domingo, 31 de maio de 2020

ROCK - Suas Histórias & Suas Magias - Capítulo 3 Parte A

Capítulo 3
Entendendo a Música Blues – Parte A



1. Considerações

Segundo Roberto Muggiati, o Rock nasceu de um grito, o primeiro grito do escravo negro ao pisar em sua nova terra, a América. Esses berros de estranha entonação eram atividade expressiva comum entre os nativos da África Ocidental. O primeiro grito negro cortou os céus americanos como uma espécie de sonar, talvez a única maneira de fazer o reconhecimento do ambiente novo e hostil que o cercava. À medida que o escravo afundava na cultura local – representada, no plano musical, pela tradição europeia – o grito ia se alterando, assumia novas formas. Servia de suporte às canções-de-trabalho e às cantigas-de-escárnio, aos cântigos religiosos (muitos deles obedecendo ao esquema de chamada-e-resposta), a spirituals, a gospel-songs, e às canções de menestréis.

Este é, na minha opinião, o melhor livro 
sobre a História do Rock 


Em torno do berro iam se acumulando novos sistemas sonoros, mas ele permanecia com a estrutura primeira, o núcleo da expressão musical negra. Recentemente, pesquisadores e etnólogos chegaram a traçar gráficos detalhados das ondas sonoras destes gritos, submetidos a um processo fonofotográfico. Conclusão: o grito africano é um som único, que desafia qualquer análise segundo os padrões estabelecidos da musicologia ocidental. Foi do casamento do grito escravo com a harmonia europeia que nasceu o Blues. A linguagem do blues ainda está muito viva na música pop e define mesmo algumas modalidades do Rock atual.


A marca do blues, a sua célula básica, é a blue note – e isso se aplica também ao jazz e de certa forma ao rock. Essas Blues Notes, que formam a tonalidade-blue (triste, melancólica), resultam justamente de uma resistência cultural, de uma inadequação do negro, incapaz de aderir completamente à tonalidade europeia. Alguns chamaram estas notas – chocantes para os ouvidos da classe média – de rebeldes. No jargão dos músicos, elas eram Dirty Notes, notas sujas. Escreve o chefe de orquestra Rudy Vallee por volta de 1930: “Tenho tocado uma certa nota meio bárbara no meu saxofone, e observado o seu efeito sobre uma multidão, a agitação dos pés e pernas jovens”. Vallee não sabia, mas tinha descoberto a blue note.


Quando os primeiros berros cortaram a noite americana, eram manifestações tão pessoais que identificavam imediatamente o indivíduo que os emitia. “Aí vem o Sam”, comentava a namorada, ou o amigo. “Will Jackson está chegando”, ou ainda, “Acabo de ouvir Archie dobrando a esquina”. Os blues também eram a marca de individualidade: havia blues de Blind Lemon, blues de Willie Johnson. Já nos primeiros berros se encontrava o material idiomático que caracteriza o blues: o tempo lento, o comportamento exagerado, a preferência pela Terça bemolizada (Blue Note), o sentimento melancólico. O blues foi surgindo à medida que os gritos se tornaram mais complexos: gritos acompanhados pela guitarra, gaita-de-boca ou outros instrumentos pobres e rudimentares, o ritmo marcado na batida do pé – isso nas zonas rurais. Nas cidades, iam-se introduzindo no acompanhamento os instrumentos europeus mais sofisticados: cornetas, trombones, clarinetes, piano. Inicialmente uma frase solta no espaço, o blues, seguindo o ritmo natural da fala, acabou se fixando em 12 compassos, divididos em 3 partes iguais, com um diferente acorde para cada parte.


Ao fim de cada frase sobra um tempo livre, que é geralmente preenchido por uma resposta instrumental. Esse esquema de chamada-e-resposta sobrevive no Rock, no diálogo entre voz e guitarra. Marshall Stearns, crítico e pesquisador do jazz, analisa essa estrutura peculiar: “O fato fora do comum nesta forma de blues é que consiste de três partes, em vez de duas, ou quatro. É uma forma de estrofe bastante rara na literatura inglesa e pode ter-se originado com o negro americano. Assim como a estrofe da balada, ela fornece um bom veículo para uma narrativa de qualquer tamanho. Ao mesmo tempo, é mais dramática: os dois primeiros versos criam a atmosfera de maneira clara, pela repetição, e o terceiro desfere o golpe. A estrofe do blues é comunicação em cápsula, feita sob medida para a apresentação ao vivo, em meio a um público participante”.
As blue notes estão por toda a parte, no rock. Estão na música de Bob Dylan, embora ela se aproxime mais do estilo folclórico branco. Estão principalmente nas canções dos Rolling Stones, carregadas de blues. E também nos Beatles, que souberam equilibrar como poucos as duas grandes correntes do Rock and Roll, criando assim um novo idioma: o rock.


2. Uma Breve História dos Caminhos do Blues

Há várias versões sobre aquela que é a primeira composição típica de blues, assim como seu primeiro idealizador. Diz a lenda que o autoproclamado "Pai do Blues" W. C. Handy ouviu este tipo de música pela primeira vez em 1903, quando viajava clandestinamente em um vagão de trem e observava um homem que tocava violão com um canivete. Daí teria surgido aquele que é dito como o primeiro blues da história, St. Louis Blues. Porém o mais correto a afirmar é que o blues surgiu de uma forma mais ambiental e progressiva do que uma única canção. De fato, a instrumentalização das work songs (canções de trabalho) foi o marco inicial para o surgimento do blues como estilo de música.


Slave Song – The Black Woman



O primeiro nome popular a surgir como músico específico de blues foi o de Charley Patton, em meados da década de 20. Posteriormente, na mesma época, surgiram nomes como de Son House, Willie Brown, Leroy Carr, Bo Carter, Sylvester Weaver, Blind Willie Johnson, Tommy Johnson dentre outros.
  
Son House

A princípio, a maioria das canções interpretadas eram cantos tradicionais como Catfish Blues e John The Revelator, canções essas que tiveram vários intérpretes e versões variadas no decorrer da história. Porém, foi na década de 30 que surgiu aquele que é talvez o nome mais influente e idolatrado do blues: Robert Johnson. Influenciado sobretudo por Son House e Willie Brown, Johnson viveu pouco tempo, cerca de 27 anos, sendo que a sua data de nascimento não é totalmente precisa. Vitimado, segundo a lenda, por um whisky envenenado pelo marido de uma de suas amantes. Gravou 29 canções apenas, entre 1936 e 1937, porém consideradas alguns dos maiores clássicos de blues de todos os tempos.


Charley Patton - Spoonful Blues (Delta Blues 1929)



No final dos anos 30 e inícios dos 40 surgiram as primeiras grandes bandas de blues, de Sonny Boy Williamson e Big Bill Broonzy. E a partir de 1942 o blues sofre sua primeira grande "revolução" interna com o soar das primeiras notas eletrificadas do legendário guitarrista T-Bone Walker.

T-Bone Walker

Certamente é deste nome que remonta as origens do formato consagrado do blues moderno, baseado na repetição 12 compassos da melodia base e com o solo totalmente livre do acompanhamento, (ou seja, o puro improviso) o que não ocorria até então já que o solista era na maioria dos casos também o responsável pela parte rítmica instrumental. O que certamente tornou possível a T-Bone Walker ser o precursor do estilo clássico moderno do blues foram suas raízes no Jazz, que posteriormente imortalizariam a marca de seu Blues. Com a explosão do blues em Chicago e o advento da eletricidade na música, o blues atingiu um patamar novo, deixando de ser restrito a um pequeno grupo, para se tornar cultura popular no sul dos Estados Unidos.


T-Bone Walker- Don't Throw Your Love On Me So Strong



a) Rhythm and Blues
Rhythm and Blues ou R&B foi um termo introduzido no Estados Unidos no final de 1940 pela Revista Billboard. O termo substituiu Race Music, que em língua inglesa era ofensivo. Em suas primeiras manifestações o Rhythm and Blues foi um predecessor do Rock. Atualmente se aplica a qualquer forma de música pop com artistas negros e está mesclado a ritmos como o Rap e o Jazz. Todos sabem os resultados ocorridos com a música mundial a partir da chegada de homens e mulheres sequestrados de vários países do continente africano nas 13 colônias inglesas, no início do século XVII. Assimilando o idioma, cultura e instrumentos dos brancos europeus as suas próprias, os africanos e seus descendentes fizeram surgir o Gospel, canção religiosa e o Spiritual, também religiosa, mas frequentemente usado com temáticas “mundanas” e as work songs (canção de trabalho), cujo ritmo era usado para dar ânimo e ditar a velocidade aos trabalhos dos escravos das plantações de algodão existentes no sul dos EUA. As duas vertentes musicais acima são bases do Rhythm and Blues, mundialmente conhecido como R&B, em conjunto com o Jazz, particularmente pela chamada jump music (um Jazz com predomínio de saxofone e pouca presença de guitarra). Dando um salto no tempo, indo para a década de 30, com as grandes migrações das populações rurais provenientes do sul dos EUA em direção as cidades industriais do Norte, devido à grande depressão, o Blues distanciou-se de suas origens, na medida em que seus compositores e intérpretes também se adaptavam a vida urbana.


Naquele novo cenário nascia o Big City Blues (BCB), com a sonoridade típica das grandes cidades; eletrificado em contraposição do Country Blues (CB), de temática rural e sonoridade acústica - trazendo temas que relatavam a realidade dos afro-americanos nos grandes centros urbanos. Porém, a despeito da mudança de cenário (ao invés do campo, cidades), os temas dos BCB eram conceitualmente os mesmos do CB. Os afro-americanos somente trocaram um tipo de miséria e discriminação étnica por outro, que os levou a viver confinados em guetos (algo semelhante ao Brasil?).


Big City Blues (BCB) Red Nichols - Margie (1928)



Masters of the Country Blues



Após o termino da Segunda Grande Guerra Mundial e da integração forçada dos afro-americanos por necessidade da crescente economia, floresceu uma poderosa indústria fonográfica afro-americana, administrada por e para afro-americanos, com seus próprios astros, estrelas e sucessos de venda. Um pouco de prosperidade financeira e social trouxe às letras um tom mais alegre. Além disso, o BCB transformou-se com harmonias cada vez mais elaboradas, trabalhadas por excelentes grupos vocais, o que gerou uma febre em meio a toda a juventude que vivia no meio dos anos 50. Nascia assim o “Doo-Woop”. Quando se acelerou um pouco mais a batida, trocou-se a palavra Lord (Senhor referindo-se a Deus) por baby, surgiu o R&B. Quente e dançante levemente malicioso, talvez a primeira expressão do Pop.


Doo-Woop - The Penguins - Earth Angel



Uma curiosidade sobre o poder da música; muito embora o mercado musical afro-americano fosse, e de certa forma ainda é, separado do mercado musical da população branca norte-americana, os “race records” (discos produzidos para consumo dos afro-americanos) de R&B, faziam tanto sucesso que arrebatou boa parte juventude urbana dos EUA. O ritmo causou tão grande terremoto que, mesmo com a ordem expressa proveniente dos pais daqueles jovens, de manter o mínimo de contato possível com qualquer coisa que lembrasse “aquela gente”, os jovens adolescentes brancos formavam grupos secretos, com a única intenção de ouvir R&B. O R&B é a primeira manifestação musical afro-americana a tornar-se um ritmo popular. Durante o início dos anos 60, não só no cenário musical dos EUA, mas também no do Reino Unido, o R&B atingiu seu auge de popularidade. Sem sofrer o mesmo tipo de distinção racial que limitava sua aceitação nos EUA, os grupos musicais britânicos rapidamente adotaram este estilo de música, e grupos como os Rolling Stones levaram o R&B a grandes plateias. Já no final dos anos 60, com a mudança dos temas musicais, influenciados pela luta em favor dos Direitos Civis nos EUA para os afro-americanos e a Guerra do Vietnã, o R&B ficou sem espaço e foi rotulado com música alienada.


The Rolling Stones - Around Around 1964



The Rolling Stones - Little Red Rooster (1964)



Os jovens brancos agora tinham o Rock´n Roll, e para a juventude afro-americana chegava a Soul Music. Tanto é que naquela época o R&B ficou mais conhecido por Motown Sound. O R&B ressurgiu nos últimos anos para designar a música negra norte-americana abrangendo o Pop, fortemente influenciado pelo Rap, pelo Funk e pelo Soul.

Bo Diddley



Ray Charles                            James Brown                                      Otis Redding
Bo Diddley                             Aretha Franklin                                   The Blues Brothers
Marvin Gaye                           Fats Domino                                       Sam Cooke
Al Green                                 The Temptations                                 Etta James
Wilson Pickett                        Solomon Burke                                   Stevie Wonder
Bill Withers                            The Drifters                                         Ike & Tina Turner
Curtis Mayfield                      Albert King


James Brown - I Got You (I Feel Good) - Live At The L'Olympia, Paris (1966)



Fats Domino - Ain't That A Shame



The Drifters - Stand By Me



The Temptations - My Girl



b) Jump Blues

Por volta da década de 40, devido à migração dos artistas do Delta do Mississipi para Chicago, ou seja, com os artistas saindo da zona rural e se dirigindo para as grandes cidades em busca de oportunidades, houve a eletrificação do Blues, originando, dentre outras correntes, ao Jump Blues que é uma vertente do blues eletrificado.
Ele é caracterizado por ser mais acelerado, porém mais dançante que o blues tradicional. É possível observar pitadas de Blues, de Jazz e um swing bem diferenciado. O Jump Blues influenciaria mais tarde uma gama de artistas que dariam início ao “Rockabilly”.


Jump-Blues Guitar Killers



c) Texas Blues

Com o surgimento de fábricas e empregos em outros lugares do país atraíram os negros e que levaram consigo o Blues, difundindo o estilo pelo resto dos EUA. O Blues começava a se espalhar por toda a América do Norte e dois estados específicos, fizeram um bom dever de casa: Texas e Califórnia. Os blues-man nascidos nestes estados geralmente são famosos (exemplo Stevie Ray Vaughan do Texas), e as músicas, bem conhecidas.

Stevie Ray Vaughan

O Texas Blues nasceu na metade dos anos 20, possuía as tradições do Country Blues, porém, o violão mais do que mero acompanhamento, era uma extensão do vocal. Outro estágio do Texas Blues veio depois da Segunda Guerra Mundial, trazendo um estilo totalmente elétrico.
Apesar de ser mais influenciado pelo Blues do Texas, a costa oeste, onde surgiu o Blues da Califórnia, incorporou uma grande variedade de estilos. Pessoas quem vinham do Texas, Oklahoma, Louisiana, e Arkansas, para trabalharem nos campos e nas fábricas, durante e após a Segunda Guerra Mundial, trouxeram consigo o blues da região que viviam. E, nesta mistura de raízes diferentes, dentro do mesmo estilo, formou-se o Blues da Califórnia.
Este estilo de Blues se originou com base nas audiências das Big Bands dos anos 30 e 40.


Glenn Miller - In The Mood




Rhapsody In Blue (1945)



Cab Calloway - Minnie the moocher (The Blues Brothers 1980)



Lightnin Hopkins - Texas Blues - Once Was A Gambler



Stevie Ray Vaughan - Texas Flood (from Live at the El Mocambo)



Stevie Ray Vaughan - Look at Little Sister



Stevie Ray Vaughan - Life Without You





Até o próximo encontro!




quarta-feira, 20 de maio de 2020

O Rock Salva por Ozi Garofalo

O ROCK SALVA



Talvez o DR. SIN resolva essa doença, para que possamos curtir os mares de ANGRA ou ir pra um HANGAR, conhecer o BARÃO VERMELHO e propor pegar um voo para buscar A CHAVE DO SOL ou procurar JACK BLUE E OS GAROTOS PERDIDOS.

Mas como disse alguém por aí, nossa LÍNGUA DE TRAPO não nos deixa exaltar o rock brasileiro. Então bora tomar uma TUBAINA DO DEMÔNIO ou umA CANNA no BAR, quando essa NACIONARQUIA passar, assintindo pela TV a TROPA DE CHOQUE estabeler o lockdown. Quem sabe a CÓLERA invada os corações mais incautos para tirarmos os RATOS DO PORÃO e seus LAWMAKERS de Brasília, bem como o LOBÃO que cuida das ovelhas, para estabelecermos o CAPITAL INICIAL da retomada.

Desejo que GOZi de boa saúde ao encontrar esta mensagem MADE IN BRAZIL e reze O TERÇO do rock para que ninguém se torne uma VELHA VIRGEM sem AZIMUTH.

Podemos parar na CASA DAS MÁQUINAS para consertar o avião, se houver problema, e comer um JOELHO DE PORCO se o Cozinheiro do Rei, ZÉ RODRIX, estiver lá. Mas cuidado! O viking DE ROSS pode estar a espreita para saquear seu prato.

No rádio podemos ouvir RAUL SEIXAS ou RITA LEE, tudo nas pickups do KID VINIL, saboreando um delicioso sorvete de TUTTI FRUTI.

Se for ULTRAGE, que seja À RIGOR, podemos chamar os RAIMUNDOS, que vão garantir a segurança botando o SACO DE RATOS pra fora.

Mas o que importa e beber entre amigos, afinal sabemos da dificuldade de sermos BEBADOS HABILIDOSOS, porque a estrada é longa e a viagem demora.

Talvez, e essa é uma possibilidade plausível, KIM KEHL E OS KURANDEIROS, tenham outro tratamento para acabar com essa quarentena, se não, voltaremos ao ponto da era Glacial e veremos MAMUTH nas ruas.

Desejo a todos saúde para sair dessa ilesos em busca das KEYS OF THE LIGHT!



São Paulo, 18 de maio de 2020.
OZI GAROFALO



A postagem original está no seguinte endereço:
http://ozigarofalo.blogspot.com/2020/05/o-rock-salva-talvez-o-dr.html?m=1

Para aqueles que desejam entrar em contato com ele, o endereço no face é:
https://www.facebook.com/ozi.garofalo



Tesouros Escondidos do Rock - Edição nº 2



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HEAVY CRUISER
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Heavy Cruiser – Lucky Dog (1973)



Ficha
Estilo: Heavy & Hard Blues
País: Canadá
Ano: 1973
Produtor: Neil Merryweather
Neil Merryweather (born Robert Neilson Lillie on December 27, 1945 in Winnipeg, Manitoba) is a Canadian rock singer, bass player and songwriter. He has recorded and performed with musicians including Steve Miller, Dave Mason, Lita Ford, Billy Joel, Rick James and Wilson Pickett, and released an extensive catalogue of albums.

Tracklist
A1 Everytime I Hear Your Music 00:00
A2 Mirrors In Your Eyes 02:38
A3 Where You Gonna Run To 06:33
A4 Gotta Get Away 9:40
A5 Open Your Eyes 14:02
B1 You Really Got Me 17:36 (kinks cover)
B2 Freefall Glider 20:28 (easy rider)
B3 Concrete Jungle 25:55
B4 Supergirl  29:36
B5 I'll Receive You   33:24



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JUKIN’ BONE
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Jukin' Bone - Way Down East (1972)



Ficha
Estilo: Hard Rock
País: EUA
Ano: 1972

Line-up
Joe Whiting - lead vocals
Mark Doyle - lead guitar, slide guitar, acoustic guitar, pianos, percussion, backing vocals
George Egosarian - rhythm guitar, lead guitar, acoustic guitar
John DeMaso - bass, percussion, backing vocals
Danny Coward - drums, percussion
Kevin Shwaryk - drums, percussion, bubble drums, guiro

Tracklist
01. Cara Lynn
02. Way Down East
03. Nightcrawler
04. Come On Home
05. Mojo Conqueroo
06. See See Rider
07. Can You Feel It
08. Yes Is Yes -
09. Sayin' It Is Easy
10. Johnny Lee's Mood




domingo, 17 de maio de 2020

ROCK - Suas Histórias & Suas Magias - Capítulo 2 parte B

ROCK – Suas Histórias & Suas Magias
Capítulo 2 – Parte B
O Nascimento do Blues na Sociedade Americana


4. Afirmação de uma cultura negra depois da emancipação

Não se pode afirmar que o Blues já existia no tempo da escravidão, nem que ele nasceu da emancipação dos escravos, mas sim de transformações da música negra sob o efeito das novas condições socioeconômicas criadas por essa emancipação. 


Blues - Da escravidão à conquista do mundo!





O nascimento do Blues propriamente dito situar-se-ia então, muito provavelmente, no fim do século XIX ou no início do século XX.
  

5. Transformações socioeconômicas do Sul

a) Desmembramento de grandes propriedades
O fim da guerra civil e a ocupação do Sul pelos nortistas levaram em ampla medida ao desaparecimento das plantações de um só proprietário e ao desmembramento em pequenas fazendas.
  
Soldados Norte-Americanos acampados

Os antigos escravos tornaram-se trabalhadores assalariados.
Os negros passaram a ter a possibilidade de comprar terras através de organismos criados para a ocasião e geralmente constituídos de aventureiros, fraudadores e especuladores. Por outro lado, a imensa maioria dos negros emancipados não tinha evidentemente nenhuma possibilidade financeira para tal empreendimento.
  
Campos de algodão

Com efeito, os escravos negros foram em uma ampla maioria empregados como arrendatários, com o direito de cultivar um pequeno pedaço de terra em troca de deveres exorbitantes: 80 a 90% da colheita devida ao proprietário e uma dívida para toda sua vida - e a de seus herdeiros - para com o Armazém Geral mais próximo (o que queria dizer várias milhas de distância e às vezes várias dezenas de milhas), frequentemente também possuído pelo mesmo proprietário da terra.


Da lavoura ao blues - A música que veio dos cânticos dos escravos



Mas as correntes de escravos trabalhando uns amarrados aos outros e retomando em coro as work-songs estavam desmanteladas. Em seu lugar se desenvolve o canto de um cultivador solitário guiando sua mula ou puxando seu arado, saudando o assovio de um trem longínquo ou o barulho do vento nas árvores, improvisando sem outra restrição que não a tradição aninhada no âmago de seu inconsciente que se chamavam hollers.

b) Desenvolvimento de um subproletariado industrial
Nem todos os negros, contudo, tornaram-se arrendatários: aliás, com a alta natalidade registrada depois da emancipação, não se tinha necessidade de todos esses braços.
Uma parte deles procurou trabalho em pequenas fábricas (metalúrgicas, refinarias) que começavam a despontar ao redor das grandes cidades do Sul, ou como lenhadores (rachadores de lenha, desmatadores), ou nas fábricas de terebentina que eram criadas perto de jazigos florestais, em canteiros de obras de grandes trabalhos (construção de estradas, de vias férreas, de barragens) ou ainda como barqueiros e também, e talvez sobretudo, nos entrepostos de algodão ou de usinas têxteis.
Assim se desenvolveu, da Guerra de Secessão à Primeira Guerra Mundial, uma corrente de migração contínua das plantações para as cidades do Sul, significando uma mudança de atividade para os negros e preparando-os para a grande migração para o Norte que iria começar verdadeiramente depois de 1918.
Os que escolheram (ou tiveram de) abandonar os trabalhos agrícolas formaram rapidamente um subproletariado miserável, morando em cabanas insalubres às portas das cidades, corroídos pela sub-educação, pelo alcoolismo, pelo amontoamento de famílias e pela promiscuidade, pela ausência de perspectivas de futuro. O lenhador, o trabalhador das matas, o construtor de diques, o barqueiro, enfim, todos continuaram (ou reencontraram) a tradição das work-songs, modificadas pela dos hollers já largamente implantada nas fazendas que acabavam de deixar.

c) O aparecimento dos músicos profissionais
A existência desse subproletariado semiurbano criou uma extraordinária procura de divertimentos: lojas de bebidas, salas de jogo, espeluncas clandestinas, casas de prostituição, tendo sempre música. Muito rapidamente, apareceu uma categoria social nessas novas comunidades negras: a do músico cego ou aleijado, inapto para o trabalho manual, resmungando contra o duro trabalho da cultura do algodão ou simplesmente infringindo as leis em sua comunidade de origem e fugindo à justiça. Frequentemente itinerante, o músico, contador de histórias, cantor de canções - songster, como começou a ser chamado - passa de vilarejo em vilarejo, de campos florestais a barragens em construção, distraindo trabalhadores e contramestres, trabalhadores agrícolas e florestais, em troca de pouso, comida e uma garrafa de uísque.
  

O cantor tocava também um instrumento para marcar o ritmo e fazer dançar, mas um instrumento que podia levar em suas peregrinações - inicialmente um banjo ou um violino, mas logo, e cada vez mais à medida que o século XX avançava, uma guitarra leve, prática e barata muito mais completa que o violino e muito mais flexível que o banjo.
É claro que as casas de jogo e os prostíbulos, e logo os cinemas mudos, tinham frequentemente seu músico particular, bem vestido e bem munido, usando piano para tocar os temas trazidos dos campos assim como as baladas em voga nas grandes cidades do Norte, que ele adaptava à sensibilidade negra, usando principalmente e urna vez mais uma abundância de Blues-notes obtidas com dificuldade, enrolando panos em alguns martelos de seu piano.

d) Isolamento dos negros na sociedade sulista
A supressão da escravidão modificou de forma considerável o lugar dos negros na sociedade sulista.
As intenções generosas da Reconstrução e da ocupação do Sul pelas tropas ianques no imediato pós-guerra permitiram efetivamente aos antigos escravos, às vezes, o acesso a um certo nível de educação e o exercício de um mínimo de direitos cívicos, entre eles o direito de voto.
Mas em 1877, as últimas tropas nortistas deixaram o estado de Luisiana, colocando fim a uma ocupação muito difícil e freando também o empreendimento de reconstrução que se revelou então um fracasso total. A ideia de uma reconciliação necessária entre o Norte e o Sul para construir uma nação veio sem dificuldades se fazer nas costas dos negros.

e) Subcidadania
Para os negros, a saída das tropas nortistas tomou a feição de um desastre, e o espírito de revanche dos brancos sulistas e principalmente dos mais extremistas agrupados em associações secretas, racistas e violentas, como a Ku Klux Klan ou os Cavaleiros do Branco Camélia, veio se exercer imediatamente e com ferocidade sobre os antigos escravos promovidos a "cidadãos iguais".
Eram frequentes os relatos de linchamentos estarrecedores.
O que acabou por forçar a eliminação de muitos direitos dos negros.

f) Segregação
Paralelamente, importantes medidas de separação das raças em todos os lugares públicos eram implementadas.
  
Ku Klux Kan

No Sul a segregação significava para os negros escolas mais pobres, hospitais mais desguarnecidos, transportes mais caóticos, a certeza, de qualquer forma, de ter sempre os prédios mais miseráveis e sórdidos do que os dos brancos.
A chegada da crise econômica no começo da década de 1890 atingiu a monocultura dos estados do Sul duramente, os negros passaram a ser presos por questões absolutamente fúteis, aumentando a população carcerária, que serviria de mão-de-obra compulsória à todos que dela necessitassem. Esses negros eram acorrentados uns aos outros e supervisionados por “mestres” armados de chicote. Por tudo isso, a vida dos negros do Sul no início do século XX era mais difícil e mais precária que nos tempos da escravidão.

g) A alma negra
Entre 1895 e 1900, floresceram seitas religiosas negras em todo o Sul e Sudoeste, das quais a mais célebre era a dos pentecostais. Essas novas Igrejas negras eram animadas por um fervor religioso extraordinário que encontrava sua expressão natural nas Gospel Songs, herdeiras diretas dos negro-spirituals do tempo da escravidão e que veiculavam uma força de contestação e de afirmação de sua própria cultura na mesma proporção em que os brancos não se preocupavam mais em evangelizar as "almas negras".
  


Precious Lord - Little Richard (Gospel Music 1960)



Harlem Gospel Choir - Amazing Grace



Assim surgiram notáveis preachers negros, verdadeiros guias espirituais da comunidade negra, a quem se escutava com atenção e a quem às vezes se venerava. Também cada vez mais freqüentemente, o preacher aumentava a força de sua mensagem ao entregá-la cantando e tocando guitarra ou piano.

h) Aparecimento da balada negra: o Blues
Paralelamente, o songster elaborava, sobre o modelo das baladas populares de origem anglo-saxônica, verdadeiras canções de gesta, que falavam de homens negros a homens negros. Tal acontecimento, tal personalidade, tal bairro de tal cidade, tal marginal lutando contra a sociedade (... dos brancos) davam matéria a uma balada que era divulgada de vilarejo em cidade, de acampamento de trabalhadores em bordel, que era retomada, aumentada, aperfeiçoada, adaptada à personalidade de cada novo contador.
Como se lembrava Furry Lewis, que conheceu bem toda essa época:
"... o songster ia à igreja, e o pregador vinha dançar no vilarejo, o jovem músico vencia ao tornar-se pianista em um dos bares de Memphis e freqüentemente, com a idade, tornava-se pregador".
Pouco a pouco, essas grandes atividades musicais dos negros americanos se influenciaram mutuamente, imbricaram-se umas sobre as outras, dando um embrião de codificação, uma espécie de "regra de ouro da balada negra" que, alguns anos mais tarde, o disco veio reforçar e depois estratificar.
  
As Chain Gangs

Foi assim que em algum lugar do século XX - do fazendeiro solitário dedilhando seus hollers, chaing gangs de prisioneiros perpetuando os sotaques das work-songs do tempo da escravidão, do pregador inflamando as almas dos fiéis com a ajuda de sua guitarra, do pianista de casa de jogo martelando suas teclas para que sua clientela dançasse e do cantor itinerante disseminando suas baladas - surgiu o Blues.



Lightning- Long John - Old Song by a Chain Gang



Southern Prison Blues Rosie Chain Gang Blues



Chain Gang - Cadence (1990)



Chain Gang - Sam Cooke



Bring It On Home - Roger Ridley




Hugh Laurie - Saint James Infirmary (Let Them Talk)




Até o próximo encontro!



sexta-feira, 15 de maio de 2020

The Pretenders - Back On The Chain Gang

Uma linda música com uma emocionante história


"Back on the Chain Gang" é uma música escrita por Chrissie Hynde e originalmente gravada por sua banda, The Pretenders, e lançada como single pela Sire Records em setembro de 1982. A música também foi lançada no álbum da trilha sonora de The King of Comedy, em março de 1983 e depois foi incluído no próximo álbum dos Pretenders, Learning to Crawl, em janeiro de 1984.
"Back on the Chain Gang" entrou nas paradas da Billboard no início de outubro de 1982, e chegou ao nº 5 no Hot 100, tornando-se o maior sucesso da banda nos EUA.

Capa do single

Ela também chegou ao posto de nº 4 na lista da Hot Mainstream Rock Tracks da Billboard e no 17º posto na lista de singles do Reino Unido. A música do outro lado do single, "My City Was Gone", mais tarde se tornou um grande sucesso nos EUA, com sua letra falando sobre Ohio.

Gravação

"Back on the Chain Gang" foi gravado depois que James Honeyman-Scott, guitarrista do Pretenders, morreu de overdose de drogas aos 25 anos em 16 de junho de 1982. Isso aconteceu dois dias depois que os Pretenders demitiram seu baixista de longa data Pete Farndon por causa de seu problema com drogas. Em 20 de julho de 1982, a banda começou a gravar a música no AIR Studios, em Londres. Naquela época, restavam apenas dois Pretendentes: a cantora e compositora Chrissie Hynde, que estava grávida de três meses de sua primeira filha, e o baterista Martin Chambers. Outros músicos foram contratados para completar a sessão: o guitarrista Billy Bremner do Rockpile, o guitarrista Robbie McIntosh e o baixista Tony Butler, que já estava no estúdio para um projeto de gravação do Big Country. O produtor era Chris Thomas, que era familiar à banda por gter trabalhado na realização dos discos anteriores dos Pretenders, usando Bill Price como engenheiro, mas para esta sessão, Steve Churchyard substituiu Price porque Price estava comprometido com outro projeto do AIR nos Wessex Sound Studios.  


A maior parte da música foi gravada rapidamente, com a banda reunida no estúdio, organizada como se estivesse tocando ao vivo, com a bateria de Chambers em um riser.  Alto-falantes pequenos foram direcionados aos músicos de trás de Chambers para reforçar o som de algumas peças especiais da bateria, como a caixa. O solo de guitarra de Bremner foi apresentado em uma tomada. Mais tarde, sozinha no estúdio, como era sua preferência, Hynde apresentou sua principal linha vocal com três ou quatro overdubs lançados para corrigir pequenas imperfeições. 

James Honeyman-Scott

Ela então gravou seus próprios vocais de apoio. Finalmente, o restante dos vocais de apoio foram realizados por Chambers e Butler, junto com o canto das Chain Gangs (vide Planet Caravan - ROCK – Suas Histórias & Suas Magias Capítulo 2). O som de martelos batendo foi feito batendo várias peças de metal, especialmente os pesos de 11 kg que o estúdio usou como lastro para alguns estandes. Este efeito foi realizado pelo assistente de estúdio Jeremy Allom. A gravação de partes extras para a música e o processo final de mixagem continuou por vários dias após o início da gravação inicial.

Composição

Hynde escreveu "Back on the Chain Gang" como uma homenagem para Honeyman-Scott e ela dedicou a música a ele. A música foi escrita durante o relacionamento tenso que Chrissie Hynde teve com Ray Davies (dos Kinks) e foi gravada quando ela estava grávida de três meses de sua primeira filha. Seu relacionamento intermitente terminou meio ano depois. 

Pete Farndon

Naquela época, os Pretendentes estavam alcançando sucesso internacional. A frase "Chain Gang" pode ser uma referência à frustração de Hynde sobre as demandas incansáveis ​​impostas a ela pela indústria fonográfica para continuar produzindo discos, a dissonância cognitiva resultante do capitalismo de seu sucesso versus suas origens do punk rock e seu desespero com os efeitos corrosivos que a música lhe causou em sua vida pessoal e no relacionamento com Ray Davies.

Em uma série de entrevistas de 2009 “In The Studio with Redbeard” , Hynde disse:

"Nos primeiros dias, estávamos cheios de entusiasmo e queríamos as mesmas coisas ... e tudo estava indo bem ... parecia muito fácil ... eu estava com alguém por quem estava apaixonada ... depois fiquei grávida."

Ela continuou descrevendo o trabalho em "Back on the Chain Gang" com Honeyman-Scott. Então, apenas um mês antes da música ser gravada, os Pretenders demitiram o baixista Pete Farndon. Então, em poucos dias, o guitarrista Honeyman-Scott morreu de overdose acidental de drogas. Farndon também morreria de overdose de drogas dentro de vários meses.

"... dois dias depois, Jimmy morreu ... de repente, passou de tudo para nada ... Fiquei traumatizado com a perda de meus dois melhores amigos ... tive que substituir dois membros da banda - substituir meus melhores amigos ..."

Ray Daivies, Chrissie Hynde & Alice Cooper

"Back on the Chain Gang" assumiu um significado mais profundo para Hynde, com a trágica morte de seu amigo e a pressão urgente de encontrar novos membros da banda para completar o próximo álbum.

“Dediquei a música a Jimmy de alguma forma… Jimmy era um grande admirador de Billy Bremner… quando tivemos que gravar" Back on the Chain Gang" - bem, eu sabia que Billy e Robbie eram quem Jimmy gostaria que stivessem ali, então eu não precisava pensar nisso.” 

Os sons martelados e o canto das gangues em cadeia ouvidos durante o refrão da música ecoam a produção anterior da música " Chain Gang ", de Sam Cooke, lançada em 1960 (vide Planet Caravan - ROCK – Suas Músicas & Suas Magias Capítulo 2).

Videoclipe

O videoclipe, o primeiro após a morte de Honeyman-Scott e a demissão de Farndon em 1982, contou com Hynde e Chambers, os dois únicos Pretendentes restantes na época. 


O vídeo começa com imagens de pessoas pulando no céu, antes de se dissolverem em fotos de pessoas atravessando uma ponte em Londres, presumivelmente para trabalhar na cidade, sendo que Chambers está no meio da multidão, enquanto Hynde o observa do parapeito. Ela passa a segui-lo. Chambers chega a um prédio e entra em um suposto escritório, assim que ele sai da tela, Hynde entra e, enquanto caminha, o "escritório" se dissolve como pano de fundo para as pessoas usando picaretas de forma descontrolada em escavar ruínas no deserto, como se fossem escravas.


Hynde atravessa as ruínas e fica observando as muitas pessoas envolvidas nessa atividade, e ela vê que Chambers é um deles. As fotos das pessoas pulando se entrelaçam em vários pontos do vídeo. 


O final do vídeo retorna à cena de pessoas atravessando a ponte, quando retornam as imagens das pessoas pulando novamente.

Pessoal
Chrissie Hynde - vocal e backing vocal, guitarra
Martin Chambers - bateria, vocal de acompanhamento
Billy Bremner - guitarra principal
Robbie McIntosh - guitarra rítmica
Tony Butler - baixo, vocal de acompanhamento
Jeremy Allom - efeitos de martelo



The Pretenders - Back On The Chain Gang



The Pretenders - Back On The Chain Gang Live London (legendado)



Pretenders - Back on the Chain Gang - The isle of view



Morrissey - Back on the Chain Gang (Official Video)



Giuliano Palma & The Bluebeaters - Back on the Chain Gang