segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Special Edition - 19. Alice Cooper

ALICE COOPER : O primeiro Grande Astro do Rock a vir a nossa cidade !


Alice Cooper , pseudônimo e personagem artístico do músico Vincent Fournier, foi um dos nomes que, no final dos anos 60 e início dos 70's, inauguraram o chamado Metal Teatral. Na época em que se falava em "paz & amor", os roqueiros dessa vertente encenavam performances  bizarras, inspiradas em filmes de terror.

Reportagem do Jornal O Estado de São Paulo em 1974

Em 1974, suas apresentações marcaram a história dos shows de Rock no Brasil. Um dos rock stars mais badalados dos anos 70, Alice veio ao país no auge do sucesso, e encontrou fãs  que  o aguardavam ansiosamente.  A “alicemania” parecia uma febre nacional, causou alvoroço em São Paulo por bombásticas entrevistas do artista e pelo trânsito caótico, gerado por milhares de fãs que lotavam as ruas, tentando chegar perto do ídolo.


No dia de sua entrevist as coisas ficaram meio tumultuadas.

O “Alice Cooper Show” estreiou em São Paulo, no  Pavilhão de Exposições do Anhembi. Em 30 de abril de 74, 158 mil  pessoas, público recorde para a época, foram ao delírio quando Alice sugiu em meio à  uma nuvem de bolhinhas de sabão, para cantar “Hello Hooray!”, “Billion Dollar Babies”, “I love the Dead” ,  “School’s Out”, entre outras.


Duas raríssimas fotos do Show de Alice no Anhembi.

Assim que o músico apareceu, espectadores mais distantes tentaram se aproximar do palco e os que se encontravam mais próximos à estrutura foram comprimidos. As pessoas que estavam na frente começaram a subir ao palco, enquanto a policia tentava conter a multidão. O show foi interrompido e a ameaça de que Alice não voltaria foi o bastante para conter os fãs. O show seguiu com mais violência, mas só em cena. O rock star foi eletrocutado, decapitou bonecas e foi guilhotinado, tudo de acordo com o roteiro macabro-circense típico do astro. Para marcar o final do show, dos alto falantes no Anhembi ouvia-se “Pra Frente Brasil”, que a platéia cantou em coro, enquanto deixava o local ( coisas da ditadura ... credo ).
Alice ainda se apresentou nos dois dias seguintes, no Palácio das Convenções.


Em entrevista posterior, o roqueiro lembrou os shows que realizou no Brasil em 1974.
"A apresentação foi fantástica, porque nós não sabíamos que aquele era um dos primeiros shows de rock internacionais que aconteceram no país. Havia 158 mil pessoas e o local era coberto, então a apresentação no Anhembi entrou para o “Livro Guiness dos Recordes” como o maior show coberto de todos os tempos. Para nós foi como os Beatles devem ter se sentido no auge da beatlemania. A cidade estava louca, não sabíamos que causaríamos tanta comoção. A segurança do show era o exército, nunca tínhamos visto nada parecido. E me lembro que a capa de um jornal do dia seguinte era uma foto minha de página inteira dizendo “macumba”. Fui perguntar o que aquilo queria dizer e me explicaram que era uma mistura de vodu e catolicismo. A experiência toda foi incrível, sempre falo sobre esse show com a imprensa e com os integrantes originais da banda. Foi um show histórico, um marco."


A título de curiosidade, os preços dos shows em São Paulo, comparados com o preço de um jornal em banca, na época, e com os valores atualizados no ano de 2013:

Alice Cooper - 1974

Anhembi (Pavilhão de Exposições) – 30/3/1974
Ingresso                  preço              preço atual
 Preço único            Cr$  20           R$  50
.
Anhembi (Palácio das Convenções) – 31/03 e 01/04/1974
Ingresso                     preço                 preço atual
Balcão                       Cr$  110            R$  275
Cadeira fundo            Cr$  130            R$  325
Cadeira 1ª fila            Cr$  160            R$  400

Preço do jornal na época:  Cr$ 1,00 (cruzeiro)

Fonte: Estadão


Thiago Ney da Reportagem Local 21.05.2007

Alice Cooper gosta de falar de seu passado. E gosta muito de falar sobre o Brasil. Ele esteve aqui em 1995, no festival Monsters of Rock, mas, principalmente, ele esteve aqui em 1974. Foi o primeiro grande show internacional de rock no país. O norte-americano tocou para cerca de 80 mil pessoas no Palácio de Exposições do Anhembi, em São Paulo.
"Sempre adoramos o Brasil. E o show de 1974, em São Paulo, foi incrível, nunca me esqueço daquela apresentação. Nunca tinha visto um público daquele tamanho. Até hoje falo desse show para os meus amigos."
Aos 59 anos, Cooper conversou com a Folha por telefone a respeito de sua nova turnê pelo Brasil, que passa por São Paulo no dia 3 de junho no Credicard Hall.
Autor de álbuns clássicos como "Love It to Death" (1971) e "Billion Dollar Babies" (1973), em que reunia a rapidez do hard rock com os exageros do glam rock (plumas, androginia e roupas extravagantes), Alice Cooper contextualiza sua relevância para o rock atual:
"Alice Cooper é como Bowie, Elton John, Mick Jagger", diz o roqueiro, na terceira pessoa (Alice Cooper está para Vincent Damon Furnier assim como Pelé está para Edson Arantes do Nascimento...).
"Somos os roqueiros clássicos. Viemos de um período clássico. E as bandas daquela época ainda têm grande autoridade. Todos temos uns trinta discos lançados...", diz.
E ele pensa em se aposentar? "Talvez nos próximos 30 anos."


Entre os anos 60 e 70, Cooper foi um dos primeiros roqueiros a incorporar técnicas teatrais em suas apresentações. Ao vivo, encarna vários personagens, e, com o apoio de jogos de luzes, fumaça, guilhotina e até de uma cobra viva, encena suas letras como num "circo de horrores", como sua performance é conhecida.
"Faço isso desde o final dos anos 60. Depois muitos foram atrás. Bowie, Rob Zombie, Marilyn Manson, Slipknot. Mas fomos nós que começamos."
Cooper justifica as encenações de tortura e sadismo afirmando que "faltam caras maus no rock and roll".
"O rock é um mundo com muitos heróis, mas não tem vilões suficientes. Não tem caras maus, caras que você compararia a Jack, o Estripador, ou Drácula, ou Dr. Jekyl e Mr. Hyde. Precisamos de bons vilões no rock. Por isso comecei com Alice Cooper, como um vilão do rock, um personagem completamente diferente de, digamos, Paul McCartney. Um personagem que não fosse como os "caras legais"."
As apresentações de Cooper são como um filme de "terror". "O show também tem muita comédia. Se você vai fazer coisas como enforcamentos e levar cobras vivas ao palco, deve fazer isso com humor."
Devido a suas letras absurdas e nonsense, desde os anos 70 Cooper já foi tachado de alienado. "Sou antipolítico. Não gosto de misturar política com rock. Política deveria ser deixada com os políticos", afirma.
"O rock é mais emocional, trata de amor, morte, comédia, tragédia, coisas do tipo. O rock deve ser unidimensional, falar sobre sexo, estilo de vida, sobre como somos hipócritas e cruéis. Seres humanos são cheios de dicotomia e inconsistências. Daria para falar disso por um dia inteiro..."
Três décadas atrás, Alice Cooper era colocado entre os artistas mais hedonistas e irresponsáveis do rock.
"Na época de "Billion Dollar Babies", tínhamos nosso avião particular. E, se estávamos na Europa e queríamos beber cerveja americana, simplesmente mandávamos buscar um carregamento de cerveja nos EUA. Seria muito mais fácil ir ao supermercado, mas não. Gastávamos milhares de dólares mandando um avião buscar caixas de cerveja... Não nos importávamos em gastar dinheiro. E era dessa forma que encarávamos as garotas", relembra.
"Vivíamos num período de excessos. Se você estava numa banda, você tinha que entrar nessa vida. Era como um rockstar deveria viver", completa.
E hoje? "Hoje o rock and roll é um mundo mais esperto. Não é mais boêmio como antes. As pessoas estão mais interessadas em fazer dinheiro e guardá-lo, em vez de gastá-lo. Os roqueiros têm cuidado com groupies. É uma época diferente."


1974 Tour Dates

March 18th `74 Alice leaves London for Hamburg Germany
March 21st `74 Alice is in Holland
March 22nd `74 Alice arrives home in the US
March 28th `74 The band travel to Sao Paulo
March 29th `74 Rehearsals at Anhembi
March 30th `74 Sao Paolo, Brazil Anhembi Exposition Hal l- Start of the 1st South American rock tour ever
Largest indoor audience ever (120,000-148,000 depending on report)
From Mick Mashbir (June 1988):
I was just looking in my diary for some clues. Found a couple. We played in Sao Paulo on March 30. That was the gig that nearly wasn't. I'm sure you heard about the crowd control problems that effectively stopped the show. There were over 70,000 people in a building so large that there was a Volkswagen factory in the other half! Next show April 2 was in a concert hall.
Then we went to Rio. April 5 Played a club!! It was fun but a little crazy April 7/8/? Played in a sports arena. I don't have a set list but I'm sure it wasn't any different than the X-mas MOL tour. I'm sure someone has that.
April 1st `74 Sao Paolo, Brazil Teatro
April 3rd `74 Sao Paolo Brazil Teatro second show mentioned on official press release)
April 8th `74 Alice leaves Brazil and flies home to the US
April 9th-16th `74 Hollywood Squares shown.


ALICE COOPER : Public Animal #9


ALICE COOPER : Hello Hooray


ALICE COOPER : I'm Eighteen


ALICE COOPER : No More Mr. Nice Guy Live In 1979


ALICE COOPER : Billion Dollar Babies


ALICE COOPER : Elected Promo Video


ALICE COOPER : School's Out Live UK TV Top Of The Pops 1972


ALICE COOPER : School's Out Live Festival 2011


Alice Cooper foi um marco para nós Rockeiros, por ter sido o primeiro Astro de Rock a vir em nossas terras no auge de sua carreira.
Ele abriu as portas para que pudéssemos receber todos os demais que vieram após ele. Só por isso deve ser reverenciado e respeitado por todos nós, fora o excepcional trabalho, que o coloca com um dos maiores ícones de toda história do Rock. 
Longa Vida a Alice Cooper !
Longa Vida ao Rock And Roll !

Nenhum comentário:

Postar um comentário