog Soldier com Miller Anderson (guitarra), Paul Bliss (baixo), Derek Griffiths (guitarra) e Mel Simpson (teclados). Eles lançaram um álbum homônimo em 1975, que teve um lançamento remasterizado no início de 2011 em CD pelo selo Esoteric.


Em 2007, Hartley lançou uma autobiografia escrita por fantasmas, Halfbreed (Uma Jornada do Rock and Roll Que Aconteceu Contra Todas as Probabilidades). Hartley escreveu sobre sua vida crescendo em Preston, e sua carreira como baterista e líder de banda, incluindo a aparição da Keef Hartley Band em Woodstock.

Keith Hartley Band em Woodstock

Hartley morreu em 26 de novembro de 2011, aos 67 anos, no Royal Preston Hospital em Fulwood, norte de Preston.

Discography

Keef Hartley Band
     1969   Halfbreed
     1969   The Battle of North West Six
     1970   The Time Is Near
     1971   Overdog
     1971   Little Big Band (live at the Marquee Club)
     1972   Seventy-Second Brave
     1972   Not Foolish Not Wise (1968-1972 / studio + live)

Solo
     1973   Lancashire Hustler

With Dog Soldier
     1975   Dog Soldier

With John Mayall
     1967   Crusade
     1967   The Blues Alone
     1968   The Diary of a Band - Volume One
     1968   The Diary of a Band - Volume Two
     1971   Back to the Roots (some tracks only)
     1973   Moving On (live)
     1973   Ten Years Are Gone (studio + live)

With Vinegar Joe
     1972   Rock'n Roll Gypsies




Keef Hartley Band - The Time is near... (1970) 



Dog Soldier - Dog Soldier 1975 



Keef Hartley Band - Live At Woodstock 1969