Se você entrar no site da banda ( www.bluesriders.com.br ), vai se deparar com o texto abaixo:
Uma banda de Rock cuja arte não é pra decorar estantes ... É arma de guerra !
Uma banda paulistana com inspiração no Rock Pesado dos anos 70 com um tempero bluesy que precisou mudar para evoluir.
Depois de 15 anos de estrada com a mesma formação, os Blues Riders se renovam e chegam com nova formação pra arrepiar em 2010.
Não se deixe enganar pelo nome.
O Blues não é a única praia dos Blues Riders, eles atacam principalmente com seu bom e velho Hard Rock calcado nos anos 70.
E sempre cantando em nossa língua.
Esse texto, por sí só, já dá uma idéia do que seja a banda: uma mescla muito bem elaborada de tudo que existe de mágico no Rock em suas principais vertentes.
O Blues Riders consegue transpor a barreira da singularidade e da simplicidade, tocando um Rock com base muito sólida e muito “funkeada”, com uma lead guitar muito ágil e de extrema sensibilidade.
As composições dosam muito bem todas as possíveis técnicas instrumentais.
O baixo, tocado por Alvaro Sobral, chama muita atenção, por ser tocado “à moda” dos grandes baixistas da história do Rock, ou seja, ele não se contenta em apenas fazer uma base, ele voa junto com os instrumentos, lembrando muito o estilo de Andy Fraser e de Jack Bruce. Mais lembra um “debulhador de milho” do que um tocador de baixo, tamanho o trabalho dedilhado que faz no instrumento.
A bateria “esmurrada” por Felipe Duarte, marca o ritmo, com rulos e passagens criativas, e com muito peso, criando uma atmosfera que se encaixa perfeitamente com a linha do baixo.
A guitarra base tocada pelo grande “performer” Aureo Alessandre complementa tudo isso com extrema competência, fazendo o papel de uma “cola”, que acaba dando extrema coesão e continuidade nessa base firme, sobrando a guitarra solo, tocada por Sidnei Ares, flutuar acima dessa base incrível, soltando riffs matadores.
Completando: o vocal é de um timbre bastante diferenciado, e sem buscar altos graves ou altos agudos, faz seu trabalho de forma absolutamente competente coroando a excelência da banda.
Deve-se dizer que para completar, a banda tem uma performance de palco bastante peculiar, feita de forma bastante carismática, e muito solta, alegre, que transmite ao público a idéia de que, mais importante que “tocar” é se divertir. E eles fazem isso com maestria.
Por fim, o Blues Riders é mais uma excelente banda do cenário do Verdadeiro Rock Nacional, e vem se juntar a outras grandes bandas como o Patrulha do Espaço, o Made In Brazil, a Casa das Máquinas, O terço, dentre tantas outras bandas.
O Blues Riders conquistou seu espaço nessa galeria, e cabe a nós o agradecimento pelo ótimo trabalho, e que a banda tenha uma longa estrada a percorrer, para nos banhar com sua sonoridade mágica.
Formação:
Sidnei Ares – voz e guitarra
Aureo Alessandre - guitarra
Alvaro Sobral - baixo
Felipe Duarte - bateria
Discografia:
Blues Riders na Cidade Rock - 2000
A Sagrada Seita do Rock’N’Roll - 2010
Comentários sobre o disco “A Sagrada Seita do Rock’N’Roll”
A primeira composição, “Amém Rock N´Roll”, desse trabalho já dá idéia do clima insubordinado, do rock n´roll debochado que virá a seguir, uma mistura de Made In Brazil, Baranga com um toque dos americanos do Kiss. Ironia e profanação a parte, essa abertura ficou até que criativa, uma oração cavernosa pró-rock com direitos a sinos, coral de acompanhamento, um clima meio sombrio, dramático para logo entrar num rock n´roll com uma pegada mais hard com andamento arrastado, corais, riffs pentatônicos em profusão e repleto de energia. Uma música cheia de arranjos, dinâmica, bem variada. A segunda faixa, “Nos Caminhos Da Morte” e “Urgente” (última das doze composições do álbum e com um breve solo de gaita), seguem no mesmo clima e estrutura, embora um pouco mais rápida, me lembra uma sonoridade semelhante aos ingleses do Samsom ao início dos anos oitenta, uma mistura de rock n´roll visceral com hard rock com fraseados mais densos, sisudos, fortes acentuações e introduções em narrativas (as influências da NWOBHM) e, principalmente, de uma forte influência do Black Sabbath setentista em relação a parte instrumental. Mas a banda continua a viajar e expandir sua sonoridade, “O Bem E O Mal”, “Nos Meus Sonhos”, “Mais Do Que Emoção” e “Pecado Sem Perdão”, por exemplo, são um pouco diferentes (embora a segunda seja um pouco mais rápida e pesada), um clima bem sabbatiano dessa vez, boa sacada, (até a guitarra com timbre V-8 de Tony Iommi e os timbres da bateria são semelhantes, sem falar nas linhas de baixo a la Butler). Interessante as letras do vocalista (e guitarrista) Áureo Alessandri (um poeta do rock n´roll way of life) E por falar em rock n´roll básico e explosivo a la Kiss, este volta com força total em “O Bluesman” (é, o nome engana). E o blues arrastadão (e longo, a faixa tem mais de dez minutos de duração) com leves arranjos de piano e solos chorados tem sua vez em “O Furor”, um tributo a vida estradeira e desregrada do rock n´roll (aliás, a temática no álbum gira em torno disso, bem coerente com o som da banda). “A Filha Do Diabo” começa com vocalização sobre harmonia de órgão para progredir numa faixa com guitarras em acordes soltos, arrastados (leia se doom, dá lhe Sabbath!). “Dama Da Noite” se inicia com o baixo destacado segurando a onda servindo de fundo para os vocais com breves links de guitarra para depois, mais uma vez, evoluir para aquele clima sabatiano que é favorito da banda (dessa vez até solo de gaita foi incluso). A música “Pelo Buraco Da Fechadura” traz de volta o rock n´roll mais rápido e reto (porém denso), essa sim bem Made In Brazil.
É um álbum interessante, variado, com partes bem rock n´roll mesmo e outras partes mais densas, arrastadas e cavernosas e letras cheias de trocadilhos e malícia. Kiss meets Made In Brazil that meets Black Sabbath. Uma injeção de criatividade para o rock brasileiro.
Escrito por : Fred Mika
http://www.strikemet.com/index.php/resenhas/cds/196-bluesriderssagrada.html
http://www.strikemet.com/index.php/resenhas/cds/196-bluesriderssagrada.html
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O Blues Riders é uma banda que bebe de fontes sagradas: o Rock dos Anos 70 - época em que todos os Deuses aqui estiveram para nos dar a fórmula mágica da juventude e felicidade.
O Blues Riders é uma banda que incorpora esse Espírito, e mantem firme a bandeira do Autêntico Rock Nacional, com absoluta maestria.
Longa Vida ao Blues Riders !
Longa Vida ao Rock And Roll !
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