sexta-feira, 10 de abril de 2015

Great Bands Great Songs - 47. Stormbringer

STORMBRINGER : Uma Obra Prima !


Stormbringer é o nono álbum de estúdio do Deep Purple, lançado em novembro de 1974. Nesse álbum, os elementos de funk e soul, que foram apenas insinuada em Burn, são mais proeminentes, o que incomodou bastante ao guitarrista Ritchie Blackmore, que não era entusiasta destes elementos musicais. Após a turnê européia de divulgação do álbum, Blackmore deixou o grupo em 7 de abril de 1975.

História
Quando o pedido de Ritchie Blackmore ( como posteriormente admitiria ) para incluir no disco uma música chamada "Black Sheep of the Family", a banda se negou, colocando a música em segundo plano não incluindo-a no disco, pela primeira vez na história da banda. Stormbringer foi criado misturando Rock, Soul e Funk de uma forma que foi muito à frente de seu tempo. Foi lançado em tempo muito curto em dezembro de 1974, e teve uma turnê, igualmente, muito breve. Blackmore, então, seguiu com a gravação de um disco solo com sua banda “Ritchie Blackmore’s Rainbow”, no início de 1975, tendo como músicos auxiliares alguns membros do Deep Purple.
Ritchie Blackmore deixaria a banda após a turnê deste disco, retornando mais tarde, durante a gravação do álbum Perfect Strangers.



Capa do álbum e título
A imagem da capa de Stormbringer é baseada em uma foto. Em 8 de julho de 1927 um furacão perto da cidade de Jasper, Minnesota foi fotografada por Lucille Handberg. Sua fotografia se tornou uma imagem clássica, e foi usada e editada para a capa do álbum. A mesma fotografia foi usada para Siouxsie and the Banshees álbum Tinderbox em 1986.
Stormbringer é também o nome de uma espada mágica descrito em diversas novelas por Michael Moorcock. David Coverdale negou conhecimento disso até pouco depois da gravação do álbum. Alguns anos mais tarde, Moorcock colaborou com Blue Öyster Cult para escrever "Black Blade", uma canção que, na verdade, era sobre a Espada Stormbringer.
De acordo com Glenn Hughes, o jargão falado de forma arrastada por David Coverdale no início da faixa-título um pouco antes do primeiro verso é o mesmo diálogo para trás que o personagem de Linda Blair pronuncia no filme O Exorcista, quando ela é questionada pelo padre.


Lançamento e recepção
Alex Henderson do Allmusic escreve que "Stormbringer fica aquém da excelência do disco  “Machine Head” e “Who Do You Think We Are”, mas ainda assim possui alguns clássicos definitivos - incluindo a furiosa "Lady Double Dealer", a sinistra canção título (um tesouro Goth Metal), o suado "Sweaty High Ball Shooter", e a balada melancólica "Soldier of Fortune".


Reedições
Em 1990, o álbum foi remasterizado e relançado nos EUA pela Metal Blade Records, com distribuição da Warner Bros.
Este registro tem sido objeto de muito interesse: a Friday Music Label lançou ele  nos EUA em 31 de julho de 2007 (juntamente com Made in Europa e Come Taste the Band). Não está claro que as fitas foram usadas como uma fonte para esta versão, mas o site do rótulo afirma que o álbum foi remasterizado digitalmente (mas não expandida).
Além disso EMI a (gravadora do Deep Purple para grande parte do mundo fora os EUA) trabalhou com Glenn Hughes em uma versão remasterizada, expandida do álbum (muito parecido com o que fora feito com Burn) que inclui remixes de bônus e alternate takes.


35th Anniversary Edition
Em 23 de fevereiro de 2009, com o título “35th Anniversary Edition”, foi lançado apenas para o mercado internacional europeu. A produção foi ampliada em uma edição com um set contendo 2 discos em edição limitada: o primeiro disco é o álbum remasterizado completo, juntamente com os novos remixes, e o segundo disco é um DVD contendo o mix quadraphonic em áudio 5.1, como originalmente lançado nos EUA no carretel Quad em 1974. uma vez que a edição em CD/DVD foi feita para ser lançada fora dos EUA em uma edição única de CD. Uma edição limitada gatefold foi feita em Vinil Duplo e também lançada nos EUA.


Resenha - Stormbringer - Deep Purple
Olímpio Moreira Rocha
Há bandas que mudam a formação e lançam discos carentes de criatividade e talento, como se o "fantasma" dos que saíram atormentasse a banda - vide o Pink Floyd sem Roger Waters. Há bandas que mudam a formação e fazem o que faziam antes de maneira melhor - vide o Pearl Jam com Matt Cameron na bateria. E a bandas que mudam a formação, acenam com mudança de direcionamento musical, mas com o mesmo talento e qualidade musical. Esse é o caso do Deep Purple, especificamente a transição da MK II (o clássico line up Blackmore/Gillan/Glover/Lord/Paice) para MK III (Blackmore/Coverdale/Hughes/Lord/Paice). Após o (absoluto, clássico, estupendo, maravilhoso) álbum Machine Head, problemas internos vieram a tona, e um álbum fraco (Who Do We Think We Are) e Gillan e Glover pulam fora (alguns dizem que eles foram "atirados" para fora, mas isso é outroa história). Quando achavam que sem o Silver Throat não haveria mais nada, é recrutado então o novato David Coverdale para cantar e o baixista (ex-Trapeze) Glenn Hughes, que tinha o adicional de fazer de maneira competentíssima a segunda voz, projeto antigo de Ritchie Blackmore (uma das principais razões da debandada de Gillan e Glover). Lançam então o estupendo Burn - e o que viria depois? Um álbum até hoje capaz de provocar calorosas discussões entre os fãs da banda, do estilo "ame-o ou odeie-o", que é o alvo dessa (pseudo) resenha: Stormbringer!
O romantismo exacerbado de Coverdale e as influências cheias de groove de Glenn Hughes aparecem de forma cristalina nesse disco, o que desagradou em cheio Blackmore. Composições como Hold On e You Can Do It Right não casavam de forma alguma com o hard rock veloz, pesado e virtuoso que Blackmore planejava para sua banda. O resultado é um novo "racha": sai Ritchie Blackmore e entra Tommy Bollin.
Mas como estamos aqui para falar do Stormbringer, segue um "track by track":


1) STORMBRINGER: Um começo de tempestade, um riff de guitarra avassalador e um David Coverdale furioso são o que essa ótima faixa de abertura nos traz. A banda se apresenta muito coesa, e com força. Grande música!

2) LOVE DON'T MEAN A THING: Momento mais cool e relax, com um bom trabalho de guitarra, e uma letra bem sacada, sobre um bon vivant que só se interessa por dinheiro, pois "amor não significa nada". Para os atentos, algumas impressões do que viria a ser, anos mais tarde, o Whitesnake.

3) HOLY MAN: É a hora de Glenn Hughes brilhar, numa balada emocionada, apesar da letra meio clichê. Mas com um arranjo simples, porém bonito. Destaques para a interpretação de Mr Hughes e para o solo cheio de feeling de Blackmore.

4) HOLD ON: Outro "momento Whitesnake". Se aproxima do que seria conhecido como "Hard Rock dos anos 80". Música meia boca, mas que ganha pontos pela letra franca sobre sexo. Se você gosta e pratica esse "esporte", vai acabar se amarrando nesse som. Destaque óbvio para a letra. Embora seu irmão de 16 anos tenha chances reduzidas de sacar qualé.


5) LADY DOUBLE DEALER: Finalmente um som do quilate Purple! Velocidade, berros, bateria alta. Destaque positivo para a coesão da banda e negativo para o solo sem inspiração de Ritchie Blackmore.

6) YOU CANT DO IT RIGHT: momento funky do disco, da abertura em diante. Coverdale utiliza seu dom de "sussurrar" a letra, mas aqui o show é de Glenn Hughes, sem dúvida. Aliás, é a faixa mais "Glenn Hughes" desse disco. Se você se despir de preconceitos bestas, pode até sair dançando pelo quarto.

7) HIGH BALL SHOOTER: Outro show de Hughes numa outra faixa um pouco mais veloz. Destaque para Ian Paice. Mais uma faixa "meia boca".

8) THE GIPSY: O ponto fraco do disco. Xoxa, não ata nem desata. Aquele som de fm romântica às 03 da madruga, saca? Pule.


9) SOLDIER OF FORTUNE: Uma das baladas mais lindas que já ouvi na vida. Triste de doer, com uma letra maravilhosa. Blackmore e Coverdele (autores) competem pra ver quem brilha mais. Quem sai ganhando é o ouvinte: o trabalho de Blackmore no violão e na guitarra e a interpretação emcionada de Coverdale levam o ouvinte mais despreparado às lágrimas. Linda música, belo final de disco.

Chama a atenção a discrição de Jon Lord, que pouco aparece. Talvez por isso a banda se mostrasse sem um direcionamento definido, ora fazendo o bom e velho hard que a consagrou (Stormbringer, Lady Double Dealer) ou caindo para uma vertente mais Funk (You Can't Do It Right, Gipsy). Mas se você não é daqueles bitolados e cheios de preconceito, aqui tem um grande disco pra se escutar. Um ponto positivo é a bateria - alta, como deve ser um disco de rock and roll.
É isso, meus filhos. Grandes músicos, ótimas canções, feeling sobrando. Se você já tem Burn, Machine Head, In Rock e Fireball, esse é o disco. Esqueça as modernices do Morse, o retorno da banda no (regular) Perfect Strangers. Temos aqui um grande disco! Como diria Coverdale, na Sail Away, do Burn: "You buy, steal or borrow". Yeah, man!

Fonte:
Olímpio Moreira Rocha
http://whiplash.net/materias/cds/002996-deeppurple.html



Deep Purple – Stormbringer 
Jimmy Jazz
Stormbringer é uma canção da banda britânica Deep Purple. Ela foi escrita por David Coverdale e Ritchie Blackmore, vocalista e guitarrista, respectivamente, a banda britânica de hard rock mais alto do planeta. 
Ela foi lançada em novembro de 1974 no álbum Stormbringer onde a banda depois de sofrer as saídas de Ian Gillan e Roger Glover, mostrou uma atração ao Funk e ao Blues. Este álbum foi relançado e remasterizado em 2009 e traz várias faixas novas que fazem bem a todos os amantes do Rock. 
É uma das canções mais famosas da banda porque ele conseguiu superar todas as expectativas mantidas sobre a banda quanto a sua nova experimentação musical e deu aos fãs as características de sonoridade alta e melódica que os fãs sempre esperavam da banda. 


O título da canção é baseada numa Espada Preta pertencente ao personagem fictício Elric de Melnibone criado pelo autor do gênero de ficção Michael Moorcock. Esta arma encantada e poderosa é parte de uma raça de demônios que assumem a forma de uma espada e, como tal, é uma força do caos e do mal implacável.  De acordo com o livro, a borda da Stormbringer tem poder tal que é capaz de passar através de praticamente qualquer material não é protegido por mais que estejam protegidos.


Segundo Moorcock, os membros da banda estavam familiarizados com a sua obra, antes que ele escolheu esse nome, mas, aparentemente, tinha a impressão errada de que Stormbringer era um nome da mitologia, quando na verdade ele é um nome inventado por Moorcock para sua história. 
Este último pode ser demonstrado nas letras nas quais, após análise simples, pode-se perceber falar de um ser implacável com poderes obscuros e cuja missão é a de destruir vidas. Em nenhum momento ele parece falar sobre uma espada ou algo assim, mas a única referência a ele é que ao se encontrar com esse personagem de nada serve fugir, porque você acaba sendo alcançado, e nesse momento encontrarás a temida e inevitável morte. 

Fonte:
Blog Historias de Uma Cancion
Jimmy Jazz
http://detrasdelacancion.blogspot.com.br/2009/09/stormbringer-deep-purple.html


Stormbringer, o álbum mais injustiçado do Deep Purple ?
Ronaldo Costa
Desde o fim da década de 60, o Deep Purple formou com o Led Zeppelin e o Black Sabbath a base fundamental do que viria a se tornar o hard rock e o heavy metal, servindo de influência não apenas para as bandas que surgiriam depois fazendo esse tipo de som, mas também para grupos de outros subgêneros diversos dentro do rock. A banda, que já tinha feito trabalhos excelentes, conseguiu já no início dos anos 70 gravar alguns clássicos absolutos da história do rock, com a clássica formação que ficaria conhecida como MK II (Blackmore, Gillan, Glover, Lord, Paice). Álbuns como “In Rock”, “Fireball” e “Machine Head”, além do clássico ao vivo “Made In Japan”, estão definitivamente em qualquer lista sobre os mais importantes discos de rock. Entretanto, o clima dentro da banda não era (provavelmente nunca foi) lá essas coisas. Com problemas internos cada vez mais evidentes, o Purple lança um álbum que não repete o mesmo êxito de seus antecessores ("Who Do We Think We Are"). Na seqüência, Ian Gillan e Roger Glover deixam a banda (há controvérsias se saíram espontaneamente ou se foram “convidados a se retirar”).


Recomeçar seria muito difícil, ainda mais achar alguém que substituísse dois músicos como Gillan e Glover. A procura por um novo baixista terminaria com a entrada de Glenn Hughes, que estava no Trapeze e que além de bom baixista, cantava e muito. A busca por um novo vocalista repousava na idéia firme de Ritchie Blackmore e Jon Lord que Paul Rodgers era um nome adequado para a banda. No entanto, Rodgers permaneceu muito pouco tempo na banda, sem deixar nada registrado, pois logo sairia para montar um outro projeto, o Bad Company. Para o posto de vocalista é recrutado então um jovem desconhecido, chamado David Coverdale. Com esse time, estava criada uma outra formação clássica do Purple, a MK III (Blackmore, Coverdale, Hughes, Lord, Paice). Seu álbum de estréia já foi o também clássico “Burn”, que agradaria em cheio até os fãs mais radicais, inclusive com os ‘duelos’ vocais entre Coverdale e Hughes que, na verdade, eram duetos que beiravam a perfeição. Apesar de o Purple ressurgir com uma formação extremamente eficiente e fazendo sucesso, as influências que os dois novos integrantes traziam à banda pareciam não agradar muito a Blackmore.


O álbum seguinte na trajetória da banda seria “Stormbringer”, trabalho este que foi capaz de dividir opiniões entre os fãs e desencadear animadas discussões entre os que vêem nele enormes qualidades e os que percebem justamente a falta delas, isso sem falar nos que admitem a qualidade técnica e instrumental presente no disco, mas que consideram que aquele som não condiz com o verdadeiro Deep Purple. Não bastasse isso, Ritchie Blackmore não gostou nada do resultado que viu e ouviu, tanto não gostou que resolveu abandonar o barco e tocar a vida adiante com o seu Rainbow.


Mas vamos aos fatos. Com um lineup muito melhor entrosado e seguro de si após a boa acolhida a “Burn”, as influências de Coverdale e Hughes sobre o som do grupo tornar-se-iam muito mais fortes e evidentes. Glenn Hughes exalava todas as suas influências ‘funky’, cheias de balanço e com um groove todo peculiar. Já Coverdale dava os primeiros passos naquelas que se tornariam suas principais características e que seriam fartamente exploradas em seus anos de Whitesnake. É justamente a combinação dessas características com o hard rock de raiz levado adiante pela banda, sobretudo pela influência de Blackmore, que fazem de “Stormbringer” um álbum excepcional, essencial na discografia da banda e de um ‘feeling’ e eficiência enormes.
Não é questão de dizer que ele seja melhor que a fase clássica da MK II, ou mesmo falar que ele supera “Burn”, mas a julgar pelas composições desse disco, além da execução impecável e cheia de ‘raça’ de suas músicas, “Stormbringer” pode ser considerado um trabalho injustamente subestimado, já que estamos falando de um excelente álbum de rock que é menosprezado por uma quantidade considerável de fãs.


A faixa de abertura, que leva o mesmo nome do álbum, é totalmente Blackmore, com seu riff poderoso e um vocal agressivo e voltado para o hard rock clássico, o mesmo hard que podemos observar também em outras faixas como “Lady Double Dealer” e “High Ball Shooter”, destacando ainda que a levada de Hughes no baixo e os duetos vocais entre ele e Coverdale não fazem feio e se encaixam perfeitamente bem com o clima dessas canções. Entretanto, a mão de Glenn Hughes se faz presente e de forma escancarada em músicas como “Holy Man”, simples mas cheia de sentimento, além de “You Can´t Do It Right”, provavelmente a que mais carrega influências suas, e “The Gypsy”. O álbum termina com a belíssima “Soldier Of Fortune”, uma balada extremamente tocante, onde a voz de Coverdale transmite um clima de tristeza que realmente comove. O som de Blackmore, conforme já pudera ser visto antes em “Burn”, parecia um pouco mais veloz. Jon Lord curiosamente não compareceu nesse álbum com o mesmo destaque de outras ocasiões, o que de forma alguma significa que seu trabalho não tenha sido bom. Já Ian Paice, bem, este é um cara que parece nunca ter passado por maus momentos, musicalmente falando.


“Stormbringer” é um álbum diferente, que carrega influências diversas e, por isso mesmo, atinge um resultado final eficaz e satisfatório. Conforme foi dito antes, provavelmente não é o melhor trabalho da carreira do Purple, mas isso está muito longe de não reconhecer todas as qualidades que tem ou querer classificá-lo apenas como um trabalho mediano e menor na discografia da banda. É possível que o desapontamento de Ritchie Blackmore com a obra e sua posterior saída da banda possam ter influência sobre a avaliação de algumas pessoas. Apesar disso, já à época de seu lançamento, este foi um disco que dividiu opiniões e que não deixou muito espaço para o meio-termo. É claro que existiam exceções mas, geralmente, ou era adorado ou era execrado. Estes são os motivos que o fazem figurar nessa lista sobre álbuns historicamente injustiçados.
E você? Também acha “Stormbringer” um álbum injustiçado ou acredita que isso tudo não passa de balela pra tentar justificar um ponto baixo na carreira do Deep Purple? Seja qual for a sua opinião, o importante é que você possa registrá-la, se possível após mais algumas audições desse disco.

Fonte:
Whiplash
http://whiplash.net/materias/cds/060710-deeppurple.html


Stormbringer 
Stock Rock Radio
Certas bandas conseguem se colocar nos patamares mais altos da história do Rock And Roll, gerando relações de amor e ódio entre seus mais fervorosos fãs. Entre essas bandas, com certeza se encontra o Deep Purple. Ainda mais quando se trata de um disco da fase Coverdale/Hughes, no caso desse artigo, o Stormbringer.
A banda vinha do simplesmente matador Burn, onde ocorreram mudanças significativas na formação da banda com a entrada de dois sujeitos que se tornariam monstros sagrados da história do Rock: David Coverdale e Glenn Hughes.
Desde o Burn, essas duas vozes maravilhosas chegaram pra dar uma cara mais Black Music pro Deep Purple: Coverdale com sua “pegada” bluesística e dono de um timbre poderoso e Mr. Glenn Hughes, que considero o All Green do Rock, com sua influência Soul, seu alcance de nota invejável e um feeling que gera orgasmos múltiplos em quem quer que tenha o prazer de ouvi-lo.


Em Stormbringer, essa característica Black Music ficou ainda mais evidente, principalmente nas obras-primas Holly Man, Hold On e You Can’t Do It Right. Mas sem deixar de lado os riffs pesados como foi no caso de Lady Double Dealer e a destruidora Stormbringer. Talvez seja por essa razão que pra alguns ouvidos, esse álbum mereça algumas boas e seguidas audições pra que seja devidamente digerido. Também não é sempre que temos oportunidade de ter um dueto vocal com tamanho grau de refinamento, como é o caso da faixa Gipsy que considero uma música singular dentro da carreira do Deep Purple, pela ousadia da banda em colocar duas vozes cantando em intervalos diferentes durante toda a música. É claro que isso não é uma idéia exclusiva do Deep Purple pois outras bandas já fizeram isso, Só que em se tratando de Ritchie Blackmore, John Lord e Cia, me parece que Stormbringer foi um álbum onde experimentar novos caminhos pra banda era a regra principal, um álbum que talvez muitos não considerem como Deep Purple justamente por causa disso. 


Porém, isso não tira em nada a genialidade do Deep Purple em trazer uma sonoridade que deixam satisfeitos os fãs do Blues, do Soul e do velho e bom Rock And Roll. Convenhamos que só o fato de um único disco satisfazer a tantos apreciadores de estilos musicais tão distintos, não deixa de ser um ponto a favor extremamente louvável, já que foram pouquíssimas as bandas que conseguiram conquistar os corações de tantos gregos e troianos com tamanha maestria. Trilhar outros caminhos, ignorando fórmulas onde eles já estavam consagrados, e conseguir criar algo do porte de um álbum como Stormbringer, realmente não é pra qualquer um. Não é à toa que essa banda fez parte da Santa Trindade do Rock And Roll, junto com Led Zeppelin e Black Sabbath. Atualmente, onde vivemos num mundo onde o mercado fonográfico está saturado de bandas à procura da tão sonhada “fórmula mágica” pra se vender discos, ter contato com a história desses caras e constatar o grau de ousadia que tiveram em se reinventarem, é algo pra se aplaudir de pé. Inclusive, nos dias de hoje.
E quanto àquela velha discussão, motivo de tantas noites regadas à cerveja com os amigos, sobre qual formação da banda é a mais matadora, a minha resposta é simples: sendo Deep Purple para mim, já basta !

Fonte:
Stock Rock Radio
http://www.stockrockradio.com.br/2010/11/stormbringer-deep-purple.html



Deep Purple: 40 anos de Stormbringer
João Renato Alves 
O Deep Purple teve êxito no milagre da ressurreição com o hoje lendário Burn. Sem Ian Gillan e Roger Glover, o grupo encontrou dois talentos que fariam história no mundo do Rock, na primeira mudança de formação drástica bem sucedida entre os nomes clássicos do gênero. Mas é óbvio que David Coverdale e Glenn Hughes não se contentariam com papeis secundários, logo impondo suas preferências. Ritchie Blackmore, tal qual Susana Vieira, não tinha paciência com quem estava começando, ainda mais após uma de suas ideias ter sido recusada pelos colegas, um cover para “Black Sheep Of The Family”, do Quatermass. O fato é que as influências funkeadas que já davam sinais no trabalho anterior tomaram a linha de frente em Stormbringer.
Mesmo assim, o guitarrista contribuiu com as duas canções mais pesadas do play. A faixa-título abre o trabalho mostrando a típica potência do quinteto. Em entrevistas, Coverdale já declarou a considerar o único Heavy Metal que compôs na carreira. A outra é a potente “Lady Double Dealer”, com resquícios do trabalho anterior em sua estrutura. Em épocas de CDs, downloads e streamings, ela acaba não tendo o mesmo impacto, mas no LP servia como início do lado B. Ou seja, cada parte do disco começava com uma pancada certeira. E são as únicas que se encaixam no contexto Hard Rock que consagrou a banda mundialmente.


As outras músicas trazem uma perspectiva diferente para os padrões do Deep Purple. O que nem de longe significa queda na qualidade. O groove de sons como “Love Don’t Mean A Thing”, “Hold On” e “High Ball Shooter” mostram o acréscimo de performance vocal adquirido com a efetivação de dois mestres da função. A sincronia absoluta, as nuances e surpresas chamam atenção do ouvinte. Talvez isso também tenha contribuído com a sensação de que Ritchie simplesmente ficou encostado em um canto. As baladas, então, são um espetáculo à parte. “Holy Man”, com vocais de Glenn e “Soldier Of Fortune”, interpretação solo de David, estão entre as mais belas peças compostas em toda a história do grupo.


O álbum chegou ao sexto lugar na parada inglesa e vigésimo nos Estados Unidos, conquistando disco de ouro em ambos territórios. Após a turnê de divulgação, aconteceu o que já se imaginava, com o guitarrista abandonando o barco e prosseguindo sua carreira com o Rainbow. Tommy Bolin seria chamado para seu lugar, dando início a uma fase cultuada pelos fãs, mas cheia de encrencas, com todo mundo enfiando o pé na jaca sem moderação. O desastre seria tão grande que levaria ao encerramento das atividades, só retornando em 1984, com Gillan, Glover e Blackmore reassumindo seus lugares. Apesar de não ter a importância de Machine Head ou Burn como clássicos que marcaram época, Stormbringer figura entre os grandes momentos da carreira do Deep Purple.

Fonte:
Van do Halen
http://www.vandohalen.com.br/deep-purple-40-anos-de-stormbringer/


Discos Fundamentais: Deep Purple - Stormbringer (1974)
Collectors Room
Deus possui várias faces. Mas não apenas isso: ele se comunica conosco também com vozes diferentes. No começo dos anos setenta, a voz divina tinha duas formas. A primeira, loura, atendia pelo nome de Robert Plant. E a segunda, mais cabeluda ainda, chamava-se Ian Gillan. Era o início da década e o hard rock conquistava de vez os corações e mentes da juventude com a tríade Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple mostrando os caminhos do proto-metal.
Nessa época, o Purple atravessava uma fase conturbada. Após lançar álbuns clássicos como Machine Head e Made in Japan e perder Gillan e o baixista Roger Glover, a banda teve que começar de novo. Com Ritchie Blackmore à frente, acompanhado de Jon Lord e Ian Paice, o grupo descobriu em um desconhecido chamado David Coverdale a sua nova voz. E, para fazer o coração do Purple voltar a pulsar, chamaram o baixista e também vocalista Glenn Hughes. Com essa formação ressurgiram das cinzas com Burn, discaço que conta com clássicos como a faixa-título, "Might Just Take Your Life", "You Fool No One" e "Mistreated". Mas o assunto aqui é o álbum seguinte, Stormbringer.


Com a nova formação mais entrosada, os músicos começaram a se sentir mais confiantes e a se soltar mais. E essa é, simultaneamente, a principal qualidade e o principal "defeito" de Stormbringer. Blackmore, livre de vez da presença de Gillan e Glover, começou a moldar o som que iria fazê-lo brilhar, um pouco mais tarde, com o Rainbow. Mestre no hard rock repleto de melodia, sua mão é muito forte em músicas como "Stormbringer", "Lady Double Dealer" e "High Ball Shooter".
Mas os principais destaques do álbum são David Coverdale e Glenn Hughes. Anos antes de brilhar à frente do Whitesnake, Coverdale vai descobrindo sua voz aos poucos e, mesmo que não consiga superar a sombra de Gillan, trilha outro caminho não menos brilhante. E Hughes, que antes do Purple fazia parte do power trio Trapeze, escancara de vez todas as suas influências funk, que, misturadas ao hard rock clássico de Blackmore, Lord e Paice, fazem de Stormbringer um disco único.


A influência das raízes de Hughes estão claríssimas em faixas como "Hold On", "Holy Man", "You Can´t Do It Right" e "The Gypsy", repletas de peso e balanço. Ao mesmo tempo em que mostrou ao Purple que um novo caminho era possível, essa mistura custou ao grupo o seu guitarrista, já que Blackmore abandonou a banda por não aprovar o novo direcionamento musical.
O disco fecha com chave de ouro com "Soldier of Fortune", uma das mais famosas canções de Coverdale. Basicamente acústica e com uma interpretação emocional pra caramba de Coverdale, une melancolia e beleza, nos fazendo levitar e sentir os pés longe do chão.
Stormbringer é um grande disco, o ponto de encontro entre dois mundos riquíssimos - o hard rock na veia by Blackmore com o funk by Hughes, tudo temperado pela voz soul de Coverdade. Sua sonoridade é única, e vale muito a pena. 
Conheça. Tenho certeza de que você vai gostar.

Fonte:
Collectors Room
http://www.collectorsroom.com.br/2009/04/discos-fundamentais-deep-purple.html

Curiosidade
Blackmore fez propaganda contra o disco enquanto estava no Purple, na época de lançamento. Disse para os fãs não comprarem, porque era horrível. A música "Black Sheep Of The Family" do Ritchie Blackmore's Rainbow era para estar no Stormbringer, mas pela primeira vez na história do Purple os caras barraram uma idéia do Homem de Preto, inclusive foi o que o motivou a formar o Rainbow. Foi nessa época também, que o Blackmore disse ao Glenn Hughes para não se aproximar dele durante os shows, caso contrário tomaria guitarradas na cabeça.


Faixas
Todas as canções escritas por Ritchie Blackmore, David Coverdale, Glenn Hughes, Jon Lord e Ian Paice, exceto os anotados.

Lado Um
   1."Stormbringer" (Blackmore, Coverdale) – 4:03
   2."Love Don't Mean A Thing" – 4:23
   3."Holy Man" (Coverdale, Hughes, Lord) – 4:28
   4."Hold On" (Coverdale, Hughes, Lord, Paice) – 5:05
Lado dois
   5."Lady Double Dealer" (Blackmore, Coverdale) – 3:19
   6."You Can't Do It Right (With the One You Love)" (Blackmore, Coverdale, Hughes) – 3:24
   7."High Ball Shooter" – 4:26
   8."The Gypsy" – 4:13
   9."Soldier of Fortune" (Blackmore, Coverdale) – 3:14
Faixas bônus do 35º aniversário
   10."Holy Man" (Glenn Hughes Remix) - 4:32
   11."You Can't Do It Right" (Glenn Hughes Remix) - 3:27
   12."Love Don't Mean A Thing" (Glenn Hughes Remix) - 5:07
   13."Hold On" (Glenn Hughes Remix) - 5:11
   14."High Ball Shooter" (instrumental) - 4:30

Pessoal
   David Coverdale - vocal
   Ritchie Blackmore - guitarra
   Glenn Hughes - baixo, vocal de apoio
   Jon Lord - orgão, teclados
   Ian Paice - bateria

Pessoal adicional
Gravado no Musicland Studios, Munique em agosto e mixado no The Record Plant, Los Angeles     durante setembro de 1974
Engendrado por Martin Birch; assistida por Mack e Hans
Mixado por Martin Birch e Ian Paice; assistida por Gary Webb e Garry Ladinsky
Produzido por Deep Purple e Martin Birch
"Edição do 35º aniversário" foi digitalmente masterizado e remasterizado por Peter Mew no Abbey Road Studios, Londres
Os remixes da "edição do 35º aniversário" foram mixados por Glenn Hughes com Peter Mew no Abbey Road Studios, Londres, 3 de novembro de 2006
"High Ball Shooter" (instrumental) foi mixado por Gary Massey no Abbey Road Studios, Londres, abril de 2002
Qualidade original mixado por Gary Ladinsky na The Record Plant, outubro de 1974
Reformatado para som acerca de 5.1 por Peter Mew no Abbey Road Studios, Londres, fevereiro de 2008


DEEP PURPLE : Stormbringer Official Video Music


DEEP PURPLE : Stormbringer Live Sunbury 1975


DEEP PURPLE : Stormbringer Live Original German TV Clip 1975


DEEP PURPLE : Feat Tommy Bolin Stormbringer Live USA 1976


DEEP PURPLE : Love Don’t Mean A Thing Studio Session


DEEP PURPLE : Holy Man Studio Session


GLENN HUGHES : Holy Man Live At The Robin Bilston 2008


DEEP PURPLE : Hold On Studio Session


DEEP PURPLE : Lady Double Dealer Studio Session


DEEP PURPLE : You Can’t Do It Right ( With The One You Love ) Studio Session


DEEP PURPLE : Highball Shooter Studio Session


DEEP PURPLE : The Gypsy Studio Session


DEEP PURPLE : The Gypsy Live California Jam 1974


DEEP PURPLE : Soldier Of Fortune Studio Session


DAVID COVERDALE : Soldier Of Fortune Live


WHITESNAKE : Soldier Of Fortune Live Unplugged


RATA BLANCA & GLENN HUGHES : Stormbringer Live 2003


JOE LYNN TURNER & DIPPED IN PURPLE : Stormbringer Live




O disco Stormbringer do pesadíssimo Deep Purple, sem dúvida nenhuma, é um dos maiores discos da história do Rock.
Será sempre lembrado como tal.
Longa Vida ao Rock And Roll !



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