A História do Rock na Década de 50
1. A origem negra do Rock n' Roll – Por Filipe Larêdo
A origem de um estilo musical difundido por todos os cantos do planeta não haveria de ter uma explicação fácil, afinal, foi longo o caminho necessário para que o Rock pudesse nascer.
Diversos ritmos e comportamentos foram se adaptando com o tempo e, em uma pura combinação de fatores, surgiu primeiro o Rhythm and Blues -- o famoso R&B -- e depois o Rock and Roll propriamente dito. Uma retrospectiva pelas raízes é necessária para que se possa entender sua importância no cenário, não apenas musical, mas também social do mundo.
Diferente de outros estilos musicais, o Rock pressupõe a troca, a integração do artista com o público. Não há espaço para passividade nesse estilo; todos devem participar da construção do ritmo.
Por isso, dançar é fundamental. Se não houver reação corpórea quente, não há Rock.
(Chacon, 1993. p.85).
Porém, tão importante quanto dançar é cantar. O ouvinte deseja se unir ao cantor e, em um amálgama mágico, se torna elemento insubstituível da equação. Não há como imaginar uma apresentação de Rock com o público sentado sem interagir. Isso é uma característica da música erudita.
O Rock penetra não apenas nos ouvidos e na visão, mas em todas as células do corpo.
Em suas origens, o Rock and Roll era essencialmente uma música afro-americana. Os ritmos sincronizados, a voz rouca e sentimental e as vocalizações de chamado-e-resposta características dos trabalhadores negros eram parte da herança da música africana e tornaram-se tijolos com os quais o Rock and Roll foi construído.
(Friedlander, 2010. p. 31)
É incontestável que, a maior fonte do R&B e, posteriormente do Rock and Roll foi o Blues. A música negra por excelência era tocada por homens negros desempregados que carregavam seus violões pelo sul dos Estados Unidos -- região mais pobre e rural do país, e que demorou mais tempo para alcançar o desenvolvimento econômico e ideológico que os estados do Norte - no período da depressão das décadas de 1920 e 1930 e cantavam sobre a vida difícil e dolorosa que levavam.
Skip James - Devil Got My Woman
Nesse contexto social, era comum encontrar letras de músicas Blues que falavam de adversidades, conflitos e, ocasionalmente, celebração. Essencialmente rural, o Blues sulista -- vindo da região do Delta do Mississippi -- era tocado nas varandas, nos bares de beira de estrada ou nas praças das cidades. Todavia, após o auge da depressão e o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, houve uma maciça migração negra para o Norte e o Blues urbano começou a florescer.
O Blues urbano manteve a carga emocional de referencial rural e sulista, mas passou a usar um toque de positividade e orgulho. Com isso, foi abandonando cada vez mais os temas depressivos e, usando uma formação expandida -- criada por Muddy Waters -- de guitarra rítmica, guitarra solo, bateria, baixo e piano, representou um importante avanço em direção ao Rock and Roll.
A segunda grande influência é a música religiosa: o gospel. Com seu estilo emocionado, “incluía palmas, chamado-e-resposta, complexidade rítmica, batidas persistentes, improvisação melódica e acompanhamento com percussão” (Friedlander, 2010. p. 33). É certo que, no R&B, muitas dessas características também estão presentes, mas é na música gospel que elas têm origem.
A união da plateia com o artista através de tantos recursos interativos, encontra sua origem na música negra religiosa, pois “os diálogos de chamado-e-resposta – originários dos cantos africanos – eram executados por um cantor principal e pela congregação que respondia” (Friedlander, 2010. p. 34).
O terceiro e último estágio para a origem do R&B é o jump band jazz. Surgido no final da era das grandes bandas no final da Segunda Guerra Mundial, era um estilo animado, com batida suingada e formado por cinco ou seis instrumentos e um saxofone que se destacava. Comparada às grandes bandas, as bandas de jazz pareciam pequenas, mas guardavam o poder de fazer o público dançar ao som dos solos de saxofone.
Reunindo as três fontes – Blues, gospel e jump band jazz –, músicos negros criaram o estilo conhecido como Rhythm and Blues, que, por sua vez, seria a principal base para o Rock and Roll.
A síntese musical do R&B consistia na formação básica das bandas de Blues, complementada por um solista de sax-tenor do jazz. Como no jump band jazz, o importante era o swing. A influência do gospel, que enfatizava a base rítmica 2/4 (ou “backbeat”), marcadas principalmente pela bateria, criava um movimento corporal que estimulava os ouvintes.
O virtuosismo vocal e a criatividade no palco, ambas heranças do gospel, foram importantes componentes do R&B (…) Emoção na voz e a sustentação das notas foram herdadas do Blues. O solo instrumental, feito principalmente pelo sax-tenor, combinava com a fluidez improvisada do jazz com as longas repetições do Blues. (Friedlander, 2010. p. 34).
Blind Willie Johnson - Trouble will soon be over (1927)
Deixando para trás os lamentos de sofrimento e dor dos tempos da depressão tocados pelos Bluesmen rurais, o R&B contemplava principalmente o amor e as experiências sexuais da vida real. Enquanto o ritmo ia se tornando cada vez mais popular, um novo público de jovens ouvintes negros ia surgindo, à revelia de grande parte da população branca, que tinha excesso de pudor e também não aceitava que uma música negra invadisse seus ouvidos.
a) Uma pitada de folk e country. E agora, Rock and Roll?
Embora, grande parte da população branca dos Estados Unidos não aceitasse a música dançante dos negros, o R&B ia conquistando admiradores. Não apenas os negros poderiam extravasar suas angústias e tristezas se divertindo com o novo e frenético som. Agora, os brancos queriam participar e também fizeram sua contribuição para o nascimento do Rock and Roll.
As músicas folk e country dos brancos criavam baladas sobre o cotidiano de pessoas comuns. Assim como o R&B negro, que até esse momento não se misturava, a música country branca também buscava manifestar suas experiências e emoções e representava uma alternativa às canções melosas e rimadas das músicas populares da época.
Encabeçado por Hank Williams, Jimmy Rodgers e Carter Family, o country/folk proliferou nas rádios do começo da década de 1950 e entrou nas paradas de sucesso.
Jimmie Rodgers - Blue Yodel No 1 (T For Texas)
Assim como a música transmitia a emoção do artista, o público respondia, na mesma medida, “movendo seus corpos em vibrações que acompanhavam o movimento dos artistas” (Friedlander, 2010. p. 46).
Jimmie Rodgers
O Rock and Roll era, para muitos, um catalisador de identidade para os adolescentes que, criados por pais hierarquicamente influenciados pela estrutura do exército, do trabalho e da família, não queriam obedecer a regras apenas porque elas existiam. Queriam seguir o rumo que suas próprias vidas os levariam.
E, deitados na cama encolhidos com seus rádios ou depois da escola na casa de amigos, os jovens sabiam que ouvir Rock and Roll os fazia sentir-se bem.
(Friedlander, 2010. p. 47)
Apenas alguns anos após o término da II Guerra Mundial, a juventude americana, ainda traumatizada pelas perdas humanas -- principalmente de jovens --, queria, após anos de sofrimento, se divertir. Músicas despretensiosas, ritmos dançantes e o clima de festa serviriam para alegrar tanto os músicos, quanto os ouvintes.
Nesse contexto, ocorreu a mistura de música branca e negra que, mais alguns anos depois, já na década de 1960, percebendo que já viviam miscigenados através do Rock and Roll, vão reclamar e protestar contra o racismo.
Foi dessa forma, por meio da festa e da diversão, que brancos e negros aprenderam a dançar e cantar juntos.
b) O Rockabilly pede licença: finalmente a mistura se completa
O R&B, originado do Blues (rural e urbano), da música gospel e do jump band jazz, surgiu para os negros, popularizou-se e espalhou-se.
O folk e o country dos brancos se modernizaram e passaram a ser tocados nas rádios. Aos poucos, quase que imperceptivelmente, os dois caminhos começaram a se aproximar e, alguns jovens, ansiosos por sair da monótona música popular americana, decidiram criar uma nova estrutura de som e ritmo.
“Em meados dos anos 50, alguns jovens, influenciados por Williams, ansiavam por mais. Cientes da força e da emocionalidade do rhythm and Blues, eles quiseram incorporar ‘a batida’ à autêntica música country. Elvis Presley – nascido no Mississipi e depois estabelecido em Memphis – entrou na gravadora Sun Records em uma tarde de julho para gravar um Blues rural intitulado That’s All Right (Mama).
Gravado com apenas um violão, uma guitarra, um baixo e cantado com trêmulo e displicente abandono, Elvis criou a síntese do country/Blues/R&B conhecida como Rockabilly. Mais tarde, a bateria somou-se ao conjunto e o Rockabilly tornou-se um gênero de transição para alguns artistas brancos, atraindo astros como Jerry Lee Lewis, Johnny Cash, Carl Perkins e Roy Orbinson para a Sun Records antes do final da década”. (Friedlander, 2010, p. 36)
Os artistas brancos das regiões rurais e montanhosas do sul dos Estados Unidos tocavam uma espécie de proto-country, chamada hillbilly. Denominado “música caipira”, era o modo de vida que as pessoas, vindas principalmente dos Apalaches e Ozarks, tinham e, como o principal meio de transporte para a região era o ferroviário, o som do hillbilly, muitas vezes, se assemelha a um trem em movimento.
Eddie Cochran - Half Loved
Quando alguns jovens, embalados pelas duas culturas -- branca e negra -- e pelo sucesso da economia e da política americana do pós-guerra procuraram uma forma de extravasar sua insatisfação e de ter uma identidade de grupo, encontraram no Rockabilly a expressão ideal de suas vontades.
É importante lembrar que, ao mesmo tempo em que a música revelava a vontade de mistura músico-racial, a política e a poesia também se manifestavam nesse sentido, respectivamente, por meio da decisão da Suprema Corte americana no caso Brown vs Conselho de Educação (1954), que tornava inconstitucional a segregação racial nas escolas, e da geração beat, que buscava exterminar a repressão sexual, usando temas de amor livre em versos críticos ao rígido ambiente dos anos 1950.
Dessa maneira, o mercado americano, predominantemente branco, passou a aceitar a música negra, adaptando seu estilo para uma fórmula nova e, de quebra, permitiu que o Rock and Roll salvasse o rádio da morte certa, já que, com o advento da televisão, não conseguia se sustentar.
Pequenas gravadoras independentes, tais como Sun e Chess Records, foram responsáveis por tal feito e conseguiram transpor a linha conservadora da cultura alimentada pelo modelo que a série de TV Papai Sabe Tudo (transmitido pelas emissoras CBS, ABC e NBC entre os anos 1949 e 1962, que retratava o cotidiano de uma feliz e satisfeita) transmitia, produzindo músicas fora do mercado.
Embora a música Rockabilly fosse tocada com cada vez mais frequência nas rádios, era “condenada pelas associações de pais e professores locais, por comitês governamentais e líderes religiosos” (Friedlander, 2010. p. 40) e sua aceitação não foi muito fácil.
Uma cultura baseada em segregação racial precisa de bastante tempo para abandonar seus paradigmas, mas o Rockabilly, essencialmente uma música de mistura racial, foi um perfeito instrumento para alcançar esse objetivo.
Alan Freed foi tido como o responsável por ter apresentado o som dos negros para as plateias brancas com seu programa de rádio Moondog Rock and Roll Party, que começou em Ohio, 1952, tocando R&B para uma audiência de adolescentes brancos. Como racismo pegava pesado naquela época, o DJ foi criticado por sua iniciativa e perseguido pelas autoridades.
(Vinil, 2008. p. 14)
Realmente não era fácil para os pais racistas daquela época ver seus filhos, com as cabeças cada vez mais abertas por influências musicais e intelectuais, dançarem da mesma forma que os negros dançavam. Até aquele momento, o ritmo branco tradicionalista e preconceituoso não aceitava a sensualidade e o suingue dos negros.
Johnny Burnette - Train Kept A Rollin'
Coube então aos jovens sedentos por mudanças a mistura sócio-musical tão importante para a origem de um ritmo que vem se fazendo presente até os dias atuais.
Dessa forma, a juventude mostrou toda a sua força para a sociedade, especialmente a americana, cheia de recalques e preconceitos. Tanto negros quanto brancos passaram a cantar e dançar juntos e o Rock serviu como instrumento de contestação e revolta, mesmo que de maneira sutil e despretensiosa.
2. Precursores do Rock And Roll
disputa o título de “Primeira gravação de Rock de todas”.
O Rock n’ Roll é um gênero de Música Popular que se originou e desenvolveu nos EUA entre o final dos anos 40 e início dos anos 50. Diversos estilos desenvolveram o Rock n’ Roll como: Country, Blues, Boogie Woogie, Rhythm and Blues e muitos outros.
Os elementos do Rock são encontrados nas gravações dos anos 20 até o início dos anos 50, sendo que alguns foram considerados precursores desse gênero musical.
Arthur Crudup - That's All Right (original version)
a) Origem do termo “Rock n’ Roll” e uso nas canções
O termo “Rock n’ Roll” ganhou diversos significados ao longo do tempo. Foi originalmente usado por marinheiros entre os séculos XVII e XIX para descreverem os movimentos para frente, para trás (referido como “Rocking”) e lado a lado (referido como “Rolling”) dos navios. Em 1658, o escritor Richard Franck mencionou o termo no trecho “…prevent her from Rocking and Rolling…” em seu livro. Uma edição foi impressa em 1821:
O termo também foi usado em uma matéria do jornal de 1835 “The United Service Journal” no trecho “…Rocking and Rolling on both beam-ends…”
para descrever os movimentos de um navio
A imagem acima é a capa da edição de 1831
Devido a popularidade do termo entre os marinheiros, a expressão foi usada na canção “Johnny Bowker” do início do século XIX, que inclui o trecho “…oh do, my Johnny Bowker/ Come Rock and Roll me over…”
“Johnny Bowker” foi popular entre os marinheiros na época.
A composição musical de 1839 “Rocked in the Cradle of the Deep” de Emma Willard e Joseph Philip Knight mais tarde seria interpretada por vários cantores na década de 1890 como: The Original Bison City Quartet em 1892 e The Standard Quartette em 1895.
Uma gravação também foi feita por Gus Reed em 1908.
Frank Ross - Rocked In The Cradle Of The Deep
Lil Johnson - Rock That Thing
Um dos primeiros exemplos de uso do termo “Rock and Roll” no sentido figurado é encontrado na música “My Man Rocks Me (With One Steady Roll) ” de Trixie Smith de 1922. Esse foi um dos maiores sucessos de Smith e inspirou diversas músicas como: “Rock That Thing” de Lil Johnson, “Rock Me Mama” de Ikey Robinson e outras.
Blind Blake - West Coast Blues (1926)
Uncle Dave Macon - Sail Away Ladies (1927)
Mais tarde, Smith gravou uma continuação chamada “My Daddy Rocks Me” no final dos anos 30.
A expressões “Rocking” e “Rocking and Rolling” foram frequentemente usadas em gravações dos anos 20 e 30. Exemplos incluem: O trecho “…now we gonna do the old country Rock/ First thing we do, swing your partners…” na música de 1927 “West Coast Blues” de Blind Blake e o refrão “Don’t she Rock, daddy-o” na música de mesmo ano “Sail Away Ladies” de Uncle Dave Macon e seu grupo Fruit Jar Drinkers, que ficaram extremamente famosos na década de 20.
Além de “Sail Away Ladies”, Macon também gravou “Rock About My Saro Jane” e fez sucesso com ambas as composições. O trecho “Don’t she Rock, daddy-o” foi mais tarde adaptado para “Don’t you Rock me, daddy-o”.
Mais tarde, em 1957, o artista Lonnie Donegan e a banda Vipers Skiffle Group fizeram sucesso com a adaptação “Don’t You Rock Me, Daddy-o”.
O musicólogo Alan Lomax deu a hipótese de que a música “Rock About My Saro Jane” foi composta na metade do século XIX, apesar de houver hipóteses de que a composição é da década de 1880.
A versão de Macon foi lançada em 1927 pela gravadora Brunswick e foi uma de suas músicas mais populares:
Os filmes também mencionavam o termo “Rock and Roll”. Um exemplo é o filme “Asleep In The Feet” de 1932.
O famoso grupo “The Boswell Sisters” fez um enorme sucesso com a música “Rock and Roll” em 1934:
The Boswell Sisters - Rock and Roll
década de 30 com diversas músicas.
Outro uso notável da frase se encontra na música “Rock It For Me” de Chick Webb e Ella Fitzgerald, um sucesso de 1937.
As letras contam a estória de um novo estilo de música chamado “Rock and Roll” e descrevem como “um novo tipo de ritmo”:
nos anos 30, incluindo “Rock It For Me” e outras.
O significado original da expressão “Rock And Roll” foi usado na música “Rockin’ Rollin’ Mama” de Buddy Jones de 1939:
A popularidade da frase foi tão grande que no mesmo ano, Irene Castle inventou uma dança chamada “The Castle Rock and Roll”, a qual ela descreveu como um “simples passo de swing”. A dança foi apresentada na convenção Dancing Masters Of América no hotel Astor.
sucesso primeiramente no musical “Watch Your Step” de 1914.
O filme de 1941 “The Big Store” contém uma cena em que a atriz Virginia O’Brien cantou uma música que começou em estilo de canção de ninar e que terminou em estilo Boogie woogie com as letras “Rock, Rock, Rock it, baby…”
O tema é uma adaptação da famosa canção “Rock-a-bye Baby”:
De acordo com o Oxford English Dictionary, a frase “Rock” foi usada para descrever um estilo musical em uma resenha na revista Metronome de 1938. A revista avaliou a música “Lullaby in Rhythm” de Harry James: “Lullaby In Rhythm really Rocks…”
The Big Store - Piano Scene - The Marx Brothers
Virginia O'Brien - Lullaby (Rock-a-bye baby)
Lullaby In Rhythm - Harry James, 1938
músicas de sucesso da época.
Na época, a expressão ”Rock and Roll” foi usada para descrever músicas em avaliações. Uma revisão de 1939 das músicas “Ciribiribin” e “Yodelin’ Jive”, ambas gravadas por Andrew Sisters e Bing Crosby, no jornal “The Musician” descreveu os temas como: “…Rock and Roll com entusiasmo desencadeado e temperado na assinatura comum 4/4.”
usado para descrever uma música.
O jornalista da Billboard Maurie Orodenker usou a expressão “Rock and Roll” para descrever músicas nos anos 40, entre essas: “Rock Me” de Sister Rosetta Tharpe com a banda de Lucky Millinder em 1942, “It’s Sand, Man” de Count Basie, “Caldonia” de Erskine Hawkins e “Sugar Lump” de Joe Liggins em 1946.
“It displays its Rock and Roll capacities when tackling the righteous rhythms”.
Considerada “a madrinha do Rock and Roll”, Tharpe fez gravações que foram considerados precursores desse estilo como: “Rock Me”, “Strange Things Happening Every Day” e mais. Foi uma influência para músicos como: Elvis Presley, Chuck Berry e outros.
O termo também foi usado na música “Good Rocking Tonight” de Roy Brown de 1947.
Mais tarde, a regravação de 1948 de Wynonie Harris seria um sucesso no final da década de 40. Vários artistas foram influenciados por essa gravação e usaram títulos semelhantes nos anos 40:
As gravações feitas por Paul Bascomb e Wild Bill Moore foram sucesso nesse período. Ambas as gravações foram feitas sob o título “Rock and Roll”:
Paul Bascomb - Rock & Roll (1947)
Moore também foi amplamente reconhecido como um contribuidor para o desenvolvimento do Rock n’ Roll. A gravação “We’re Gonna Rock, We’re Gonna Roll” de 1947 disputa o título de “Primeira música desse estilo”. Essa foi uma das primeiras faixas tocadas por Alan Freed em seu programa de rádio em 1951. A composição foi citada no livro de 1992 “What Was the First Rock n’ Roll Record?” de Jim Dawson e Steve Propes, que analisa 50 candidatos para a primeira gravação de Rock and Roll.
A Savoy Records criou um anúncio para a música “Robbie-Dobey Boogie” de Brownie McGhee com o slogan: “It jumps, it’s made, it Rocks, it Rolls”.
Apesar da expressão “Rock and Roll” ter sido usada para descrever um estilo musical nos anos 40, a frase foi popularizada nesse sentido pelo disc jockey Alan Freed em 1951.
Freed se tornou famoso por ter promovido uma mistura de Blues, country e rhythm and Blues na rádio, sob o título de “Rock and Roll”. Assim, Freed foi considerado o “pai desse gênero musical”. Foi o primeiro locutor a usar a frase em rádio, nos anos 50.
Freed mais tarde participou de filmes como: “Rock Around The Clock” de 1956, “Don’t Knock The Rock” de 1957 e muitos outros.
O locutor de rádio foi considerado um contribuidor para o Rock and Roll e foi mencionado em várias músicas e filmes.
e popularizando o termo “Rock And Roll” para descrever um ritmo.
3. Outras Gravações Importantes para o Rock
“It’s Tight Like That”, “Love Her with a Feeling” e muitas outras.
a) Kansas City Blues
Foi gravada por Jim Jackson em 1927 e foi um extremo sucesso, vendendo mais de um milhão de cópias. A melodia mais tarde seria reutilizada em diversas gravações como: “Going To Move To Alabama” de Charlie Patton em 1929, “Move It On Over” de Hank Williams em 1947 e “Rock Around The Clock” de Bill Haley and His Comets em 1954, uma gravação também importante para o Rock and Roll. A composição também inspirou Leiber e Stoller a escreverem a música “Kansans City” em 1952. Jackson refez o trecho “It takes a Rocking chair to Rock, a rubber ball to Roll…” de “Jealous Hearted Blues”, gravação esta realizada por Ma Rainey em 1925.
Jim Jackson - Kansas City Blues (1927)
Charley Patton - Going To Move To Alabama (1929)
Hank Williams - Move it on Over (1947)
Bill Haley & His Comets - Rock Around The Clock (1955)
b) Roll’em Pete
“Roll ‘Em Pete” foi gravada por Big Joe Turner em 1938 e foi considerada um dos precursores mais importantes do estilo Rock and Roll. Turner mais tarde regravaria outras versões, em colaboração com vários músicos, principalmente nos anos 50 quando se tornou um músico famoso no Rock and Roll:
Big Joe Turner - Roll 'Em Pete
c) Sing Sing Sing (With A Swing)
O solo de bateria de Gene Krupa na música “Sing Sing Sing (With A Swing)” de 1937 foi considerado um precursor da batida do Rock n’ Roll. O instrumental teve a participação da orquestra de Benny Goodman e foi um sucesso nos anos 30. Krupa foi considerado um dos mais influentes bateristas de todos os tempos e participou de colaborações em várias gravações:
Benny Goodman Orchestra - Sing, Sing, Sing (1937)
d) Guitar Boogie
O instrumental “Guitar Boogie” foi gravado pelo músico Arthur Smith em 1945, apesar de ter feito sucesso em 1948. Além da popularidade nos anos 40, “Guitar Boogie” inspirou adaptações de várias bandas de Rock instrumental nos anos 50, 60 e 70. Grupos e músicos que regravaram o tema incluem: The Virtues em 1959, Bert Weedon no mesmo ano, Peter Posa em 1962 e The Ventures em 1972. A versão de 1948 vendeu 3 milhões de cópias, Smith foi apelidado de “Guitar Boogie” e o tema foi o maior sucesso do músico.
Arthur Smith - Guitar Boogie (1945)
Vários temas de Smith fizeram sucesso na década de 40 e 50.
O tema foi inspirado pelas músicas “Pinetop’s Boogie Woogie” de Pinetop Smith de 1928 e “Boogie Woogie” de Tommy Dorsey e sua orquestra, uma composição de 1938.
Até o próximo encontro!
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