Considerações
Finais sobre o Blues
1.
O Blues Rock como influência musical
A
temática sofrida e as guitarras choradas do Blues encontram a energia e a
jovialidade do Rock, resultando em um estilo que influenciou várias bandas ao
longo das décadas
Misturar
um estilo tão carregado de emoção com a rebeldia de uma juventude só poderia
resultar em um produto final incrível. O tradicional Blues americano, com sua
guitarra sofrida, temas melancólicos e uma voz marcante e que te leva junto na
história cantada, encontrava a energia das guitarras, agora agressivas, do
clima dançante e das letras que falavam do lado bom de ser jovem e curtir a
vida intensamente.
O
Blues marcou o a primeira metade do século 20, tradicionalmente de origem ainda
interiorana, sendo um dos primeiros artistas o lendário e místico Robert
Johnson. Apenas no início da década de 40 e 50 é que, com a urbanização da
população estadunidense, o gênero ganha uma roupagem mais energética e
dançante, se tornando o Rhythm and Blues, ou R&B, e que viria a ser a base
para o Rock ‘n’ Roll poucos anos depois.
O
sul dos Estados Unidos foi o berço do Blues, onde os mestres como B.B. King,
Howlin’ Wolf, Junior Kimbrough, Bo Diddley e Chuck Berry soaram seus primeiros
acordes em suas guitarras elétricas.
Junior
Kimbrough
A
genialidade em tirar o máximo de seu instrumento, o fazendo gritar e chorar
quando se queria põr para fora a tristeza, era tamanha. E essa característica
veio graças a influência do Rock na musicalidade blueseira, marcando o cenário
musical dos EUA e se tornando uma marca registrada da cultura do país até hoje.
BB
King
A
década do Rock chegava nos anos 50 e 60 e era notável a influência do Blues
ritmado em suas composições. Bandas como Cream, Animals e Rolling Stones (em
seu começo de carreira) apresentavam um Rock com foco nas guitarras e seus
power chords, mas com um aumento no tempo, até então mais lento do Blues.
Dava-se a “fórmula” do Blues Rock.
Cream
Nos
anos 70, o Blue Rock seria a inspiração para o Hard Rock de Led Zeppelin,
Aerosmith, ZZ Top e Lynyrkd Skynyrd, esse último com um som mais sulista.
Porém, bandas de Glam viriam a matar o que o Hard Rock trazia e dava-se assim o
declínio do Blues Rock seja ele em sua essência ou em inspiração. Por se tratar
de um estilo marcante e intrínseco na alma musical e cultural do povo dos
Estados Unidos, o Blues Rock ainda pulsava na veia artística de músicos que
estava criando suas primeiras canções e iam aparecer no cenário musical.
Led
Zeppelin
Um
ano antes da virada do milênio, uma dupla de Detroit munida de guitarra,
bateria e vestindo vermelho, branco e preto lançariam seu disco de estréia. The
White Stripes foi um dos, se não o, responsável pelo revival do Blues Rock e o
trouxe de volta com um arranjo garageiro que estava vigente na época. Com a
guitarra afinada em ré e a bateria simplificada servindo de base para Jack
White surtar nas cordas, o som da dupla nos remetia ao passado, trazendo um
Blues Rock agora com uma energia ainda maior.
Mesmo
com o fim da banda em 2010, Jack White ainda transmitia a mensagem blueseira
através de suas outras bandas, como é o caso do The Dead Weather, banda a qual
White se dedica à bateria e junto com outros músicos, incluindo Alison do The
Kills, traz um Blues Rock mais obscuro e denso saindo um pouco do ritmo mais
Garage Rock dançante dos Stripes.
O
revival vinha num ritmo alucinado com discos sendo lançados constantemente. Em
2002, outra dupla surgia: The Black Keys. Como o próprio nome diz, The Big Come
Up, disco de estreia da dupla, veio como um forte e grande nome para compor a
revitalização do estilo. Dan e Patrick compunham seu som bem baseados na origem
do Blues misturando-o com o peso mais moderno do Rock da época. A banda viria a
lançar em 2003 o que para muitos é o melhor álbum de sua carreira: Thickfreakness,
um álbum que mistura o Blues Rock com o Rock Clássico. A banda viria a sofrer
uma alteração em seu som nos dois últimos álbuns, principalmente no último, El
Camino, que traz uma mistura de Blues Rock com Indie Rock que dividiu opiniões
de fãs mais antigos da banda.
Outra
banda que misturou o Blues Rock com algum outro estilo foi o trio inglês Band
of Skulls. Com uma pegada bem Garage Rock, a banda lançou seu primeiro álbum em
2009, e possui apenas mais um em sua discografia. Mesmo com pouca idade, o
grupo ganha destaque o suficiente para ser convidado para tocar em festivais
como o Coachella em 2012.
É
comum, com o passar do tempo, novas influências se misturarem a estilos
antigos. Porém, há sempre aqueles artistas que trazem de volta a essência em
sua primazia. É o caso de Gary Clark Jr.. O texano, que assim como The Black
Keys foi atração do Lollapalooza Brasil 2013, resgata brilhantemente o Blues
Rock tradicional ao longo de seus mais de quinze anos de carreira.
Gary
Clark Jr. - Bright Lights
O
Blues pode ser considerado facilmente uma das mais belas obras da humanidade.
Sua essência e temática são belas e serviu de base para muito do que ouvimos
hoje no quesito Rock. Com isso, o Blues Rock veio como sua cria e conseguiu
juntar outro estilo primoroso a seu som resultando em um som completo, recheado
de técnica e emoção. Um estilo que caminha aos seus 60 anos, andando de braço
dado com seu irmão Rock ‘n’ Roll. Uma dupla que não tem hora para descansar.
Vitor
Ferrari | Share
2.
Instrumentos do Blues
O
Blues começou como uma forma musical simples no sul profundo dos Estados Unidos
no final do século 19, mas tornou-se mais complexo ao longo dos anos.
O
Blues enquanto música tornou-se mais reconhecível e definível no início do
século 20, com o surgimento de compositores como WC Pratt, Robert Johnson e
artistas como Bessie Smith, que caracterizam o estilo de blues de 12 compassos
que formou a base do blues por gerações. Liricamente, o blues tende a
inclinar-se para a tristeza e sofrimento.
O
Blues é uma forma musical que pode ser expressa em qualquer instrumento, no
entanto, o blues tradicional faz uso de certos instrumentos básicos.
a)
Harmónica
Harmônica
Hohner Diatônica
Um
dos instrumentos mais reconhecidos no Blues é a harmónica. Um músico a solo
pode instrumentar o estilo tradicional sozinho, ele toca e a harmónica
responde.
Harmônica
Hohner Cromática
Um
dos músicos de Blues mais conhecido que toca harmónica era Boy Williamson II. A
sua influência estendeu-se aos roqueiros de Blues britânicos e gravou com nomes
importantes como Eric Clapton. Stevie Wonder e Mick Jagger são outros dois
músicos que foram profundamente inspirados pelo Blues e eles próprios também
tocam muito bem harmónica.
b)
Guitarra
Foram
adicionados muitos tipos de guitarras ao longo dos anos, principalmente a
guitarra elétrica que ajudou a desenvolver o Blues enquanto género. Uma
guitarra única utilizada no Blues é a Dobro ou a guitarra ressonadora. Estes
instrumentos são únicos pois em vez de transportarem o som através de uma placa
de som (a parte superior da guitarra), a vibração das cordas percorre até um
ressonador ou diversos ressonadores.
Guitarra
Ressonadora
A
utilização de ressonadores foi implementada de modo a amplificar o som da
guitarra. No entanto, os amplificadores eletrônicos vieram resolver este
problema, mas a guitarra ressonadora continua a ser apreciada pelo seu som
único.
Guitarra
Semiacústica
A
inspiração para muitos guitarristas que começam no Blues é Robert Johnson. Reza
a lenda que ele se cruzou com o diabo com quem fez um negócio de trocar a sua
alma pelo dom da música. E como é talentoso! O guitarrista dos Rolling Stones,
Keith Richards, afirmou que "Robert Johnson era ele próprio como uma
orquestra". Ele apresentou a música de Johnson ao colega de banda Brian
Jones que no início quase não conseguia acreditar que o som não era de 2
guitarristas, mas sim apenas de Johnson.
Um
outro grande guitarrista que não podemos deixar de mencionar é BB King.
Enquanto cantor, guitarrista, compositor e produtor musical, é considerado o
músico Blues mais influente de todos os tempos. Com a sua guitarra chamada
Lucille deixou para sempre um legado no mundo do Blues.
Guitarra
Telecaster
c)
Baixo
Tanto
o baixo, como o baixo vertical ou o contrabaixo são utilizados nas músicas de
Blues. Embora o baixo vertical possa ser tocado com um arco, no Blues é mais
habitual o músico tocar diretamente nas cordas, uma técnica chamada pizzicato
que permite criar linhas de baixo rápidas.
Talvez
o baixista de Blues mais influente seja Willie Dixon, que ficou famoso por
afirmar “o blues é a raiz, o resto são os frutos”, uma declaração muito
verdadeira que revela a influência do blues nos outros géneros musicais.
Outro
nome que talvez reconheça entre baixistas de Blues é Donald “Duck” Dunn.
Participou no filme Blues Brothers. Para além da sua carreira no cinema e dos
seus contributos para o desenvolvimento do Blues, colaborou com muitos outros
artistas como Freddie King e Eric Clapton.
d)
Bateria
A
bateria marca não só o ritmo da música como também permite uns solos
fantásticos. Um grande nome que deve conhecer é o de Steve Jordan. Depois de
acompanhar Stevie Wonder, participou numa digressão com os Blues Brothers,
embora não tenha participado no filme de 1980.
Steve
Jordan
Outro
nome que talvez reconheça é o do baterista Mick Fleetwood, que é não só
fundador dos Fleetwood Mac, mas também baterista na sua própria banda de Blues.
e)
Piano
O
piano, no blues, não tem ocupado lugar proeminente, como a guitarra. Em termos
de “blues virtuoses” das últimas décadas, há mais gaitistas, inclusive, do que
tecladistas. Mas nosso instrumento, certamente, irá ter, sempre, um lugar em
uma banda, por conta de suas qualidades rítmicas e melódicas, a despeito das
previsões histéricas de alguns observadores
Muitos
dos melhores cantores e compositores são pianistas e o piano blues tem sido de
grande influência nos caminhos do jazz, do rock e do soul. Os vários estilos do
gênero existentes devem muito às suas raízes rudes e tumultuadas das barrelhouses
(tavernas) e canteiros de obras das estradas de ferro americanas, entre o final
do século 19 e o início do 20. Os pianistas tiveram que desenvolver um som
rítmico e agressivo, para que pudessem ser ouvidos acima do burburinho e
agradassem naqueles ambientes tumultuados. Não à toa, alguns dos primeiros
grandes pianistas de blues são conhecidos pelo estilo barrelhouse.
Não
há dúvidas de que mais guitarristas do que pianistas gravaram discos no início
da indústria fonográfica. Muitos perderam capítulos importantes dessa história
por causa da preferência das companhias responsáveis pelos registros de blues
nos anos 20 e 30. Alguns pianistas nem chegaram a produzir um disco completo e
são agora conhecidos por meio de algumas poucas e obscuras coletâneas. Muitos,
inclusive, nunca tiveram a oportunidade de gravar sequer uma música. Outros, no
entanto, registraram álbuns logo após o surgimento do próprio blues, como Cow
Cow Davenport, Roosevelt Sykes e Pine Top Smith. O disco Pine Top’s Boogie Woogie,
de 1929, por exemplo, marca o surgimento do termo boogie-woogie, hoje muito
utilizado.
Boogie-woogie
Esse
estilo se caracteriza pela estrutura de 12 compassos do blues, com a mão
esquerda repetindo um padrão rítmico enquanto a direita toca as melodias e
improvisos. Mas muitas pessoas que escreveriam uma novela sobre Robert Johnson
nem sabem o que isto significa: que os compassos do boogie-woogie se tornaram a
fundação do jazz em 1930/1940, do jump blues em 1940/1950 e do
R&B/rock&roll em 1950/1960.
Quando
o blues começou a ser eletrificado, em Chicago, nos anos 40 e 50, a guitarra e
a gaita assumiram maior proeminência do que o piano. Muitos discos de pianistas
do gênero, na verdade, não mostravam suas reais habilidades ao instrumento.
Alguns, como Leroy Carr, Walter Davis e Roosevelt Skyes, se tornaram populares
pela sua voz. O que tocavam era incidental, um acompanhamento. A maioria dos
pianistas urbanos fez sucesso como cantores e compositores.
Até
hoje, pianistas tem tido mais oportunidades nessas ocupações do que como
instrumentistas, principalmente por causa das exigências da mídia. Uma das
maneiras para reverter essa situação seria que os meios de comunicação e os
“formadores de opinião” resgatassem a importância e a beleza do piano com
instrumento solista. Muito tempo se passou desde que os pianistas exerciam uma
influência fundamental nas direções do blues, como fizeram nos dias do
boogie-woogie e barrelhouse. (Mauricio Pedrossa)
3.
O Blues no Brasil
Falar
de Blues no Brasil e de sua história é algo parecido como desbravar uma
floresta densa sem mapa ou GPS, ou seja, você não tem muito material para isso,
o que é incrível.
Existem
poucas considerações sobre isso na net, então tivemos que buscar essas poucas
matérias e trazê-las para que possamos falar um pouco sobre o Blues em nossa
Pátria.
A
seguir posto duas dessas matérias as quais eu achei que contém histórias
interessantes, o que não quer dizer que eu concorde integralmente com elas.
a)
O Blues e o rock no Brasil – por Milton Medusa
Guardada
as devidas proporções, podemos dizer que o surgimento do blues no Brasil foi
similar ao que aconteceu na Inglaterra, nos anos 60. Como o blues é uma música
americana e não tem raízes no país, foi através do surgimento do rock tupiniquim
que o estilo apareceu nessas terras.
Podemos
dizer que desde a Jovem Guarda o estilo já caminhava lado a lado com o rock, já
que os artistas nacionais faziam versões para Rock’s internacionais e toda a
primeira geração do Rock’N Roll dos anos 50 seguia a forma de 12 compassos do
Blues, assim como seu fraseado e riff’s com a mistura de escalas pentatônicas
menores e maiores.
Com
a geração de bandas dos anos 70, como Made in Brazil, Rita Lee &
Tutti-Frutti e Raul Seixas, o blues estava sempre presente no repertório desses
artistas e era comum ter pelo menos uma música por disco no estilo. Por
exemplo: no disco “Fruto Proibido”(1975), de Rita Lee & Tutti-Frutti,
contém a música ” Cartão Postal”,um autêntico blues com uma interessante
variação harmônica.
No
underground, já circulavam autênticas bandas de blues, como o Fickle Pickle
(com André Christóvam, Paulo Zinner e Nelson Brito, os dois últimos futuros
integrantes do Golpe de Estado) e até o cantor Serguei, que transitou por
vários estilos, mas sempre levantou a bandeira do blues cantando Summertime, na
versão de Janis Joplin, com quem se envolveu e outros standarts.
Já
nos anos 80, com a explosão do BR- Rock, algumas bandas do mainstream
apresentavam blues em seu repertório, como o Barão Vermelho com “Down em Mim”,
gravada no seu disco de estréia, em 1982 e a Blitz (Cruel, Cruel
Esquizofrenético Blues, 1984), mas foi com artistas como Celso Blues Boy, que
estreou em disco em 82, participando da coletânea chamada Rock Voador, é que a
coisa começou a engrenar, com artistas voltados ao estilo.
“O
Ave de Veludo” lançou o auto-intitulado 1º disco completo de blues no país, em
1984, se bem que faziam um hard blues, um som mais pesado. Até as bandas de
hard/heavy paulistas incluíam blues em seu repertório, como o Golpe de Estado,
que gravou em 1986 seu primeiro disco e a música “Olhos de Guerra” é uma balada
blues rock, e a Chave do Sol, que no disco The Key, de 1987, gravou “Keep me
warm tonigth”, em inglês.
Mas
foi com o Blues Etílicos (Rio de Janeiro) e André Chirstóvam (São Paulo) em
1989, quando lançaram seus discos, pelo selo Eldorado e estouraram no país, que
se criou uma cena de blues nacional. O grupo carioca tem o gaitista Flávio
Guimarães como sua moeda forte, sendo um grande instrumentista e conhecedor do
estilo. Já o guitarrista paulista foi o primeiro a se formar no GIT, em Los
Angeles, e trouxe toda esta bagagem de conviver com os artistas americanos de
blues para cá e se tornou um verdadeiro embaixador do estilo no país.
Dividiu
o palco com grandes nomes internacionais e sua discografia é uma referência do
estilo no país, onde desfila toda sua técnica, principalmente no bottleneck.
Daí em diante, todo artista gravava um blues, como Alceu Valença, que lancou
“Andar, Andar”, em 1990 e o Nasi, cantor do Ira, que montou uma banda de blues
como um projeto paralelo.
O
Made in Brazil lançou em 1992 um disco inteiramente dedicado ao estilo, chamado
“In Blues”, que foi gravado em 1990, mas isso já era um projeto antigo e estava
nos planos da banda desde 1985, na fase mais heavy de sua carreira. Vale
lembrar que o disco ao vivo Pirata – vol.2, gravado em 1984 e lançado em 1986,
trazia uma versão para Mannish Boy, de Muddy Watters, chamada “Mexa-se Bloy”.
A
sequência disso foi surgir uma nova safra de bandas nacionais de blues, como
Blue Jeans, Big Allanbik e Irmandade do Blues, que tocam blues sempre com pé no
Rock, uma característica das bandas nacionais, por sinal. A ideia aqui foi
fazer um panorama do blues no Brasil e perceber que ele sempre andou lado a
lado com o Rock, tendo grandes guitarristas e instrumentistas em nível
internacional.
b)
O Blues no Brasil – por Eugênio Martins Junior para Mandinga Blues
Ele
nasceu da fusão do grito de dor, dos sussurros de amor e das canções de
trabalho dos negros lá nos confins do estado do Mississipi, nos Estados Unidos.
No começo, essencialmente rural, ganhou os estados do Sul até expandir-se em
todo o país e sempre quando é dado como morto ressurge ainda com mais força.
Foi assim em Chicago, com Willie Dixon, Muddy Waters e Howlin’ Wolf, na década
de 1940; Buddy Guy, Otis Rush e Magic Sam, nos anos cinquenta; na Inglaterra,
com Eric Clapton, John Mayall e Rolling Stones, nos anos sessenta; e no Brasil
com André Christovam, Blues Etílicos e Nuno Mindelis, na década de 1980.
Isso
mesmo, no Brasil, o bom e velho blues está completando duas décadas e, ano após
ano, ótimos músicos vêm se dedicando ao gênero, pequenos selos estão aparecendo
e festivais acontecendo país afora. No entanto, a cena ainda não está forte, os
principais fatores são a falta de casas noturnas, o pouco espaço nos principais
meios de comunicação e própria força da música brasileira. Como pouca gente
toca no assunto, a Revista Ao Vivo vai fazer um balanço dessa história. Do
ponto de vista dos protagonistas.
Na
lembrança do guitarrista André Christovam, o show de B. B. King, em 1979, no
Festival de Montreux, em São Paulo, foi o marco zero. Há quem diga que as
sucessivas apresentações de Buddy Guy e Junior Wells, no 150 Night Club, bar do
hotel Maksoud Plaza, em 1985, foi o evento que abriu os olhos dos brasileiros
para o blues. Há ainda o advento do Festival Internacional de Blues de Ribeirão
Preto, realizado em 1989, no Parque Cava do Bosque. O evento contou com as
participações de Buddy Guy, Junior Wells, Albert Collins, Etta James, Magic
Slim, André Christovam e Blues Etílicos.
Porém,
foram os lançamentos de Água Mineral – o segundo do Blues Etílicos - e
mandinga, disco de estreia de André Christovam, ambos em 1989, pela gravadora
Eldorado, que começaram a mudar o curso da história.
Até
então os registros fonográficos não eram nada animadores. A discografia
internacional sempre foi pífia, quando não, calcada em coletâneas. A nacional
dava pena. O disco mais conhecido é o Som na Guitarra, lançado em 1984, pelo
guitarrista e cantor carioca Celso Blues Boy. Vinha com os sucessos “Aumenta
que isso aí é rock and roll” e “Blues motel”. Ele foi o primeiro artista
brasileiro a adotar a palavra blues no nome. O apelido foi dado por Luiz Carlos
Pereira de Sá, da dupla Sá e Guarabira. A alcunha “Blues Boy” é uma homenagem a
Blues Boy King, ou B.B. King. Outro disco conhecido é de uma banda paulistana
chamada Ave de Veludo, também de 1984. Mas esse nem vale a pena comentar.
Segundo
Christovam, Mandinga, Água Mineral, além do seu A Touch of Glass (1990), e
San-Ho-Zay (1990), do Blues Etílicos, venderam mais de 40 mil cópias. “Juntos,
os quatro venderam mais do que todos os discos de blues nacionais e
internacionais lançados no Brasil até então”, revela.
O
atual diretor artístico e produtor do Bourbon Street Music Club, em São Paulo,
Herbert Lucas, que na época foi o produtor de Mandinga, conta que o disco foi o
primeiro a ser lançado oficialmente por uma gravadora como disco de blues
brasileiro. “Na verdade, nós estávamos no lugar certo na hora certa. Logo
depois dos lançamentos desses dois CDs, aconteceu o Festival de Blues de
Ribeirão Preto, organizado pelo produtor César Castanho e bancado pelo Governo
do Estado. Quer dizer, aí o blues entrou na pauta”, lembra Lucas, um dos
responsáveis por colocar o Brasil na rota.
Pelas
suas contas, desde que começou como o diretor artístico do Bourbon Street, ele
foi o responsável por cerca de 400 shows internacionais. Desses, 120 foram de
blues. Os principais nomes do gênero dos últimos anos vieram ao Brasil pelas
suas mãos: B.B. King, Buddy Guy, Ray Charles, Robert Cray, John Mayall, Etta
James, Koko Taylor, Charlie Musselwhite e muitas outras atrações de Chicago e
New Orleans. Entre os jazzistas, Nina Simone, Herbie Hancock, Diana Krall,
Diane Schuur, Betty Carter, Jean Luc Ponty, David Samborn, Yellow Jackets,
Stanley Clark, Maceo Parker; além dos grandes nomes da guitarra como Steve Vai,
Mike Stern, Robben Ford e Steve Morse.
Se
nos anos 1980 a cena era forte, nos noventa não dá para dizer o mesmo. André
Christovam, autor de “Confortável”, que nada mais é do que uma versão de Built
for Confort, de Howlin Wolf, afirma que os blueseiros brasileiros perderam a
oportunidade de popularizar o gênero quando decidiram optar por cantar as
letras em inglês. “Na época não tivemos alguém para direcionar isso. Num dia
ruim o pessoal do blues tocava muito melhor do que qualquer um do rock em dia
bom. Se tivéssemos tido essa visão, teríamos deixado todo mundo no chinelo. Eu
mesmo não tive essa competência”, analisa.
Cantar
em inglês ou português sempre foi o grande dilema dos blueseiros brasileiros. O
guitarrista e produtor Big Joe Manfra fica no meio do caminho. “Cantar em
português seria legal para fazer divulgação, mas onde, se não temos rádios que
tocam blues. Alguém discute se o Sepultura deveria cantar em português? Seria
legal se fosse a nossa realidade, mas em CD de blues não existe música de
trabalho”, pontua.
Segundo
Manfra, um lançamento chega ao mercado com duas ou três mil cópias e conforme
vai acabando o artista reedita na base de mil cópias. O custo de produção varia
entre 10 e 15 mil reais. “Antigamente lançávamos mil cópias de saída, mas hoje,
com as vendas em loja e em shows, o número de CDs vendidos chega a cinco mil em
dois anos”, revela. Nos shows, como a venda é direta, um CD custa quinze reais,
no máximo vinte. Nas lojas, só o Divino sabe.
A
Blues Time Records foi fundada em 2000, pouco depois de Manfra lançar seu
primeiro CD, de maneira independente. O fato coincidiu com uma viagem do
gaitista Jefferson Gonçalves aos Estados Unidos. “Ele chegou dizendo que lá
fora todo mundo estava produzindo CDs de blues independentes”, conta Manfra. A
sociedade deu certo e, desde então, o Blues Time se tornou o principal selo
nacional do gênero, e vem arregimentando blueseiros brasileiros e estrangeiros.
São mais de trinta títulos de conjuntos de Minas Gerais, São Paulo, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.
Blueseiro
brasileiro é como o Ronaldo Fenômeno, não desiste nunca. A teimosia de André
Christovam o levou ao número 2120 da Michigan Ave, em Chicago, nada mais, nada
menos, nos estúdios da Chess Records, a lendária gravadora de blues. “Fiz uma
jam de 40 minutos no Buddy Guy Legends e o empresário do Buddy me disse que o
entrosamento com os músicos estava tão bom que ele pagava para gente entrar em
um estúdio e gravar um disco, mas como eu já tinha grana para gravar um outro
álbum foi mais fácil. Gravamos em duas semanas ao vivo no estúdio”, lembra.
Mais
uma vez André foi o pioneiro, desta vez por ser o primeiro músico brasileiro a
gravar um disco de blues fora do país. O intercâmbio continuou com a vinda dos
músicos de Chicago ao Brasil para a turnê de lançamento de 2120 Sessions
(1991). O time era Andrew Odon (vocal), Jerry Porter (bateria) e J.W. Willians
(baixo). O vocalista Andrew Odon morreu um mês após o fim dessa turnê.
Outros
dois discos que passaram para a história do blues nacional são Texas Bound
(1996) e Blues on the Outside (2000), do angolano radicado no Brasil, Nuno
Mindelis. Ambos têm a participação de Chris Layton (bateria) e Tommy Shannon
(baixo), o “Double Trouble”, duo que acompanhava o guitarrista texano Stevie
Ray Vaughan. Com eles, Nuno não só ganhou reconhecimento das platéias
internacionais, mas também um apelido “The Beast”.
Fugindo
da guerra civil em seu país, Mindelis veio parar no Brasil em 1976, aos 17
anos. Na bagagem, sua única arma era uma guitarra Gibson Les Paul que deixou os
cariocas babando. “Comprei aquela Gibson com o dinheiro que juntei varrendo o
chão de uma fábrica no Canadá. Quando cheguei ao Rio, a notícia se espalhou e
uma vez veio um cara querendo me conhecer, disse que era de um grupo chamado
Vímana. Até hoje eu não sei quem foi. Se foi o Lulu (Santos), o Lobão, ou o
Ritchie”, lembra.
Duro
e desterrado, Nuno foi obrigado a exercer outros ofícios até a música exigir
toda a sua dedicação. Mas nem tudo foi espinho no caminho do blueseiro africano
que adotou o Brasil como país. No tempo em que morou no Canadá, assistiu a
lenda do blues Willie Dixon acompanhado por Roy Buchanan e a banda oficial de
Muddy Waters. Além desse show, no Café Campus, em Montreal, ele conta que as
apresentações de Richie Blackmore (Deep Purple), Frank Zappa e Weather Report
ajudaram a formar a sua identidade musical.
Os
dois desbravadores abriram o caminho para uma legião de músicos reivindicarem
sua cota lá fora. Alguns, como o gaitista Robson Fernandes, dizem que tocar no
estrangeiro nada mais é do que uma estratégia para aumentar o mercado para sua
música. “Quero tocar lá fora para aumentar o meu número de shows e ganhar mais
dinheiro. É claro que eu vou querer detonar, fazer um bom show, mas a idéia
central é distribuir a música no mundo inteiro, como B.B. King fala no livro
dele. É claro, o show tem de ser bom para vender CD e voltar aos lugares”,
afirma.
Além
do lado financeiro, é natural que outros músicos busquem mesmo o gostinho de
ser reconhecido na terra de Robert Johnson. O gaitista Big Chico, por exemplo,
lançou o ótimo Blues Dream (2006), gravado na Califórnia, com a participação de
Johnny Dyer e mais uma banda só com gringos.
O
álbum foi editado pelo selo Chico Blues, do blueseiro que antes de chegar a São
Paulo, nos anos 1970, era catador de algodão no sertão da Paraíba, e que nada
tem a ver com o Big Chico, além da amizade. Chico Blues fundou um selo cujos
sete títulos são distribuídos em convênio com o californiano Pacific Blues, do
produtor Jerry Hall, e que possibilita maior visibilidade para os CDs da Prado
Blues Band, Robson Fernandes e Big Chico de costa a costa, nos Estados Unidos.
Além
desses, Igor Prado, autor do elogiado Upside Down (2007), está prestes a lançar
um CD com a participação do cantor Lynwood Slim. Ivan Márcio, gaitista da Prado
Blues Band, também está com um CD no forno gravado em Chicago. Big Gilson
gravou Chrysalis (2007), com a participação do cantor The Wolf, na Inglaterra.
Big Joe Manfra gravou um CD com Peter Madcat Ruth, Live in Rio (2005) e ainda
editou Live at the Ark (2000), de Madcat e Flyin’ High (2001), de Jamie Wood e
Johnny Rover. Ou seja, as coisas estão fluindo.
Além
de músico e editor, Manfra também é um dos diretores de um dos maiores
festivais de blues e jazz do país, o Rio das Ostras Jazz e Blues. O evento é
realizado todos os anos no balneário carioca. No campo do blues, o festival já
trouxe ao Brasil James Blood Ulmer, John Mayall, Michael Hill, Roy Rogers,
Eddie C. Campbell, Big Time Sarah, Magic Slim e a maioria dos artistas
nacionais. Além de Rio das Ostras, Búzios, Paraty, Guarujá, Guaramiranga,
Garanhuns, São Paulo (Bourbon Fest) e muitas outras cidades do Brasil possuem
seus festivais durante todo o ano.
c)
Bandas e Músicos de Blues Nacionais
c.1.
Ave de Veludo
Ave
de Veludo é uma banda de blues-rock e hard rock criada no final da década de
1970 em São Paulo por Índio (voz, também vocalista da Hino Mortal), Ney Prado
(guitarra), Paulinho Prado (baixo) e Sérgio Tenório (bateria).
Em
sua discografia consta apenas um registro: Elétrico Blues
Elétrico
Blues – por Aninha Sanchez 1984 Baratos & Afins
Em
abril de 1980 no extinto Teatro Idema o grupo Ave de Veludo Fazia suas
primeiras apresentações de blue. Na época o conjunto éra composto de três
elementos que agradaram muitas noites nos teatros do Bixiga, Cenarte, Oficina e
o teatro Procópio Ferreira em São Bernardo do Campo.
Em
julho de 1981 numa apresentação no teatro Cenarte sentiram a necessidade de
mais um elemento na banda, então eles arranjaram um cantor apaixonado por
Blues, mexeram nos arranjos e depois de muitos ensaios fizeram uma curta
temporada no teatro das nações unidas em seguida partiram para festivais e
algumas apresentações na extinta " Praça do Rock" no Jardim Da
Aclimação em São Paulo onde sempre foram muito aplaudidos.
De
lá para cá o "Ave " evoluiu muito e registrou seu trabalho que
resulta neste LP Eléctrico Blues (O Primeiro Disco Integralmente de Blues
Lançado no Brasil para o selo " Baratos Afins" o disco mostra
basicamente o Blues Com Muito Peso de Rock. As Letras falam da vida, das fugas,
dos sonhos e de Paz.
Em
l996 O Disco Foi Remasterizado para Digital por Luiz Calanca e nele foi
incluído mais quatro faixas com a formação de trio com Paulinho assumindo os
vocais e mais duas faixas extras Andarilho e Onde Erramos, gravado ao vivo no
Projeto S.P. na festa de 10º Aniversário da Baratos Afins. Vale a pena
conferir.
Ney
Prado: Guitarras, se aperfeiçoou em Violão no Conservatório Tupinamba, sua
formação vai do Blues ao Clássico e assina a maioria das composições da Banda.
Paulinho
Prado: Baixo. Estudou Violão na Faculdade de Artes e Academia Paulista de
Violão onde se aperfeiçoou e se especializou em Contrabaixo, tem formação
jazzística e é também o arranjador da maior parte do repertório do grupo.
Sérgio
Tenorio: Bateria. Estudou Muito tempo no grupo "Ama" cursou teoria e
percussão na Fundação São Caetano do Sul, sempre tocando Paralelamente em
grupos de música pop e jazz rock.
Jose
Carlos Gianotti: Voz. Cantou em várias outras bandas é autodidata, sua escola
foi ouvir discos de cantores de blues americanos e ingleses, também compõe e é
de sua autoria a maioria das letras.
Ave
de Veludo - Elétrico Blues
c.2.
André Christóvam
Guitarrista,
compositor e cantor brasileiro. André Christovam. Nascido em São Paulo, André
estudou música no renomado Guitar Institute of Los Angeles (GIT) nos anos 1980,
tornando-se o primeiro brasileiro a formar-se nesta escola. No final dos anos
1980, André decide gravar seu primeiro trabalho solo com o álbum Mandinga, em
1989, um álbum marcante a discografia do blues nacional, principalmente pelo
ineditismo de trazer um disco de blues com todas as músicas em português. Na
década de 1990, o guitarrista participou como sideman da turnê do gaitista
Sugar Blue, e da gravação do show do bluesman Taj Mahal para a serie Heineken
Concerts. E gravou um CD em Chicago, The 2120 Sessions com o vocalista Big
Voice Odom e membros da banda de Junior Well.
Andre
Christovam - So Long Bohemia
c.3.
Nuno Mindelis
Nasceu
em Cabinda, 7 de Agosto de 1957 músico luso-brasileiro nascido em Angola. É um
dos mais conceituados guitarristas de blues do Brasil. Apaixonou-se pela música
desde criança por volta dos cinco anos. Aos nove anos já tocava em instrumentos
confeccionados por ele. Durante sua infância ouviu grandes nomes do Blues. Em
1975, morando no Canadá, formou uma banda de blues, passando a tocar em Jam e
clubes locais. Um ano depois decidiu unir-se à família, vindo também morar no
Brasil.em 1994, veio o reconhecimento internacional pela revista "Guitar
Player" americana. Em 1998 a consagração definitiva: Nuno é eleito o
melhor guitarrista de blues segundo o concurso mundial de aniversário de 30
anos da revista.
Nuno
Mindelis - Blues para o Brasil Ao Vivo
c.4.
Celso Blues Boys
Nascido
Celso Ricardo Furtado de Carvalho, Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 1956 -
Joinville, 6 de agosto de 2012) foi um cantor, compositor e guitarrista
brasileiro. O pai do blues brasileiro. Montou a banda Legião Estrangeira em
1976, com a qual se apresentava em bares e casas de show. Passou a ser mais
conhecido a partir de 1980, quando mandou uma fita para a Rádio Fluminense, no
Rio, voltada para o repertório roqueiro. Gravou o primeiro disco em 1984,
"Som na Guitarra", que incluía seu maior sucesso: "Aumenta que
Isso Aí É Rock'n Roll". Um dos primeiros a cantar blues em português,
escolheu o nome artístico em homenagem ao ídolo B. B. King, um dos pais do
gênero, com quem também tocou na década de 1980.
Celso
Blues Boy e BB King - Mississipi (clipe oficial)
Celso
Blues Boy - Sempre brilhará Ao Vivo
c.5.
Fernando Nickhorn Noronha
Guitarrista
e compositor brasileiro de blues, mais conhecido por seu trabalho à frente da
banda Fernando Noronha & Black Soul. Fernando toca profissionalmente desde
1995 e, durante sua carreira, teve a oportunidade de tocar, abrir shows e/ou
gravar com muitos artistas, como BB King, Buddy Guy, Ron Levy, Jeff Healey,
Phil Guy, Coco Montoya, Holland K Smith, Chuck Berry, entre outros. Incorpora o
estilo texano não só na maneira de tocar como também nas roupas que veste em
suas apresentações.
Fernando
Noronha & Black Soul
c.6.
Igor Prado
Canhoto
aprendeu virando uma guitarra de destro de cabeça para baixo, Igor é um canhoto
que toca com as cordas invertidas do instrumento. Aprofundou-se na linguagem do
Blues tradicional e West Coast Swing, estilo que mistura o blues com elementos
do Swing, famoso movimento de jazz dançante dos anos quarenta. A Igor Prado
Band é formada por seu irmão Yuri Prado na bateria, Rodrigo Mantovani no
contrabaixo elétrico e acústico e Denílson Martins no Saxofone Barítono.
Igor
Prado - Shake It Baby June 2017
c.7.
Cracker Blues
Foi
formada no ano 2000, fortemente influenciada pelo Blues Texano, Southern Rock e
Country, além do blues acústico do Delta do Mississipi. No início, executava
repertório composto por músicas de Robert Johnson, ZZ Top, Allman Brothers,
Jimi Hendrix, Stevie Ray Vaughan, Sonny Boy Willianson II, Eric Sardinas,entre
outros, e posteriormente passou a incluir composições próprias em
português.mesclando Blues, Rock e Country, todas com letras em português
Cracker Blues.
Cracker
Blues - Blues Do Inimigo (ao vivo no Kiss Club)
c.8.
Blues Etílicos
Criado
em 1985, pelo gaitista Flávio Guimarães, o baixista Cláudio Bedran e o
guitarrista Otávio Rocha e, poucos meses depois de sua estreia, incorporou o
cantor e guitarrista Greg Wilson e o baterista Gil Eduardo. Em 1987, a banda
grava seu primeiro LP, pelo selo independente Satisfaction Discos. Logo em
seguida são contratados pela Gravadora Eldorado, lançando Água Mineral em 89,
San Ho Zay em 1990 e IV em 91. San Ho Zay atinge a marca de 35.000 cópias
vendidas, sendo o álbum mais vendido de uma banda de blues brasileira em todos
os tempos.
Blues
Etílicos - Puro malte no Estúdio Showlivre 2013
c.9.
Baseado em Blues
Banda
de blues, formado em 1992 pelo gaitista Jefferson Gonçalves, pelo vocalista
André Casquilho, e pelos músicos Sérgio Rocha, Pedro Augusto, Fabio Mesquita e
Marco BZ. No início de sua trajetória, tocou em casas noturnas cariocas e no
Circo Voador.
Baseado
em Blues - Engano Natu Nobilis Blues Festival 2003
c.10.
Facção Caipira
Junta
o blues, country e rock com um pouco de regionalismo. A Facção nasceu em 2009,
em Niterói, composto por Jan Santoro (Voz/Resonator), Daniel Leon (Gaita),
Vinicius Câmara (Baixo) e Renan Carriço (Bateria) A Facção Caipira se destaca
em fazer o blues parecer menos complexo
e o country mais acessível, com fortes
influências do Dr. Feelgood.
Facção
Caipira - Blues Brasileiro Foragido Americano
c.11.
Bando do Velho Jack
Banda
brasileira formada em 1995 na cidade de Campo Grande no Mato Grosso do
Sul. Banda surgiu da união de integrantes da Blues Band, uma banda de blues, com
integrantes da Alta Tensão, banda de heavy metal, tendo em sua formação
original: João Bosco (baterista), Marcos Yallouz (baixista), Alex Batata
(vocalista e gaitista) e Fábio Brum (guitarrista).
O
Bando do Velho Jack - Gasolina
c.12.
Bêbados Habilidosos
Banda
de blues brasileira formada na cidade de Campo Grande no Mato Grosso do Sul.
Formada por ex-membros da extinta "Blues Band" considerada a primeira
banda de blues do estado a banda "Bêbados Habilidosos" tem como ponto
comum a paixão pelo ritmo nascido às margens do Mississipi nos Estados Unidos:
Bêbados
Habilidosos- Blues da Solidão
c.13.
Solon Ferreira Coelho Fiskbone
Nascido
em Caxias do Sul, 27 de setembro de 1967, guitarrista brasileiro de blues.
Iniciou na carreira em 1984 e já atuou ao lado de músicos como Eddie
C.Campbell, James Wheeler, Billy Branch, John Primer, Phil Guy e Hubert Sumlin,
influências de Stevie Ray Vaughan e Freddie King,
Solon
Fishbone - Nescafé & Blues (1995)
c.14.
Big Gilson
Bluesman
brasileiro que mais atua no exterior, aonde sua carreira é desde 1995. Big é um
guitarrista, cantor e compositor. Começou com o blues branco de Johnny Winter,
Eric Clapton e Roy Buchanan, passando depois a conhecer velhos mestres, como:
Buddy Guy, Elmore James, Albert King, Freddie King, Robert Johnson e muitos
outros músicos importantes. Fundador da Big Allanbik, uma das pioneiras bandas
de blues brasileiras.
Big
Gilson - Albatross (Peter Green)
c.15.
Blues Power
Formada
em 2014, em São Paulo, por músicos profissionais com longa história no rock
brasileiro e na noite paulistana, Power Blues traz composições originais que
mantém a tradição e punch do verdadeiro rock brasileiro e paulistano.
Reunindo
influências de bandas e artistas nacionais como Made in Brazil, Mutantes, Rita
Lee & Tutti Frutti, Secos e Molhados e do rock e blues internacional, a
banda apresenta um amálgama contagiante de um estilo mundialmente consagrado
com os matizes musicais e singulares do melhor da cena musical brasileira. Suas
principais características são a força de execução ao vivo e as composições
que, ao mesmo tempo, apresentam fortes traços de inovação e se mostram fiéis às
vertentes do rock nacional e de raiz.
Músicos:
Paula Mota – Vocal
Daniel
Gerber – Guitarra
Daniel
Kid Ribeiro – Contrabaixo
Roby
Pontes – Bateria
Banda
Power Blues - Mentes Criminosas Video Clip Oficial
c.16.
Pete Hassle Screw’d Blues Band
A
Screw’d Blues Band é liderada pelo famoso cantor e gaitista britânico Peter
Hossell (também conhecido como Pete Hassle), 66 anos, que mora há pouco mais de
uma década no Brasil e traz na bagagem uma trajetória musical muito rica. Na
estrada desde meados dos anos 1960, época que os ingleses estavam descobrindo o
blues americano, Pete abriu para o Rolling Stones no lendário Hyde Park
Festival (em 1969) e seu único compacto foi produzido por Nick Mason (baterista
do Pink Floyd).
Howlin’
Wolf, Robert Johnson, Freddie King, Sonny Boy Willianson, Willie Dixon, Jimmy
Reed são as principais influências da Screw’d, além do blues inglês de bandas
como John Mayall, Cream, Fleetwood Mac, Paul Butterfield Blues Band, entre
outras.
Formada
em 2011, a Pete Hassle & Screw’d Blues Band conta com Peter Hossell
(voz/gaita), Ziggy Mendonça (guitarras), Castro Jr. (baixo) e Alex Ac
(bateria).
Pete
Hassle and Screw'd - Sporting Life (with Fabio Brum) at Bourbon Street
c.17.
Bandas várias que tem Blues em seu repertório
Rita
Lee & Tutti-Frutti – Cartão Postal
Made
In Brazil - Blues Na Madrugada
O
Peso - Blues
Fickle
Pickle – Early in the morning
Barão
Vermelho - Down em mim Ao Vivo Mtv
Blitz
– Cruel, Cruel, Esquizofrenetico Blues Ao Vivo no Circo 2012
Made
In Brazil - Mexa se Boy Live Gillan's In 2013
Blue
Jeans – Got to move São Paulo Session
Até
o próximo encontro!
Mais uma vez obrigado, Walter. Valeu.
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