domingo, 30 de agosto de 2015

The Brazil's True Rock - 7. Semente

SEMENTE : Uma Grande Banda de Rock Progressivo Nacional !


Dia 28 de agosto de 1976 foi um marco na  vida de quatro cariocas, que viviam entre aulas, garotas, praias e uma paixão em comum: a música. Naquele dia, Mário Caldas e os irmãos Alexandre e Pedro Kosinski, que já tocavam juntos há algum tempo, levaram o primeiro som com Sérgio Benchimol e aquela alquimia originou uma união muito mais que sonora. Naqueles tempos de Rock Progressivo e Heavy Metal, de Yes a Uriah Heep, de Tangerine Dream a Black Sabbath, de Deep Purple a Pink Floyd, de Genesis a The Doors, os quatro caras embarcaram numa viagem que nem o tempo nem a distância geográfica conseguiram por fim até hoje.


Os irmãos Kosinski moravam em uma casa na Barra da Tijuca e, junto com Mário, buscavam um rumo  musical e mal tinham dinheiro para adquirir instrumentos musicais, na época, quase sempre de fabricação nacional e caros. O primeiro baixo utilizado  foi literalmente fabricado, bem como pedal de volume e amplificador. A primeira batera foi feita com tambores adquiridos da torcida do Flamengo. Em tempos de Vestibular e Rock Progressivo em alta, Mário descobriu em sua turma de medicina Sergio, que gostava de surfar nas ondas do Grumari e também de tocar sua Fender vermelha. O convite  veio e o primeiro encontro dos quatro rapazes trouxe momentos empolgantes para todos, que resolveram seguir em frente.
Aos poucos, letras e melodias começaram a brotar e cinco canções foram finalizadas até 1979, todas eternizadas no primeiro CD da banda (Semente, que só saiu em 1999). À medida que a tecnologia da época permitia aos pobres mortais, as músicas foram gravadas em fitas cassete e DAT , bem como diversas levadas de improviso com amigos de compunham outras bandas de prog da época, como Tempus Fugit e Vôo Eterno. Ainda em 1979 Pedro se afastou do grupo, dando lugar à Ricardo Bottecchia, que acompanhou a banda por  mais de  um ano. A proximidade das formaturas profissionais de cada um acabou levando à dissolução do grupo e cada um foi buscar seu caminho. 
A chegada do fim do século XX inspirou Sergio a propor aos demais a gravação do primeiro CD do Semente. As músicas originais, aquelas lá dos anos setenta, foram rearranjadas e Marcia Kosinski, então esposa de Pedro, emprestou sua voz à três faixas. Afinal, vinte anos haviam se passado e os rapazes não eram mais rapazes. Com um maravilhoso trabalho de capa e de gravação, o designer Bernard e o “mágico” Fabrizio de Francesco cunharam um trabalho que surpreendeu os amantes do rock progressivo, não só no Brasil, como ao redor do planeta. Já com um Novo Mundo digital e virtual, Sergio Benchimol não só registrou com maestria seu primeiro trabalho como produtor musical, como levou o CD aos lugares mais distantes, como Nova Zelândia, […]. 


O trabalho foi reconhecido de tal forma, que a banda chegou a ser cogitada numa eleição virtual para abrir no Rio de Janeiro um show do Camel, um dos ícones dos prog inglês dos anos setenta. Não bastasse isso, […] Grammy Award.
Após curtir o alegria com o primeiro trabalho, veio o grande desafio: tocar ao vivo! E em 2000 o Semente fez seu debut no […] e no ano seguinte se apresentou por duas noites no Museu Nacional de Belas Artes, apresentando o repertório do CD na íntegra. 
Mesmo com os filhos crescendo, encontros anuais continuaram ocorrendo, nem sempre com a presença de todos. 

A ideia do Segundo CD de estúdio
Apesar de morar em Brasília desde 1982, Pedro se manteve  próximo de todos, que invariavelmente marcavam jam sessions a cada vez que este vinha ao Rio de Janeiro. Muitas dessas jams foram gravadas ao longo dos anos e esses materiais, entre vinte e trinta horas de som, foram deixados  de lado até poucos anos atrás. Foi quando a saudade bateu e Pedro resolveu ouvir tudo o que tinha armazenado e selecionar, de forma compacta, o melhor daqueles momentos. O trabalho gerou pouco mais de duas horas de temas, algumas vezes quase inaudíveis (velhas fitas K7), que somados a algumas composições já feitas em Brasília por Pedro, foram distribuídos aos demais em três fitas K7. Esse material tem sido o ponto de partida para a elaboração de um novo CD de estúdio, embora haja muita coisa nova. 

Fonte
SementeProg.com
http://sementeprog.com/music/index.html



Rock Progressivo Brasil
Semente - Sergio Benchimol
Rio de Janeiro, 21 de setembro de 1999

O Semente é uma banda da "época", como afirmam alguns admiradores de Rock Progressivo. E foi com um de seus membros (Sérgio, guitarrista e flautista) que conseguimos descobrir algumas preciosidades, que divulgamos com exclusividade nesta entrevista:

RPB - A banda ainda esta em atividade?
SB - Sim, apesar de Pedro e Marcia (casados) morarem em Brasília, eles sempre vêm ao Rio, quando nos reunimos em um estúdio em minha casa.

RPB - O material foi gravado nesta epoca ou apenas ano em 97/98, como diz o encarte?
SB - O percurso de gravação do disco foi muito curtido e bastante prolongado, as músicas foram compostas entre 76 e 79,  ano em que demos uma parada devido a mudanças de endereço (Pedro mora em Brasília), mas continuamos a desenvolver nossas idéias em cada encontro anual. As gravações começaram em dezembro de 1996, em minha casa, terminando em dezembro de 1998 e ficamos surpresos com o resultado final. Muitos climas sonoros surgiram durante as gravações sobre as bases antigas.  Abrimos o disco com a instrumental "Semente" , que inicia num Big-Bang, contrastando com os harmônicos rítmicos de guitarra, permeados por uma guitarra cósmica, enquanto baixo, flauta e  teclado formam um caldo progressivo que vai até o final. Trata-se de uma versão musical-instrumental sobre a mitologia da criação do mundo.

RPB - Passos de Dinossauro (uma parte da musica Semente) foi criada com alguma referência ao sentido pejorativo dado as bandas antigas?
SB - A passagem "Passos de Dinossauro" é realmente uma alusão ao movimento progressivo (segue uma carta minha ao JB*). Vale a pena conferir. Seguimos com "Insanidade" uma poesia existencial do Alex, inspiradora e visionária, que ao vivo, rende os maiores improvisos pela sua diversidade rítmica e harmônica. "Ninfa Azul" é uma ode ao amor romântico, construída sobre uma base Rock-Blues-Eletrônica, um barato. "Novas Forças" fala sobre o impulso criativo presente em todos nós, eternizada numa sequência de solo de baixo, guitarra e sax, muito legal. Terminamos com "Mundo Guerreiro", outra poesia de Alex sobre a busca da liberdade do ser humano, rompendo cordas, precipitando-se sobre o mar bravio (citação).
*Nota: A Rock Progressivo Brasil não tinha conhecimento desta carta ao enviar as perguntas da entrevista. Foi realmente puro "feeling"...

RPB - A banda é formado por irmãos?
SB - O grupo existe desde 1976, quando, através de meu amigo de faculdade, o baterista Mário, fui apresentado aos irmãos Kosinski, Pedro o baixista e tecladista, e Alex, o guitarrista. A sensação ao tocarmos era (e ainda é) de que um acrescenta a idéia musical do outro, surpreendendo-nos constantemente, criando uma atmosfera eletro-magnética que apenas quem curte som sabe ao que me refiro. Para a gravação do CD, contamos com a participação da Márcia, esposa do Pedro.


RPB -  Quais são as reais atividades dos integrantes da banda?
SB - Sou médico oftalmologista, Mário é médico cardiologista, Pedro é veterinário, Alex é Físico e bancário (Banco do Brasil)

RPB - O que esperam do Progressivo no novo milênio?
SB - Eu espero que o movimento de música progressiva siga ampliando seus horizontes musicais incorporando, digerindo e transformando a sonoridade atual, traduzindo numa linguagem que prevaleça o bom gosto e a espontaneidade, conectando-se com um maior número de pessoas.

RPB - Como a Internet esta ajudando na divulgação do trabalho? Vocês ja tem um web site?
SB - A Internet é essencial para divulgação, intercomunicação, troca de idéias, atualização, comercialização, distribuição, ou seja, a Internet é essencial. Transformar a Internet em Evernet é conexão total sem fronteiras. Ainda não temos Web Site, temos uma amostra no endereço www.rockprogressivo.com.br/renaissance e meu email é sbenchimol@ax.apc.org.

RPB - A capa feita por Bernard (Tempus Fugit - Tales From a Forgotten World, Solis, Projeto Caleidoscópio) é realmente muito boa. Como foi o processo criativo da mesma? De quem foi a idéia?
SB - Tudo começou com um desenho feito por mim de um planeta terra pré-histórico, sendo bombardeado por cometas humanos, em forma de sptzs, que apresentamos ao Bernard. O Bernard, ao ouvir o disco, especialmente a faixa   "Semente", desenvolveu uma idéia própria, a partir da inspiração da música e da história da banda, tendo criado uma capa moderna, inspiradora, que retrata nossa intenção. Uma obra prima.

Fonte:
Rock Progressivo Brasil  
http://www.rockprogressivo.com.br/canais/ent/ent_semente.htm


SEMENTE : Semente 1999



A banda Semente foi uma das grandes bandas progressivas de nosso Autêntico Rock Nacional.
Longa Vida a Semente !
Longa Vida ao Rock And Roll !



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