Eu poderia fazer uma grande procura pela biografia deste, que sem dúvida alguma, é o maior vocalista do nosso Autêntico Rock, poderia falar muita coisa sobre a qualidade vocal deste Deus, poderia dizer coisas sobre como ele consegue transformar as músicas que interpreta dando a elas um toque especial e de classe, mas preferi reproduzir aqui as palavras de Luiz Carlos Barata Cichetto, que com muito mais qualidade e emoção, consegue traduzir parte do sentimento que temos quando ouvimos Percy cantar. As vezes acho que não tenho ouvido suficiente para entender toda extensão e importância da voz e da interpretação desse Deus ... mas vamos levando e tentando "ouvir" ( leia-se "sentir" ).
Biografia de Percy por Barata Cichetto
Quando Percy Weiss nasceu, “Voz”, um dos deuses do Rock
proclamou à humanidade: “Aqui tens, humanos, a minha descendência, meu dileto
filho. Será este que lhes entrego, Percy Weiss, aquele que lhes encantará e
trará emoções com sua Voz. Será ele, ‘A Voz do Rock’.”
Carioca nascido 11 de Março de 1955 na cidade do Rio de
Janeiro, mais precisamente na Rua das Laranjeiras, Percy José Weiss –
pronuncia-se “Vaiz” -, neto de um alemão que imigrou para o Brasil no começo do
século 20, morou em Copacabana até os cinco anos de idade quando a família se
mudou para São Paulo, mais precisamente para o bairro do Brooklin.
Influenciada diretamente por Beatles e Rolling Stones, a longa carreira de Percy Weiss começa em 1972 aos 17 anos de idade, com a banda de baile U.S. Mail, nas domingueiras do Clube Banespa. A partir daí, Percy percorre todo o circuito de bailes de São Paulo. Em 73 participa da banda Quarto Crescente, que conta com nomes como Duda Neves, Palhinha, Marcos Guerra e outros tocando no Masp, Teatro São Pedro, Aquarius, Tuca e etc..
O sucesso chama a atenção de inúmeras bandas e músicos, inclusive de Oswaldo Vecchione, baixista e fundador do Made In Brazil, uma das mais importantes bandas de Rock do Brasil, que à época tinha equipamento e estrutura sem precedentes. Percy então passa a ser o cantor da banda, percorrendo grande parte do Brasil e se apresentando para grandes platéias. Em 1976, 12 mil pessoas no Ginásio do Corinthians assistiram a um show da banda junto com Rita Lee e Zé Rodrix. Durante o ano de 1976, o Made In Brazil faz mais de 70 apresentações, todas com Percy Weiss á frente dos vocais. Nesse ano grava também um dos mais importantes discos da história do Rock brasileiro: “Jack o Estripador”, que tem a produção de Ezequiel Neves, que posteriormente viria a produzir entre outros Barão Vermelho e Cazuza.
Em 1978, Percy grava o primeiro disco de outra das mais
importantes bandas brasileiras: Patrulha do Espaço, que fora fundada pelo
lendário Arnaldo Baptista, mas a havia deixado por problemas de saúde e era
então capitaneada por outra figura lendária do cenário, Rolando Castello
Júnior. Percy permanece até 1981 tocando ao lado de outras figuras históricas,
como os já falecidos guitarristas Dudu Chermont e Walter Baillot e do baixista
Cokinho.
Posterior à saída da Patrulha, Percy, a convite de
Tibério Corrêa, ingressa em outra histórica banda, o Harppia; que tinha como
guitarrista Helcio Aguirra atualmente Golpe de Estado, onde coloca sua voz no
disco “Sete”. Posteriormente deixa a banda e faz participações especiais em
apresentações e gravações do Made In Brazil, como em “Made Pirata 1 e 2”,
cantando algumas canções em shows gravados no Teatro Lira Paulistana.
Em 91 e é a gravação de “Primus Inter Pares” que o trás
de volta à Patrulha do Espaço, desta vez contando com a participação, além de
Rolando Castello Júnior, do experiente guitarrista Xando Zupo onde grava
releituras e músicas ainda inéditas do falecido baixista Sergio Santana. A voz
de Percy Weiss parece, especialmente nesse disco, ter sido forjada no fundo de
um vulcão em chamas: quente, rude e avassaladora. Canções como “Arrepiado” e
“Robot”, originalmente criada pela lenda argentina da guitarra Pappo
Napolitano, e “Columbia”, um dos maiores clássicos da banda e do Rock
Brasileiro, tomam de emoção a quem as escuta. É a superação do insuperável.
Em seguida, Percy, interessado também pela parte técnica
da música, passa a trabalhar em lojas, fabricantes e importadoras de
instrumentos musicais. Seu trabalho nessas empresas foi precursor em contratos
de “Endorses”, ”Work-Shops” e Clínicas Musicais. Entre 98 e 2003, em Natal, RN,
atua como empresário representante de algumas importadoras de instrumentos
musicais.
Em 2003 Percy retorna a São Paulo e aos palcos com sua
banda, a “Percy´s Band”, onde ao lado de jovens, mas experientes músicos toca
os clássicos das bandas por onde cantou e cria novo repertório, que constará de
um CD a ser lançado ainda em 2010. Além disso, participa da tournée de despedida
da Patrulha do Espaço que percorreu cerca de 40 cidades e prepara composições
para um futuro trabalho solo.
Atualmente Percy Weiss está casado com Lana Goulart,
sobrinha do grande poeta Ferreira Gullar, com quem criou a Weiss Prodarts, com
o intuito de trabalhar com artistas, promovendo eventos e gerando cultura
musical para todos os gostos.
Cortante e precisa quanto uma lâmina do mais puro aço,
forjado com a têmpera das vozes roucas de Bourbon dos “bluesman” do Mississipi
como Muddy Waters, com a garra “Soul” de um Ray Charles e a precisão vocal de
um Robert Plant, a voz de Percy Weiss arrepia, transcende os sentidos
conhecidos e nos transporta a um mundo onde a emoção é única coisa que importa.
Discografia de Percy Weiss:
Jack, o estripador - Made in Brazil - 1976
Made Pirata ao vivo I e II - Made in Brazil
(participação)
Patrulha do Espaço - Patrulha do Espaço - 1978
Quarto Crescente - Quarto Crescente - 1980
Sete - Harppia – 1987
Made Pirata ao Vivo I e II (participação)
Fonte:
Barata Cichetto
http://www.abarata.com.br/musica_biografias_detalhe.asp?Codigo=236
Barata Cichetto é um grande escritor, que dentre inúmeros
trabalhos escreveu um livro sobre a vivência com os integrantes da banda
Patrulha do Espaço, que ele descreve como sendo um livro de ensaios e crônicas
sobre a Patrulha do Espaço. Li e reli o livro mais de uma vez, e posso dizer
que ele é simplesmente fantástico. Altamente recomendável.
Abaixo transcrevo a resenha do livro conforme encontrei
no site do Barata.
Patrulha do Espaço no Planeta Rock
Luiz Carlos Barata Cichetto
Editora: Editor'A Barata Artesanal
Desde 1977, quando estive presente ao primeiro show da
Patrulha do Espaço, no Concerto Latino Americano de Rock em São Paulo, ainda
como “a banda do mutante Arnaldo Baptista” nunca mais desgrudei os olhos e
ouvidos dessa banda. São trinta e cinco anos de carreira, vinte discos, entre
CDs e LPs, centenas e centenas de shows.
Durante determinado período de tempo, passei a viajar e
participar intensamente dessa tripulação, vendendo shows, organizando eventos,
criando artes, sites, conceitos de discos (como foi o caso de “.ComPacto”) e
principalmente participando da minha maior experiência como roqueiro. Foi um período
de muita criatividade, tanto por parte da banda como minha, e essa convivência
culminou com uma amizade com seu capitão-mor Rolando Castello Junior, que não
canso de declarar aos quatro ventos, é um dos maiores bateristas do mundo, em
todos os tempos, e em pé de igualdade com os grandes gênios das baquetas, como
Keith Moon, John Bonhan e Neil Peart.
Donos das chamadas “personalidades fortes” (apelido dado
às pessoas teimosas e persistentes e que amam aquilo que fazem acima de tudo)
tivemos alguns atritos ao longo dos anos. E alguns até contados nestes textos.
E atritos em uma amizade são como dizia Nietzsche: ou a mata ou fortalece.
Fortaleceu.
Durante minha jornada a bordo da Patrulha, durante algum
tempo escrevi crônicas diárias sobre cada show ou viagem, escrevi textos para
releases, fiz entrevistas com Rolando e mais recentemente, já neste ano de
2012, tive a honra de construir mais um site para a banda.
Este pequeno volume, criado especialmente aos seguidores
desta que é uma das maiores e mais importantes bandas do combalido cenário de
Rock no Brasil, é um apanhado desses escritos, publicados em A Barata, blogs e
sites de música e é dedicado a todos Espaçonautas que fizeram dessa tripulação,
a mais roqueira do planeta.
Luiz Carlos Barata Cichetto
Setembro de 2012.... 35 anos depois daquele de 1977...
PATRULHA
DO ESPAÇO : Arrepiado
PATRULHA DO ESPAÇO : Simples Toque
MADE IN BRAZIL : Jack O Estripador
MADE IN BRAZIL : O Cigano
PERCY WEISS & MEDUSA TRIO : Os Bons Tempos Voltaram
PERCY WEISS BAND : Eu Não Presto
QUARTO CRESCENTE : Ensaio da Banda
Ensaio da banda no "Quartinho" do Duda Neves na
João Moura, em 1973.
Com:
Percy Weiss – vocal
Marcão Índio – guitarra
Sizão Machado - contrabaixo
Duda Neves – bateria
Tema coletivo, letra Percy Weiss
QUARTO
CRESCENTE : Boa Garota
TUBLUES & PERCY WEISS : Uma Banda Made In Brazil
PERCY WEISS BAND : Festa do Rock Ao Vivo no CCSP
Percy Weiss é o maior vocalista do nosso Autêntico Rock Nacional.
Estará sempre no lugar mais alto na Galeria de Nossos Verdadeiros Heróis !
Longa Vida a Percy Weiss !
Longa Vida ao Rock And Roll !
Obrigado pela publlcação e pelos comentários sobre o livro "Patrulha do Espaço no Planeta Rock". Abraço!
ResponderExcluirMeu grande Brother ... você é merecedor de todos os elogios pela sua criatividade e persistência em fazer Arte de Primeira Linha num país como este. Conte sempre com este amigo e com este blog para a divulgação de todo e qualquer trabalho seu. Seu texto sobre o Percy é absolutamente Divino.
ExcluirWalter
VCS NÃO ESTÃO EXAGERANDO, UM POUCO, NÃO ?
ResponderExcluirABRAÇOS
A resposta é simples ... não. Obrigado por nos aliviar com suas músicas e com sua voz.
ExcluirWalter
Muito Bom!! O mestre merece!!
ResponderExcluirCezar Heavy - Tublues!