Na
grande década de 60, num período de Guerra Fria e a tomada do poder pelos
Ditadores em grande parte das republiquetas subdesenvolvidas, surge um novo
movimento cultural: O Rock And Roll.
Surgiu
através de jovens que compunham uma classe social simples, humilde, mas
antenada com os fatos que compunham a realidade do mundo daquela época. Surgiu
para romper com a tradição e a hipnose moral que ditava o que era certo e
errado. Criar um novo estilo de música e de vida, irreverente, jovem e
estrondoso, para realmente abalar a sociedade, algo jamais visto antes. Esse
movimento, criticava seriamente as guerras e a Ditadura, abordava temas
obscuros e jamais usados na música, o que deixou assustado os mais
conservadores.
O
Rock tem como principal objetivo, desafiar o homem, provar a si mesmo que é
livre, e não depende de nenhum controle cerebral da sociedade. A mídia
constantemente enfia na nossa goela músicas sem personalidade e sem
inteligência, para nos tornar mais manipuláveis. O Rock é o caminho para a
Anti-Alienação, pois ele faz você pensar, criticar, e se tornar alguém livre
das amarras da imprensa. É possível observar que pessoas que ouvem rock
(qualquer tipo que seja) têm a tendência de ser mais críticos e mais
inteligentes.
E
mais do que isso, o Rock rompeu barreiras não só da música, mas do
comportamento, da sociedade, e até mesmo da religião. Destruindo tabus morais,
o Rock e todas as suas ramificações (Heavy Metal, Hard Rock, Thrash Metal, Alternative,
etc.) tratou de vários temas, tais como Guerras, Liberdade, Sexo, Drogas,
Satanismo, Sociedade, Racismo, Opressão, dentre outros temas.
O
Rock é muito mais que um simples “estilo” musical; ele é um conjunto complexo
de vários estilos de arte, os quais sempre estão juntos no sentido de um
explicar ou complementar o outro. Portanto, se alguém quiser falar sobre Rock
deverá entendê-lo como tal, senão estará divagando sobre solo falso.
Essa
complexidade se estende até a apresentação no palco (auge do Rock), de um disco
feito, e em toda a etapa de criação se tem a preocupação de seguir uma linha
lógica que toma como base a idéia central dos temas desenvolvidos no disco, ou
seja, toda criação representa e materializa as ideias e mensagens que o disco
traz, em sua grande maioria. Isto atinge seu clímax no Rock Progressivo, onde
se constituem verdadeiras histórias com personagens, fatos, lugares, etc.
Fora
o Rock Progressivo, no final da década de 60 e no início dos anos 70, o The Who
inovou lançando ao mundo as suas famosas Óperas Rock (Quadrophenia, Tommy, etc.),
posteriormente Rick Wakeman também assim o fez, através da criação de álbuns
conceituais ou com histórias (Journey To The Centre Of The Earth, Myths And
Legends Of King Arthur And The Knights Of The Round Table, The Six Wives Of Henry
VIII, No Earthly Connection, etc.).
Abaixo
explicamos melhor como é a sequência desse processo criativo:
1. Músicas
a. Letra
b. Melodia
2. Álbum
a. Sequência das músicasb. Criação das capas do disco
c. Criação dos encartes
c.1. Desenhos que constarão no encarte
c.2. Fotos que constarão no encarte
d. Criação do material promocional
3. Material promocional do disco
a. Criação de cartazesb. Criação de folders
c. Teasers para a imprensa
4. Criação das Turnês
a. Criação dos cartazes dos
showsb. Criação do palco
c. Criação da iluminação
d. Sonorização do evento
5. Performance da Banda
Este
trabalho irá comentar cada um dos passos acima, trazendo à tona o nome das
pessoas envolvidas nesse Grande Trabalho e que possibilitam a que a banda de
Rock chegue à Turnê.
Até
o som no Rock é diferente: quem teve a Permissão Divina de assistir a um show
do Pink Floyd, por exemplo, constata que algumas músicas são tocadas em quadrofonia,
ou seja, ela é ouvida em um raio de 360º a partir do ouvinte, o que se torna
necessário a fim de melhor representar a idéia da música. Aliás o Pink Floyd
era tão perfeccionista em deixar suas música perfeitamente audível em campo
aberto que sempre que iniciava um ano, iria trabalhar com 2 discos; um que
seria lançado naquele ano, e outro que seria tocado nessa turnê, mas que seria
usado para experimentações, a fim de refinar essa música em grandes ambientes,
para que pudessem atingir com precisão a idéia que eles tinham da música, para
em seguida serem lançado no ano seguinte ( junto com o próximo disco que seria
“testado” junto a esse ).
Outro
fator essencial é o entendimento de que o rock carrega em si uma carga
emocional extraordinariamente grande, que vem de suas origens: do negro
africano que ajudou no desenvolvimento da América do Norte.
Essa
carga emocional, estocada pelo grito de revolta, de dor, de sofrimento, carreia
no som do Rock toda essa energia que faz com que, muitas vezes, tenhamos que
“ouvir” o Rock com a pele, em decorrência da enorme carga emocional que ela
carrega e acaba nos banhando. Isso está perfeitamente descrito naquele que
considero o melhor livro sobre a história do Rock de todos os que eu li (e
tenham certeza: foram muitos), e que recomendo a sua leitura: Rock, o Grito e o
Mito de Roberto Muggiati.
Minha
“História Rockeira” vem desde 1974, quando, assistindo a uma propaganda na
televisão, de uma rádio fantástica na época - Excelsior a Máquina do Som – na
qual um “maluco cabeludo” de fraque e
cartola brancos saia de uma limusine, sem camisa e com um canivete enfiado na
bainha da calça, cantava uma música que entrou direto pela minha pele, me
deixando completamente embasbacado com aquele som ( a rádio utilizara aquele
clip para veicular a sua programação que era dedicada ao público jovem ). Eu
estava vendo o clipe de lançamento da música “Elected” do genial Alice Cooper.
Naquela época, ele estava lançando o seu disco “Muscle Of Love” e se encontrava
em visita a nossa cidade para um show no Anhembi. A partir dali, iniciei uma
busca frenética por todo e qualquer material relativo ao Rock, para que eu
pudesse entender aquilo que tinha havido comigo.
A
estrada foi longa, e após coletar uma quantidade bastante razoável de livros,
revistas, recortes de jornal e muita vivência pessoal e com amigos Rockeiros,
entendi que havia acumulado um material ótimo que poderia servir de base para
um livro; mas não um livro comum, mas um livro que pudesse transmitir aos
outros, a maior parte do conhecimento e entendimento que eu acabei acumulando
nesse tempo todo, a fim de que pudéssemos entender com maior clareza toda a
significância do rock em toda a sua complexidade multifatorial ( música, poesia,
artes plásticas, fotografia, etc.).
Este
trabalho tem a intenção de mostrar, ou indicar, essa complexidade do Rock como
um elemento constituído por múltiplos fatores, os quais devem estar sempre
juntos para que a magia aconteça, e sejamos aliviados em nossas dores, pois
como disse Oswaldo “Rock” Vecchione: Deus Salva ... O Rock Alivia!
Espero
também, neste trabalho, fazer justiça a alguns homens e bandas do cenário do
Rock Nacional que foram nossos verdadeiros heróis, mas que são simplesmente ignorados
pela mídia comercial e sedenta de dinheiro e cada vez mais distante da cultura
e do belo.
Boa
leitura a todos, porque o bom Rock And Roll está por aí em infinitos lugares
... procure-o e entenda-o ... e sinta-se a pessoa mais feliz do Mundo!
Walter LP Possibom
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