Capítulo 1
Uma Breve História dos EUA
A
história dos Estados Unidos num livro que fala sobre Rock And Roll?
Pois
é!
É
que foi lá que tudo começou.
Então,
o conhecimento de alguns fatos importantíssimos da história desse país, irão
nos ajudar a entender muita coisa de como tudo se deu.
Então
vamos lá.
A
ocupação do território onde hoje estão os Estados Unidos, começa com a migração
de humanos da Ásia, através do Estreito de Bering, num período indeterminado
(estimativas variam de dez a quarenta mil anos atrás).
Diversas
tribos nativos americanas viviam na região que atualmente constitui os Estados
Unidos muito tempo antes da chegada dos primeiros europeus. Cada um destes
grupos indígenas era composto por diversas tribos com culturas e idiomas
semelhantes, que eram aliados ou neutros entre si. Entre os grupos indígenas
dos Estados Unidos, destacam-se os Iroqueses, os Algonquinos, os Hurões, os
Sioux, os Apaches, os Uto-astecas, os Havaianos e os Esquimós. Estas famílias
indígenas estavam, por sua vez, divididas em várias tribos menores. Não se sabe
ao certo o número total de nativos indígenas que viviam no atual Estados Unidos
nos anos que precederam à chegada dos primeiros europeus. Estima-se este número
entre um a quinze milhões de índios. Estes números também incluem astecas que
viviam no Sul do atual Estados Unidos.
Os
primeiros europeus chegaram ao longo do século XVI. Diferentes nações
exploraram e reivindicaram diferentes partes dos Estados Unidos. Os espanhóis
foram os primeiros a explorarem as atuais regiões de Flórida, Texas, Novo
México, Arizona e Califórnia.
Os
franceses instalaram-se ao longo da região central do atual Estados Unidos, e
holandeses e suecos no Nordeste. Durante a década de 1640 os holandeses
expulsaram os suecos da região.
A
Virgínia foi a primeira colônia britânica nas Américas. A colônia britânica de
Virgínia foi fundada em 1606.
Jamestown
foi o primeiro assentamento britânico fundado no continente americano. Os
colonos britânicos esperavam encontrar ouro ou outros metais preciosos, mas
nada encontraram. Ao invés disso, a Virgínia eventualmente tornou-se uma
colônia agrária, passando a exportar tabaco para o Reino Unido a partir de
1612. A Virgínia também se destaca por ter sido a primeira colônia a criar um
sistema de governo, a Casa de Burgess, uma câmara legislativa.
Outras
províncias coloniais britânicas logo foram fundadas pelo Reino Unido, ao longo
do Oceano Atlântico. Massachusetts foi fundada em 1620, e Nova Hampshire, em
1623.
A
colônia de Nova Iorque foi fundada em 1624. Esta última colônia duplicaria após
os britânicos terem expulsado os holandeses do Nordeste do atual Estados
Unidos. Os holandeses estavam instalados no que atualmente constitui o sul do
Estado de Nova Iorque, em uma colônia chamada Novos Países Baixos, cuja capital
era Nova Amsterdam. Os Novos Países Baixos foram capturados em 1664 pelos
britânicos, e Nova Amsterdã foi renomeada como Nova Iorque.
Os
atuais Estados Unidos da América nasceram da união de Treze Colônias britânicas
estabelecidas na costa atlântica da América do Norte a partir do século XVII.
Em 1776, uma revolta foi organizada pela classe dirigente dos colonos e
seguiu-se a Revolução Americana de 1776, que foi uma guerra de independência
contra a autoridade do rei do Reino Unido. Em 1789, o país adotou uma
constituição e assumiu a forma de uma República Federal, concedendo grande
autonomia aos Estados federados. Desde o reconhecimento da sua independência
pelo Reino Unido em 1783, e até meados do século XX, novos territórios e
Estados foram sendo incorporados, ampliando as fronteiras do país até ao Oceano
Pacífico.
Desde
tempos coloniais, os Estados Unidos enfrentaram a falta de mão-de-obra. À
época, as diferenças socioeconômicas no país eram enormes, com um norte
industrializado e um sul agrário. A falta de mão-de-obra incentivou a imigração
europeia no Norte e o uso do trabalho escravo no Sul — que fazia uso extensivo
de escravos comprados no continente africano. Os Estados industrializados do
Norte eram contra a escravidão, enquanto o Sul achava que a escravidão era
indispensável para o contínuo sucesso da agricultura sulista. Estas diferenças
foram um dos muitos motivos de tensão política que gradualmente desencadearam a
formação dos Estados Confederados da América, o que gerou a Guerra Civil
Americana, da união, contra os sulistas — confederados — entre 1861 e 1865, uma
guerra civil na qual o número de baixas americanas foi maior do que a soma de
todas as baixas americanas sofridas em todas as outras guerras na qual os
Estados Unidos se envolveram, desde sua independência.
Dessa
separação cultural, posteriormente, pôde-se observar o nascimento de estilos
diferentes de Rock, em função da própria cultura local em cada uma dessas
regiões.
A
Música nos Estados Unidos
A
música dos Estados Unidos reflete a população multiétnica, mas tem a sua base
principalmente nos géneros afro-culturais através de diversos estilos. Rock and
Roll, Blues, Country, Rhythm and Blues, Jazz, Pop, Tecno e Hip Hop estão entre
os géneros musicais do país mais reconhecidos internacionalmente, algumas
outras formas de música popular americana também têm ganhado audiência global.
Os
povos nativos foram os primeiros habitantes dos Estados Unidos e tocaram as
suas primeiras músicas. Começando no século XVII, imigrantes do Reino Unido,
Irlanda, Espanha, Alemanha e França começaram a chegar em grande número,
trazendo consigo novos estilos e instrumentos. Os escravos africanos trouxeram
tradições musicais e cada leva de imigrantes contribuiu para a miscigenação.
Muito
da moderna música popular tem suas raízes ligadas à música negra americana (com
influência do blues) e ao crescimento da música gospel nos anos do século
passado. A base afro-americana da música popular utilizou elementos vindos da
música europeia e indígena. Os Estados Unidos tiveram também influência das
tradições musicais e da produção musical na Ucrânia, Irlanda, Escócia, Polônia,
América latina e nas comunidades judaicas, entre outras.
Muitas
cidades americanas têm um cenário musical vibrante e, em cada uma, estilos
regionais florescem. Juntamente com grandes centros musicais como Seattle, Nova
Iorque, Minneapolis, Chicago, Nashville, Austin e Los Angeles, muitas cidades
menores têm produzido destacados estilos musicais. O "Cajun", a
música da Lousiana, a Música havaiana, o Bluegrass, a música antiga do Sudeste
dos Estados Unidos são alguns exemplos da sua diversidade musical.
A
música dos Estados Unidos pode ser caracterizada pelo uso de sincopação
assimétrica e ritmos, melodias irregulares, que são reflexos da sua grande
geografia e do sentimento de liberdade pessoal característica de vida
americana. Alguns aspectos distintos da música americana, como o do tipo
“chamada e resposta”, são derivados das técnicas e instrumentos africanos.
No
desenvolvimento da história americana até os tempos modernos a relação entre a
música americana e europeia tem sido um tema fartamente discutido.
Alguns
estudiosos entendem que a música americana caminha para um estilo e técnica
mais europeu, enquanto que outros entendem que a música americana caminha mais
por estilos com sentimentos mais nacionalistas.
O
estudioso de Música Clássica John Warthen Struble tem comparado os estilos
americanos e europeus, concluindo que a música dos Estados Unidos é
inerentemente distinta porque os Estados Unidos não tiveram muitos séculos de
evolução musical como uma nação.
Ao
invés disso a música dos Estados Unidos é resultado da integração de sons
indígenas e de grupos de imigrantes, sendo que todas elas foram desenvolvidas
em grande parte dentro de suas regiões até a eclosão da Guerra Civil Americana,
quando pessoas de todas as partes foram reunidas em unidades do exército, em
comércios, com isso houve a mistura de estilos musicais e técnicas.
Struble
consideradas as baladas da Guerra Civil "a primeira música folclórica
americana discernível com funcionalidades que podem ser considerados inéditos
para a América: a primeira sonoridade americana musical, como um estilo
regional distinto de qualquer derivado de outro país.
A
Guerra Civil, e o período seguinte, viram um florescimento geral da arte
americana, literatura e música. Conjuntos amadores musicais desta época são os
responsáveis pelo nascimento da música popular americana. O autor musical David
Ewen descreve estas primeiras bandas amadoras como feitas para combinar "a
profundidade e o drama de clássicos com uma técnica não complicada, evitando
complexidade em favor de expressão direta”.
De
certa forma isso era parte de um todo que despertou a América depois da Guerra
Civil, uma vez que, nessa época eclodiram incontáveis pintores, escritores e
compositores americanos, abordando profundamente temas exclusivamente
americanos.
Durante
este período, as raízes do Blues, Gospel, Jazz e Country tomaram forma; no
século XX, estes se tornaram o núcleo da música popular americana, o que mais
tarde evoluíram no sentido dos estilos e ritmos como o Blues, Rock and Roll e
música Hip Hop.
A
música se relaciona com vários aspectos sociais e culturais dos Estados Unidos:
a estrutura social americana, aspectos étnicos e raciais, religiosos,
linguísticos, de gênero, assim como aspectos sexuais. Porém, a relação entre a
música e a raça talvez seja a mais determinante. O desenvolvimento da música
negra nos Estados Unidos, independentemente da África e da Europa, tem sido um
tema constante no estudo da história da música americana. Existem poucos
registros da era colonial, quando estilos, canções e instrumentos da África
ocidental se mesclaram no caldeirão da escravidão.
Por
meados do século XIX, uma tradição folclórica distintamente afro-americana era
bem conhecida e difundida, e técnicas musicais afro-americanas, instrumentos e
as imagens se tornaram uma parte do mainstream americano através da música
Spiritual, shows de menestréis e músicas de escravos. O estilo musical
afro-americano tornou-se parte integrante da música americana popular através
de Blues, Jazz, Rhythm and Blues, e então Rock and Roll, Soul e música Hip Hop,
todos estes estilos foram consumidos pelos americanos de todas as raças, mas
foram criados no estilo afro-americano e expressões idiomáticas antes de
eventualmente se tornar comum no desempenho e consumo em profusão.
A
situação econômica e social distingue a produção e o consumo da música
americana, com as classes mais altas patrocinando a música clássica e a música
rural e étnica geralmente ligada aos mais pobres. No entanto, essa divisão não
é absoluta, sendo mais aparente do que real; a música country, por exemplo, é
um gênero comercial destinado ao "apelo à identidade da classe
trabalhadora, enquanto seus ouvintes podem ou não ser trabalhadores de
fato".
A
música country relaciona-se também com a identidade geográfica, sendo rural em
sua origem e função; outros gêneros, como R&B e o hip hop são tidos como
urbanos.
Na
maior parte da história americana, fazer música era uma "atividade
afeminada". No século XIX, piano e canto amador foram considerados
adequados para as mulheres de classe média-alta, que foram, no entanto, muitas
vezes barradas de orquestras e sinfônicas.
Mas
as mulheres também foram importantes no começo do desenvolvimento da música
popular, embora não tivessem tantas oportunidades quanto os homens.
A
maioria dos gêneros da música popular dominados por homens inclui artistas e
músicos do sexo feminino, muitas vezes em grande número em nichos atraentes
principalmente para mulheres, tais como Gangsta Rap e Heavy Metal.
Os
Estados Unidos são bem conhecidos por ser um "caldeirão" de músicas,
com influência de várias partes do mundo e criando novos estilos culturais
distintos dos outros. Embora os aspectos da música americana terem uma origem
específicas, a origem de culturas particulares de músicas é problemática,
devido à constante evolução da música americana de transplantar técnicas,
instrumentos e gêneros. Elementos de Músicas estrangeiras chegaram aos Estados
Unidos tanto pelos canais formais de patrocínio de eventos educacionais e de
evangelismo por indivíduos e grupos, quanto por processos formais, como no
incidente de transplante da música africana através da escravidão, e da música
irlandesa, pela imigração. As músicas americanas mais distintas são resultado
das misturas culturais e dos contatos mais próximos. A escravidão, por exemplo,
misturou pessoas de inúmeras tribos nas zonas habitacionais resultando em uma
tradição musical partilhada que foi enriquecida com elementos de músicas e
técnicas indígenas, latinas e europeias. A ética, religião e raças
diversificadas Americana produziram vários gêneros de Francês-Africano, como
Louisiana Creoles; nativas, como as músicas europeias e mexicanas unidas, e
outros estilos como as músicas havaianas.
O
processo de transplante de música entre culturas não é isento de críticas. O
renascimento do Folk nos meados do século XX, por exemplo, apropriou-se de
músicas rurais de diversos povos, em parte para promover certas causas
políticas, o que tem causado alguns a questionar se o processo provocou uma
"comercialização de músicas de outros povos"… e a inevitável diluição
da mídia na apropriação musical.
A
questão da apropriação cultural também tem sido uma parte importante das
relações raciais nos Estados Unidos. O uso de técnicas musicais
afro-americanas, imagens e conceitos em música popular em grande parte por
brancos e para os americanos tem sido difundida pelo menos desde meados do
século XIX canções de Stephen Foster e com o aumento de trovador shows. A
indústria fonográfica americana tentou ativamente popularizar executantes
brancos de música afro-americana, porque eles são mais saborosos e mais fáceis
de integrar a classe média americana. Este processo produziu várias estrelas
como Benny Goodman, Eminem e Elvis Presley, bem como estilos populares como
Blue Eyed Soul e o Rockabilly.
Breve
História do Blues
Para
entender a origem do Blues, precisamos necessariamente voltar ao início do
século XVIII, durante o Grande Despertar religioso norte-americano. Esse
momento de maior união religiosa entre as raças é de fundamental importância
histórica por finalmente oferecer à população negra um espaço de celebração
religiosa em igrejas Católicas, mesmo segregadas. Nos cultos, os escravos
negros tinham um espaço de dançar e cantar de um jeito que remetesse às formas
de celebração africanas extirpadas deles no novo mundo. Essa prática deu origem
ao Spiritual, estilo musical emotivo e introspectivo, que iria influenciar o
Blues durante seu desenvolvimento.
Outra
manifestação musical negra influente foram as Canções de Trabalho, músicas
cantadas por negros durante o trabalho escravo, especialmente nas plantações de
algodão do sul dos Estados Unidos. As Canções de Trabalho, sem nenhuma
influência europeia, aparentemente tornavam o trabalho mandatório mais
tolerável e produtivo. Em razão do ritmo da música ser o mesmo ritmo do
trabalho sendo realizado (o ritmo de um martelo batendo recorrentemente em uma
pedra, por exemplo), a Canção de Trabalho é organizada e repetitiva. Crucial nessa
música é o seu elemento responsorial, comum tanto no Blues quanto no Jazz, onde
um solista canta um trecho e os outros integrantes respondem ao que está sendo
cantado. As Canções de Trabalho tinham como temas a união entre os membros e a
superação de situações existenciais degradantes.
Outra
influência fundamental para o desenvolvimento do Blues foram os Clamores de
Roda, estilo musical que, como as Canções de Trabalho, têm como características
o canto responsorial e a participação em conjunto dos membros. Os Clamores de
Roda, contudo, não tinham controle rítmico rígido e não eram cantados durante o
trabalho manual, sendo a expressão catártica dos participantes elemento
central, que entravam em transe enquanto cantavam e dançavam em roda. Essa
característica dos Clamores de Roda é também central na tradição do Blues e do
Jazz, que abre espaço para manifestações singulares e emocionalmente
carregadas, especialmente durante a improvisação musical.
A
partir dessas influências musicais e com a popularização da música folclórica
negra espalhada principalmente pelos Menestréis durante o final do século XIX,
o Blues pôde finalmente emergir como linguagem musical autônoma. Este estilo
musical, contudo, não foi uma simples colagem dos estilos musicais anteriores,
mas uma verdadeira síntese entre a cultura africana remanescente na população
negra norte-americana e a cultura musical adquirida nos Estados Unidos pelos
próprios escravos.
Além
de possibilitar a manifestação catártica dos seus intérpretes, do canto
responsorial e da humanização do negro a partir da música, o Blues tem
características próprias que a definem como estilo musical independente. De
fundamental importância são os intervalos de terça menor e quinta diminuta
encontrados na escala de Blues, que são executados melodicamente sob uma
estrutura harmônica com tétrades maiores que se utilizam da sétima menor.
A
escala de Blues, que provavelmente se desenvolveu da justaposição de uma escala
pentatônica do leste da África com a escala diatônica ocidental, é a ferramenta
musical que dá ao Blues a sua melodia cortante e visceral. Outra característica
importante é a predominância da forma de doze compassos, repetida
incessantemente até o final da execução da maioria das canções de Blues. A
forma auxilia na apresentação responsorial da letra, que muitas vezes apresenta
uma ideia melódica nos primeiros quatro compassos, repete a mesma frase nos
quatro compassos seguintes, e responde com uma ideia complementar nos quatro
últimos compassos, repetindo essa fórmula com a forma se reiniciando. As letras
cantadas nas canções de Blues geralmente tratam de temas universais, como o
amor não correspondido ou a dificuldade em lidar com o próprio destino em um
mundo incerto.
O
jazz se desenvolve a partir deste contexto cultural encontrado nos Estados
Unidos no final do século XIX. Este estilo musical, contudo, tem outras
influências importantes que a distinguem do Blues. Por ser uma manifestação
musical urbana desenvolvida na cidade sulista de Nova Orleans, local de grande
movimentação de grupos étnicos e culturais diferentes, principalmente durante o
século XIX por ser uma cidade portuária de importância econômica fundamental
para o país, o Jazz recebe influências diretas de culturas diversas, em
especial vindos da região das antigas Índias Ocidentais e do Haiti. Além disso,
a cidade mantém viva a sua tradição de bandas militares, que atuam na cidade na
maioria das suas celebrações, desde funerais e casamentos até churrascos
informais.
A
instrumentação do Jazz terá influência direta destes grupos, enquanto que o
Blues continuará fiel aos seus instrumentos originais (violão de aço, voz e
gaita diatônica). Outra tradição musical importante que é eventualmente
incorporada na linguagem jazzística é o Ragtime, estilo musical desenvolvido
pelos Creoles Negros, que tem um ritmo alucinante, pelo menos para a época,
além das influências claras da música europeia erudita.
Apesar
dessas claras diferenças, a diferenciação definitiva entre as duas linguagens é
estabelecida quando se consolida, na década de 1920, o estilo particular de
solo sob cada um dos dois estilos musicais. O Jazz, que nessa época tem em
Louis Armstrong seu representante mais influente, tende à ornamentação melódica
e ao virtuosismo, enquanto que o Blues, que se incorpora na cantora Bessie
Smith, continua tendo na expressão emotiva e na escala de blues seus mais
poderosos pilares definidores. Outra diferença fundamental está no
desenvolvimento do material harmônico, com o Jazz explorando, além dos 12
compassos do próprio Blues, outras formas, como canções populares
norte-americanas da época. O Blues, contudo, pouco explora possibilidades
harmônicas diferentes.
O
Blues, que ao longo dos anos pouco se transformou se comparado ao Jazz, se
manteve fiel à sua visão artística original de expressividade intensa, enquanto
que o Jazz desenvolveu um temperamento mais volátil, abraçando as mudanças que
se apresentaram musical e socialmente ao longo do seu percurso secular na
história dos Estados Unidos. Essas duas linguagens musicais, contudo, nunca
romperam uma com a outra completamente, apesar de, durante o século XX, os dois
estilos terem tido histórias particulares e diferentes uma da outra. Para
terminar, podemos ouvir o magnífico Louis Armstrong improvisando sobre uma
estrutura de Blues no famoso “West End Blues”, composição que talvez esteja
justamente na fronteira definidora entre essas duas linguagens musicais.
Mas,
iremos ter um capítulo só com a história do Blues, deixemos aprofundamentos
mais para a frente.
Até
o próximo encontro!
Demais! Excelente! Obrigado!
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